sábado, 31 de outubro de 2015

Um ano após eleições, oposição ainda não desceu do palanque

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Constantes pedidos de impeachment arquitetados pela oposição revelam “a fúria da oposição que tenta insistentemente um terceiro turno”, declara a deputada Moema Gramacho (PT/BA).
Na segunda-feira, dia 26/10, fez um ano que a presidenta Dilma Rousseff foi reeleita em segundo turno, por meio do voto popular, para ocupar a Presidência da República. No entanto, mesmo 365 dias após a derrota nas urnas, a oposição insiste na tentativa de realizar um “terceiro turno”.
Para a deputada federal Moema Gramacho (PT/BA), os 54 milhões de votos recebidos por Dilma e confirmados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) despertaram “a fúria da oposição”.
“Desde a apuração, a oposição vem demostrando o ódio contra a gestão PT. Eles ainda não se conformaram em terem perdido a eleição. A fúria da oposição, que tenta insistentemente um terceiro turno, traz riscos para o país e prejudica o trabalho da equipe do governo”, ressalta.
A perseguição contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff começou quatro dias após o resultado final da eleição, em segundo turno. Na ocasião, o PSDB entrou com um pedido no TSE para verificar o sistema de apuração e contagem dos votos. No início do mês de outubro, a auditoria feita pelo próprio PSDB concluiu que não houve fraude nas eleições de 2014.
Para derrubar a presidenta, os tucanos apostam na recomendação de rejeição das contas de 2014 feita, no último dia 7, pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
“É o poder legislativo que irá decidir sobre as contas. O povo não aceita golpe. Não vai ter golpe! A recomendação do TCU não significa que haverá impeachment”, disse.
Agora, o novo discurso do PSDB é que houve pedalada fiscal na atual gestão da presidenta. Na avaliação da deputada Erika Kokay (PT/DF), os opositores estão “desesperados”.
“Temos uma democracia sólida o suficiente para não permitir retrocessos. Os opositores estão desesperados. Eles buscam instrumentos golpistas para ocupar a Presidência da República. O ódio da oposição é pavoroso”, disse Kokay.
Para Kokay, o “ódio” da oposição acontece em decorrência dos avanços promovidos pela gestão PT ao longo dos últimos 13 anos. A reeleição de Dilma Rousseff incomoda pelo fato da presidenta defender a manutenção de políticas públicas, avalia a petista.
“A oposição governa para a elite do país. Eles se incomodam em dividir espaços com as pessoas que eles acreditam que nunca deveriam ter saído da senzala. Se incomodam com a igualdade e inclusão social quando se deparam com pessoas que antes não tinham condições de viajar de avião, de estudar em uma universidade. Ocupar o mesmo ambiente é inaceitável para a elite”, avalia.
A tentativa de golpe arquitetado pela oposição tem causado muita discussão e atrasos no Parlamento. Gramacho reforça que pautas importantes aguardam votação no Congresso Nacional, mas não são apreciadas pela “falta de compromisso da oposição” com o país.
“Temos propostas para contribuir com a superação da crise, mas a oposição foca em derrubar Dilma Rousseff. Assistimos a falta de compromisso da oposição. Eles querem que a crise se aprofunde”, analisa.
Entre as medidas que poderão contribuir para o aumento da receita do governo, mas que não avançam no parlamento estão a aprovação da Desvinculação de Receitas da União (DRU), a repatriação de recursos não declarados depositados no exterior, que, na estimava do governo, ajudaria a arrecadar aos cofres da União entre R$100 e R$150 bilhões.
Outra proposta que continua sem consenso, porém ajudaria o cenário econômico do país, é a restituição da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que prevê maior contribuição por parte dos mais ricos.
Na avaliação do deputado federal Paulo Pimenta (PT/RS), não faltam medidas para tentar minimizar os efeitos da crise mundial que começou em 2008 e que, agora, afeta o Brasil.
“Temos que resolver o problema financeiro que passa o país. Enquanto lutamos para aprovar medidas que possam fazer o Brasil retomar a economia, a oposição faz a agenda do impeachment. O PSDB não tem propostas para os grandes temas nacionais, então tenta ganhar o poder com tentativa de golpe”, disse.
O petista frisou que “a postura da oposição é contrária ao país” e destacou que a disputa eleitoral ficou em 2014, mas “a oposição não desceu do palanque”.
“A população escolheu o PSDB para ser oposição, mas eles não aceitam o papel. O jeito é esperar até 2018. Qualquer tentativa de golpe é querer rasgar a Constituição”, disse Pimenta.
Para o cientista político Valdir Pucci, a forma como a oposição tem feito o discurso de cassação do mandato presidencial deixa a população confusa.
“A população fica confusa em relação aos pedidos de impeachment. Usa-se muitos termos técnicos, fica difícil compreender o processo do pedido de cassação. A sociedade não sabe o que significa pedalada fiscal, não entende que o dinheiro saiu de um lugar e foi para outro. Não sabe se confia no governo ou na oposição. E cria-se um clima tenso de disputa pela razão”, avalia.

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