terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Cara de pau: Conta de água de Geraldo Alckmin sobe 13,4%

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Cara de pau: Ele pede para população economizar água. Clique na imagem para ampliá-la.
Gasto da Secretaria Estadual da Casa Civil, que inclui o Palácio dos Bandeirantes, passou de R$19,4 mil para R$22 mil. Governo diz que é preciso levar em conta mês das férias
Consulta feita no site da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) mostra que a Secretaria Estadual da Casa Civil – que inclui o Palácio dos Bandeirantes, onde o governador Geraldo Alckmin (PSDB) mora com a família – não reduziu o consumo de água, apesar da crise de abastecimento. O valor passou de R$19,4 mil para R$22 mil, nos meses de referência de fevereiro e março deste ano. Ou seja, houve um aumento de 13,4% no consumo.
A Sabesp afirmou que não vai se manifestar sobre o assunto. Procurada, a assessoria do governo diz que a conta de fevereiro é referente a dezembro de 2014 e a de março, referente a janeiro de 2015. Após a veiculação da reportagem, a assessoria de imprensa do governo estadual criticou o recorte feito pela reportagem do portal da RedeTV!.
“A reportagem “Conta de água do Palácio dos Bandeirantes sobe 13,4%” erra ao reproduzir a comparação equivocada sobre o consumo de água no Palácio dos Bandeirantes”, afirma em comunicado oficial. Segundo a posição do governo, se um período maior de tempo for analisado com os valores da conta de água do local, será detectada redução de consumo (ver nota na íntegra ao final do texto).
O governo estadual anunciou em dezembro de 2014 uma multa, valendo a partir de 1º de janeiro deste ano, para quem aumentasse o consumo de água. Em uma coletiva de imprensa, Alckmin explicou que o aumento seria da seguinte maneira: quem consumisse até 20% a mais, pagaria 20% a mais, e quem gastasse mais do que 20% teria um aumento na conta de 50%. O percentual seria calculado com base na média de fevereiro de 2013 até janeiro de 2014.
Enquanto isso, o governador tucano continua negando, desde o ano passado, que haja racionamento de água em São Paulo. Nas eleições de 2014, quando Geraldo Alckmin foi reeleito no primeiro turno, com 57% dos votos, ele passou toda a campanha afirmando que não havia e que nem existia a possibilidade de ter racionamento de água no Estado.
No dia 14 de janeiro deste ano, porém, Alckmin assumiu pela primeira vez a falta de água nas casas e comércios de São Paulo. Entretanto, de maneira estratégica. “O racionamento já existe. Quando a ANA (Agência Nacional de Água) determina que você tem que reduzir de 33 para 17 [metros cúbicos por segundo] no Cantareira, é óbvio que você já está em restrição”, afirmou na saída de um evento.
Um dia antes da afirmação, no dia 13 de janeiro, a Justiça havia proibido a multa por aumento no consumo de água que o governo impôs. A justificativa era de que, para a multa existir, seria necessário assumir o racionamento de água. No dia 15 de janeiro, após Alckmin ter dito que “o racionamento já existe” à imprensa e a Justiça ter suspendido a proibição da multa por causa da declaração, ele voltou atrás e afirmou que foi “mal compreendido”.
Apesar das negativas oficiais do Estado, o diretor da Sabesp Paulo Massato chegou a afirmar, em 27 de janeiro, que São Paulo pode passar por um “racionamento drástico”, em que, se não chover, deve ser adotado um rodízio de cinco dias sem água e dois com abastecimento.

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