Na manifestação dos professores da rede pública estadual de São Paulo, nesta sexta-feira (26), o ditador José Serra (PSDB/SP) ordenou a Polícia a bater nos professores.
Além da violência policial, relatos dão conta que o governo José Serra infiltrou agentes policiais da P2 (serviço reservado, ou seja, a polícia secreta da PM) em meio aos professores, para provocar tumulto e causar baderna, a fim de provocar antipatia popular contra o movimento pacífico e justo dos professores por um salário digno.
O Professor de Filosofia de Jundiaí, Fernando Ribeiro, presenciou quando um dos muitos policiais infiltrados pelo governo na manifestação “tentava atear fogo em um veículo, buscando incriminar os manifestantes”. Com o policial à paisana identificado, professores e estudantes saíram à caça do marginal que buscou refúgio entre os policiais militares. “Tentaram colocar fogo no carro para culpar o protesto. Como agiram com muita força, numa ação desproporcional, queriam uma justificativa”.
Outro flagrante involuntário, foi a foto da Agência Estado que correu a imprensa e a internet. A Agência Estado produziu uma "barriga" (no jargão jornalístico), ao divulgar a legenda como: manifestante carrega policial durante confronto:
Depois a Polícia Militar de São Paulo emitiu uma nota dizendo:
O manifestante da foto não era manifestante. Era policial militar à paisana. O regulamento da Polícia Militar não permite aos policiais usar barba. Então o agente da foto, se estava em serviço, à paisana, só pode ser da P2, da polícia secreta, para poder usar barba.
A foto abaixo, de Yuri Gonzaga, com outra visão, mostra que a policial socorrida estava separada dos manifestantes pelo cordão de isolamento policial:
Não vamos ser levianos de acusar o policial a paisana da foto de estar ali fazendo qualquer arbitrariedade, até prove em contrário.
Mas vamos exigir do ditador José Serra explicações sobre que história é essa de usar policiais infiltrados em movimentos sociais, em manifestações feitas às claras, em público, com data e hora marcada, e à luz da dia.
Não existe qualquer atividade clandestina, nem criminosa, a ser investigada numa greve de professores por salários dignos e pela melhor educação.
Existe crime no policial infiltrado que tentou incendiar um carro, se passando por professor, e foi impedido de cometer o crime pelos verdadeiros professores.
Neste caso, José Serra está criando um grupo clandestino na polícia, de característica paramilitar, para fazer operações de sabotagem contra quem ele considera adversário político.
A Assembléia Legislativa Paulista precisa investigar que missões são estas, destes policiais infiltrados em movimentos sociais.
Nos anos 60, José Serra foi presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) e agentes eram infiltrados em movimentos para tumultuar, e dar motivo para repressão e golpes. Um exemplo foi Cabo Anselmo, que insuflou marinheiros a quebrar a hierarquia militar, o que acabou sendo a gota d'água para derrubar João Goulart, no golpe de 1964.
Entre 1964 e 1968, já na ditadura, mas antes do AI-5, quando ainda haviam passeatas estudantis, agentes dos serviços de inteligência também se infiltravam, alguns para colher informações, outros para fazer baderna, de forma a justificar a repressão e angariar antipatia popular.
Após 1968 surgiu a Operação Bandeirantes (OBAN), com empresários financiando policiais de São Paulo na formação de grupos paramilitares especializados em atividades clandestinas de torturas, sequestros e assassinato de adversários da ditadura.
Triste fim de José Serra (PSDB/SP), que chega aos 68 anos de idade, corrompido pelo poder, a ponto de se tranformar da vítima de ontem no algoz de hoje, reeditando uma versão repaginada da Operação Bandeirantes, dentro da polícia que está hoje sob seu comando.
De Zé Augusto
sexta-feira, 2 de abril de 2010
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interessante, somos agredidos por falsos democratas e na hora de elevar a nossa voz,em defesa da liberdade, querem nos sensurar pelo moderador; afinal que raio de democracia é esta?
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