Estudo elaborado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) afirma que os trabalhadores terceirizados recebem 25% menos em salários, trabalham 7,5% (3 horas) a mais que outros empregados e ainda ficam menos de metade de tempo no emprego.
Na noite de quarta-feira, dia 8/4, a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que permite que empresas terceirizem não só atividades-meio (funções de apoio ao negócio central da empresa, como limpeza e vigilância), mas também as atividades-fim (por exemplo, a fabricação de carros, no caso de uma montadora).
O levantamento “Terceirização e desenvolvimento, uma conta que não fecha”, divulgado na quarta-feira, dia 8/4, aponta os seguintes dados:
- Salário médio dos terceirizados em 2013: R$1.776,78 (25% menor que os R$2.361,15 dos contratados diretamente)
- 57% dos terceirizados recebiam até dois salários mínimos (nas demais empresas, são 49,3%)
- Jornada média de trabalho dos terceirizados é de 43 horas/semana (7,5% mais que as 40 horas dos contratados)
- No país, há 47,4 milhões de trabalhadores com carteira assinada
- Desses, 12,7 milhões são terceirizados (dados de 2013)
- Escolaridade de terceirizados é menor: só 8,7% têm nível superior (entre os contratados diretamente, são 22,7%, segundo dados de 2014)
- Rotatividade é maior entre terceirizados: eles ficam em média 2,7 anos no emprego (os contratados ficam mais que o dobro: 5,8 anos)
“Podemos afirmar que a grande maioria dos direitos dos terceirizados é desrespeitada, criando a figura do trabalhador de segunda classe”, diz o estudo.
“Se a jornada em setores tipicamente terceirizados fosse igual à jornada de trabalho daqueles que contratam diretamente, seriam criadas 882.959 vagas de trabalho a mais”, avalia a CUT.
Estados com mais terceirizaçãoConsiderando o total de trabalhadores com carteira assinado por Estado, o estudo mostra as unidades da federação com mais terceirizados percentualmente em relação a esse total. São Paulo lidera:
- São Paulo: 30,5% de terceirizados entre os trabalhadores do Estado
- Ceará: 29,7%
- Rio de Janeiro: 29%
- Santa Catarina: 28%
- Espírito Santos: 27,1%
Empresários apoiamA proposta aprovada na Câmara e – que deve seguir para o Senado – é defendida por empresários.
A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), por exemplo, diz que a proposta é “condição imprescindível para que as empresas possam colocar seus produtos no mercado a preço competitivo e, com isso, ajudar o Brasil a sair desta crise inédita e de tamanho imprevisível.”
Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), afirma que “com a regulamentação do trabalho terceirizado, o Brasil irá se alinhar às mais modernas práticas trabalhistas do mundo.”
Clique aqui para ler a íntegra do texto-base do Projeto de Lei 4.330/2004.
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