
A governadora Ana Júlia Carepa informou em coletiva que mais de 200 reintegrações de posse de terra já foram realizadas em seu governo.

O comandante da Polícia Militar, coronel Dário, também participou da coletiva, no Centro Integrado do Governo .
A governadora Ana Júlia Carepa falou sobre as situações de invasão e a destruição das fazendas Maria Bonita e Rio Vermelho, em Eldorado do Carajás, sudoeste do Estado durante coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (6), no Centro Integrado do Governo (CIG). A governadora também falou sobre as políticas do governo para o campo e como o Estado está trabalhando para fazer cumprir as reintegrações de posse. Também participaram da coletiva o procurador-geral do Estado, Ibrahim Rocha, o secretário de Segurança Pública em exercício, José Salles, e o coronel Luiz Dário Teixeira, comandante da Polícia Militar (PM).
"No meu governo, pode ser rico ou pobre, grileiro de terra ou não, tem de ser cumprida a Lei. Ou seja, nós vamos agir com firmeza como estamos fazendo, tanto é que a Polícia foi deslocada, o sub-comandante da Polícia Militar está na região, o delegado Geral da Polícia Civil também está na região, para agirmos de forma firme e coibir esses abusos", frisou a governadora, destacando que há uma centena de ações do Estado indiciando pessoas e pedindo a prisão de líderes.
"Estamos investigando e vamos agir de forma firme, como temos feito", acrescentou, lembrando que, em 2006, o Estado possuía 173 ações de reintegração rural e urbana a serem cumpridas.
Desse total, 40 foram excluídas pela Vara Agrária, e das 173 restantes, o Estado já cumpriu 93 reintegrações, por meio do Comando de Missões Especiais (CME). Além dessas, outras ações menos complexas têm sido cumpridas pelos Conselhos Regionais. No total, o Estado já realizou mais de 200 reintegrações nos últimos três anos.
A governadora disse que o Estado faz regularização fundiária, regularização ambiental, Zoneamento Econômico-Ecoló gico (ZEE) e está cumprindo também a legislação, acordada com as Varas Agrárias, cumprindo o que determina a Justiça. O processo de regularização rural no Pará segue uma agenda que é pactuada com o Judiciário e que é feita por região já que não há efetivo policial suficiente, explicou José Salles, que ressaltou que o processo começou pelas Zonas Agrárias do Sul e Sudeste.
Segundo Sales, as reintegrações exigem um grande contingente - aproximadamente, 130 homens -, além do aparelhamento. As dimensões territoriais do Estado também demandam cuidados especiais e, nesse sentido, o governo prepara o treinamento de homens na região sudeste, para suprir estas demandas evitando o deslocamento.
Para a governadora, os cuidados são necessários em "ações que interferem no coletivo" para que não se repita episódios como o confronto de Eldorado do Carajás. Ela lembrou que não há registro de letalidade nos processos de reintegração feitos por este governo, que investe em treinamento especializado e treinado para todos os tipos de confronto. O coronel Dário frisou que os órgãos seguem a orientação da governadora na atenção nos levantamentos realizados, no trabalho junto às Varas Agrárias e no envio de tropas de missões especiais.
Os investimentos na área da Segurança Pública tem sido feitos, destacou Ana Júlia Carepa, que lembrou do déficit que havia, por exemplo, na Polícia Militar (PM), quando assumiu. Desde 2007, a PM recebeu 1.500 policiais civis e outros concursos estão em andamento, reforçando o efetivo da segurança pública no Estado. O governo também tem investido em armamento e novos veículos, motos e lanchas.
Paz no Campo - As políticas do Governo do Estado nas áreas fundiária e ambiental, como o Cadastro Rural Ambiental (CRA) o ZEE e a regularização fundiária de áreas quilombolas, segundo Ibraihm Rocha, são essenciais para a garantia da paz no campo. Uma das principais ações no combate à grilagem é o CAR: "Quando regularizamos e legalizamos, incomodamos os ilegais", disse Ana Júlia.
O Estado também já entrou com 80 ações para regularizar 5 milhões de hectares de terra, incluindo uma com 500 mil hectares. Só o Grupo Oportunity possui 25 áreas sendo investigadas, com ações de bloqueamento em duas delas. Das áreas em processo de regularização fundiária em todo o Estado, cerca de 70% são localizadas em território da União.
O coronel Luiz Dário também falou da ação dos movimentos que obstruíram a PA-160, no trecho que liga Canaã a Parauapebas. Ele explicou que a rodovia já está liberada, assim como o trecho conhecido como a Curva do S, em Eldorado do Carajás, que também foi desobstruído pela ação da polícia. Ele explicou ainda que está em fase de negociação a liberação da PA-150, no trecho próximo à Fazenda Sapucaia.
Ataque político - Sobre as declarações da União Democrática Ruralista (UDR) na imprensa, que dizem respeito a uma ação civil para responsabilizar a governadora pela destruição de casas e tratores nas fazendas Maria Bonita e Rio Vermelho, Ana Júlia lamentou e considerou que isso tem a ver com "ataques políticos" com o objetivo desestabilizar o que governo tem feito.
"Eu lamento que tenha órgão de imprensa que dê destaque à órgãos como a UDR",
disse Ana Júlia, acrescentando: "Digo lamento pois esta entidade, que só prestou desserviço à sociedade brasileira, tem um triste histórico. Isso nada mais é do que política contra o governo que faz cadastro ambiental rural, mas que entra também com 80 ações, pedindo a anulação de cinco milhões de hectares de terras fraudulentas e, é claro, que isso incomoda aqueles que estavam acostumados com a grilagem, com a impunidade em nosso Estado".
"Achamos que têm líderes de movimentos e têm líderes que nós temos desconfiança, mas nós não vamos pré-julgar. E achamos estranho apenas que tenha um grande volume de recursos envolvidos e que permite a mobilidade muito rápida de pessoas. E como está acontecendo uma CPI do MST, que tem o único objetivo de atingir o governo Lula e os governos estaduais , aliados do governo Lula - porque estão fazendo ações de regularização, ações em benefício da população do campo, mas também de combate à grilagem, de combate aos crimes ambientais no campo - nós achamos que também pode estar acontecendo aí uma junção de interesses, entre aqueles que se dizem movimento, e entre aqueles que não querem regularização" , afirmou Ana Júlia.
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