terça-feira, 19 de abril de 2016

Derrota de quem?

Apenas olhe para ontem [17/4] e veja com quem você esteve na Câmara dos Deputados.
Ouça o discurso daquelas pessoas que disseram “sim”, vislumbre a indigência de suas posições, as falas desarrumadas de cretinos com fitas verdes e amarelas, símbolo de um patriotismo senil.
Preste atenção na voz embargada daqueles e daquelas canalhas, daquela gente corrupta escondida sob o manto da hipocrisia, por Deus, pela família, pela netinha que ainda não nasceu.
Ouça a cantilena do passado, dos políticos forjados na fisiologia, no desvio de verbas, no crime de mando, no servilismo a coronéis, no desprezo pela coisa pública.
Sinta – e ainda é possível sentir – o quão repugnante é presenciar a usurpação pura e simples da democracia por um bando de estafetas da política paroquial mais baixa, anões morais comandados, cinicamente, por um amoral banhado pela sujeira da corrupção.
Ouça os tambores das tropas fascistas que ressoaram quando o nome de Brilhante Ustra foi citado, uma besta fera que enfiava as próprias filhas no porão para brincar com mulheres recém-torturadas, a fim de gozar de suas reações.
Coloque-se, ainda que por um instante, no lugar de Dilma Rousseff, uma mulher que sequer foi julgada pelos erros que essa mesma gente alega que ela cometeu.
Uma mulher honesta, íntegra, julgada por um covil chefiado por um corsário da política.
Uma mulher que foi julgada pelo que representa, e não por aquilo que fez ou deixou de fazer.
Uma mulher que, entre outras coisas, acabou perseguida por isso mesmo.
Por ser mulher.
Agora, abra os olhos nessa manhã de segunda-feira, e me diga:
Quem foi derrotado?
#ALutaContinua

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