O que está ocorrendo é uma preparação para uma reforma Política com cautela demais. Sim, e essa cautela é um suposto medo que o processo seja descarrilado.
Como se o fato do PT ter patrocinado essas mudanças, esse mesmo PT seja o dono da verdade e tudo o que vier do seu regaço seja a redenção para a nação. Não é nada disso. O que deve ficar bem entendido é que são muito bem vindas as mudanças propiciadas pelo grande partido de Lula, mas o que estamos tratando na Reforma Política são métodos de formação de forças políticas NA sociedade que irão moldar todo um processo que deverá formar outra coisa: a identidade nacional. Essa mesma que está se diluindo.
Nesse particular existem outros fatores determinantes que, para simplificarmos, são dois. Um são as imensas pressões da conjuntura internacional que vem se afunilando em uma globalização massificante com as telecomunicações que disseminam culturas amorfas. O outro é o fator humano que por natureza é fraco e suscetível por ceder às pressões tanto de interesses econômicos e políticos como da mídia massificante que bombardeia toda a sociedade incessantemente com informações de todo tipo e calibre.
Aí está o desafio, o de sermos capazes de estruturar um sistema de formação de forças políticas que de fato representem a sociedade, ou ela se esfacela por falta de identidade.
Paralelo à Reforma Política estamos lidando com muita pusilanimidade com o Plano Nacional de Banda Larga - PNBL, que deveria ser democratizado para impedir que grandes empresas monopolizassem a cultura por deterem o controle da Banda Larga na difusão de informações. Reforma Política e a Política de Banda Larga para a Internet são assuntos diretamente relacionados.
Ambas são as jugulares da Democracia.
O que estamos querendo dizer é que o sistema politico vigente, como representante da vontade social, tem a inescusável obrigação de garantir a identidade nacional. Porque um indivíduo pressionado se fragmenta, um indivíduo fragmentado inviabiliza a saúde comunitária (aí entra o narcotráfico e as suas consequências), e comunidades doentias não geram cultura nem produção econômica.
Seguindo essa corrente lógica, um estado sem cultura não tem produção econômica e não tem identidade, muito menos soberania. Logo, é um estado sem nação. A consequência direta é que será um país nominal apenas, uma sociedade amorfa, supridora de matérias primas, uma consumidora de cultura externa massificada, um paraíso turístico, um imenso parque hedonista ou, no máximo, uma montadora.
Para que fique patente isso que acabamos de dizer, basta que leiam a matéria de capa da revista TIME dessa semana: “2045 -The Year Man Becomes Immortal”, por Lev Grossman.
Coincidentalmente semana passada participei de uma discussão que eu defini como essencial o reconhecimento e a valorização da “singularidade” na experiência individual e entre indivíduos na sociedade sobre a realidade universal interna e externa, sendo esse o eixo da humanidade. Veio então esse artigo na revista TIME que me deixou surpreso porque se trata de um desafio, ou de uma proposta contrária.
Em poucas palavras, vou resumir o artigo.
Primeiro que o leitor não se iluda com o “immortal”, porque o imortal ali quer dizer que o indivíduo, o ser humano da sociedade como conhecemos hoje, será supérfluo. Porque os avanços na cibernética e na biologia farão com que a atual tendência de unificar essas duas disciplinas produzirá uma classe de produto que deverá substituir o ser humano naquilo que ele mais se destaca até os dias de hoje: a capacidade de pensar e processar uma infinidade de dados e experiências capaz de resolver qualquer problema alterando assim o seu meio ambiente para maior conforto. Isso disseminando sempre o toque do calor humano que garante um meio-ambiente orgânico.
Ocorre que a velocidade no avanço dessa disciplina científica estará produzindo ao redor do ano 2045 um “ser” que deverá superar todo o CONJUNTO do poder mental dos seres humanos. Então vem a pergunta: quem estará à frente ou na direção desses eventos? Que sistema estrá no controle dos fatores que determinam o curso das atividades da sociedade? Que espécie de sistema estará formando forças políticas na sociedade? Que governo estará programando políticas domésticas e externas? Como será o panorama das relações internacionais? Alguém pensou em direitos humanos? Quais seriam esses mesmo em 2045? O que será da individualidade e da privacidade do individuo? Que sistema político estaria garantindo o direito ao trabalho para o sustento do individuo e da família? Haverá família ou será cada um por si, a informação por todos, e salve-se quem puder? Isso, meus queridos leitores, será em apenas 35 anos!
E no Brasil estamos tratando de uma Reforma Politica!
Ora vejam, a Reforma Política que faremos HOJE irá determinar se a sociedade brasileira em apenas 35 anos terá condições de sobrevivência! Seguramente o Brasil não possui o nível tecnológico para disputar com os países desenvolvidos nessa disciplina.
O que será então?
Vemos com clareza ímpar que se não desenvolvermos um sistema político que fique à prova das pressões desses avanços tecnológicos, econômicos, financeiros e políticos, o Brasil seguramente será uma colônia, uma montadora, um supridor de matérias primas e semimanufaturados, ou um grande parque hedonista de diversões para turistas que podemos dizer, sem sombra de dúvidas, que serão depravados morais como temos visto ser a tendência hoje.
De repente vem à tona o PNDH-3 - um descalabro porque está colocando o Brasil exatamente na trilha para transformar o país nesse parque hedonista.
Onde estará o PT senão em parceria com uma social-democracia global que não garante coisa nenhuma para os verdadeiros direitos humanos, ou seja, a decência!?
As comunidades estão se esfacelando e a baixa moral destruindo com a dignidade humana.
A sociedade não pode, a partir de agora, ficar sem garantias de autonomia completa para que volte à dignidade humana de integridade do indivíduo. Para isso o sistema político deve ser transformado radicalmente para que dê essa garantia.
O governo deve partir das comunidades para o topo e não do topo dos interesses ideológicos e políticos para as comunidades.
Reforma Política é coisa séria. Muito séria!
Castor Filho
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