quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Rosalba, que apoiou Serra, espera cooperação do governo Dilma para administrar o RN

A senadora Rosalba Ciarlini estende a mão para a presidente eleita. E não é exibindo uma bandeira branca, em sinal de paz, mas com um pires vazio pedindo arreglo. Sabe a governadora eleita que a situação não é de brincadeiras. Sabe que tem que calçar as sandálias da humildade, pois o governo que ela combate salvou o Brasil da bancarrota diante da maior crise financeira desde o crack da Bolsa de Nova Iorque em 1929 e o discurso fácil, babaca e desonesto que tenta escalar a faca pontiaguda na garganta da nova presidente não vai valer nada como forma de pressão. As pontes entre Rosalba e o Planalto são todas muito frágeis. Micarla levou a Dilma à derrota na capital potiguar, Garibaldi ajudou a garantir a única vitória da oposição no Nordeste, para o Governo Estadual e ainda ajudou a manter no Senado, o maior adversário, quase um inimigo do governo, o último dos moicanos da tropa de choque demo-tucana porra-louca, José Agripino, desafeto da presidente eleita, Dilma Rousseff, que a agrediu no plenário do Senado, numa das maiores burradas políticas da história do parlamento brasileiro. José Agripino, o dito cujo, então nem se fala. É uma das figuras mais indesejáveis no Palácio do Planalto. O vice, Robson, mesmo sendo da base aliada, caracterizou-se como o maior adversário da refinaria de Guamaré, num discurso, que, para sermos elegantes, é, no mínimo, pouquíssimo inteligente. Diz a matéria: "No primeiro discurso no Senado depois de sua eleição para governadora do Rio Grande do Norte, a senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) disse ontem que espera cooperação da presidente eleita, Dilma Rousseff. Ela foi a única oposicionista ao governo federal que se elegeu para um governo do Nordeste. Ciarlini lembrou que Dilma obteve mais votos no seu Estado do que José Serra, a quem ela apoiou". As próprias palavras de Rosalba mostram que sua bola não é tão cheia. Nosso Estado, venhamos e convenhamos, é o nosso paraíso, mas não tem peso econômico nem político para apertar governante federal num jequi. Além disso, a governadora precisa também muita parcimônia nas críticas à situação financeira do Estado do Rio Grande do Norte, pois Wilma de Faria já teve suas contas de 2009 aprovadas pelo Tribunal de Contas, restando-lhe dar satisfações somente pelo acontecido entre janeiro e março deste ano. Iberê, por sua vez, é um dos dois únicos governadores do Nordeste que vão pagar as folhas de novembro, dezembro e o que resta do 13° salário. Além de ter sido o único governador na história do Brasil que na quinzena da eleição entregou a caneta e as chaves do cofre ao presidente do Tribunal de Justiça numa demonstração mais que inequívoca de que não queria usar a máquina. Perdeu a eleição, mas não perdeu a dignidade. Fica difícil ficar agora batendo, especialmente quando se vê o governo cortando na carne magérrima e arranhando os ossos para deixar as contas pagas. Iberê vai explicar bem direitinho porque o Estado chegou ao ponto de ter que raspar o tacho para manter a folha de pessoal em dia e cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. E a nação potiguar vai ficar sabendo que isto não é resultado de nenhuma bandalheira, mas de uma situação de muitos investimentos e de um menu de privilégios construído historicamente, inclusive por governadores que estiveram no palanque de Rosalba. Privilégios estes que Rosalba não terá a mínima condição política de cortar. De modo que, humildade e caldo de galinha, com certeza, não farão nenhum mal ao rosalbismo.

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