A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, estimou que o Brasil perde R$ 8,5 bilhões por ano por falta de reciclagem de materiais jogados no lixo.
Essa é uma das melhores oportunidades que existe para inclusão social de milhares de catadores de materiais recicláveis, que ainda trabalham em situação precária.
Para aproveitar esta oportunidade, desde o início do governo Lula que há uma política de valorização deste importante trabalho, com o apoio estatal, linhas de crédito do BNDES, incentivos fiscais e assistência técnica.
Na segunda-feira (14), mais um passo foi dado, com mobilização de 16 ministérios e nove instituições federais no Comitê Interministerial de Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reciclaveis.
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, prevê que o fortalecimento do trabalho dos catadores “pode ajudar muito na erradicação da pobreza até 2014, meta da presidenta Dilma Rousseff”.
Izabella Teixeira também vê as muitas soluções na integração dos ministérios: “... alinha agendas ambientais, sociais e econômicas, que vão gerar renda, qualificação profissional e inclusão social... é um trabalho que envolve uma prioridade que diz respeito ao povo brasileiro e não à elite”.
Indústria da reciclagem ainda explora mão-de-obra precarizada
O coordenador do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Reciclaveis, Alexandre Cardoso, conta que os catadores trabalham até 16 horas por dia e aqueles que estão organizados em associações já chegam a 800 mil.
Ele criticou a exploração das indústrias de reciclagem e disse que a maioria dos catadores não consegue ganhar nem um salário mínimo. Apenas 10% dos recursos movimentados pelo setor ficam com os catadores.
Um dos líderes do movimento nacional e catador desde os 12 anos, no Rio Grande do Norte, Severino Lima Junior, diz que os trabalhadores que lidam com materiais reciclaveis no Nordeste estão entre os mais vulneráveis do Brasil. “Lá, temos grande dificuldade com a comercialização dos produtos, pois os centros industriais estão no Sul e Sudeste, temos muitos atravessadores”.
Prefeitos que deixam catadores excluídos não merecem o voto dos cidadãos em 2012
Tereza Campello, afirmou que todos os municípios do país "precisam se engajar na preocupação social e econômica de reciclar materiais".
Na última confraternização de natal com os catadores, o presidente Lula cobrou enfaticamente que os prefeitos (incluindo Kassab) assinem convênios com catadores. São as prefeituras que contratam os serviços de coleta, geralmente concentrados em polêmicos contratos com grandes empreiteiras.
Mas os prefeitos podem fazer a diferença se contratarem várias cooperativas, muitos catadores, em vez de só contratarem poucas empreiteiras, às vezes multinacionais. Faz bem para o meio-ambiente, e faz bem erradicando a pobreza na cidade.
Naquela confraternização os catadores premiaram com o título "amigo dos catadores" os prefeitos que contrataram serviços deles pela prefeitura. Eis o vídeo:
A instalação do comitê é mais um compromisso cumprido pela Presidenta Dilma
O comitê interministerial foi instituído pelo Decreto 7.405, de 23 de dezembro de 2010, ainda no governo Lula, durante confraternização de natal como os catadores, com a presença de Dilma, e implantado na segunda-feira (14).
Membros do comitê: Ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Educação, Saúde, Trabalho e Emprego, Ciência e Tecnologia, Cidades, Desenvolvimento Indústria e Comércio, Previdência Social, Turismo, Orçamento e Gestão, Minas e Energia, Fazenda, Secretaria Geral da Presidência, Secretaria de Direitos Humanos, Funasa, Ipea, BNDES, CEF, Banco do Brasil SA, Fundação Banco do Brasil, Fundação Parque Tecnológico Itaipu, Petrobras, Eletrobras, Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis.
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