terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

VOCÊ SABE QUANTO CUSTA O CARNAVAL?

Como todos sabem, nosso país é considerado o país do carnaval. Muito tem-se questionado as despesas decorrentes dos eventos carnavalescos, quando estamos necessitando melhorar a Educação Pública , atendimento no serviço de saúde, melhorar nossa segurança e o que se ouve é a desculpa da falta de dinheiro!

Nos meios de comunicação, em massa, é comum encontrarmos jornalistas e os chamados “especialistas” defenderem que o carnaval dá lucro e que praticamente não se utiliza de dinheiro público (nossas contribuições). Mas, será que a população tem conhecimento do que está sendo gasto e quanto está sendo gasto nestes carnavais? 

As pessoas imaginam que o carnaval ocorre somente no início do ano (geralmente no mês de fevereiro), mas as festas carnavalescas ocorrem praticamente durante todo o ano, principalmente no primeiro semestre do ano. Estou considerando como festas carnavalescas: Prévias carnavalescas, o próprio carnaval em si, as micaretas (conhecidos como carnavais fora de época) e os shows utilizando trios elétricos, as famosas festas de padroeiro(a)s que ocorrem em várias cidades do interior por esse Brasil afora. 

Além da classificação dos tipos de carnavais existentes, estou levando em consideração os tipos de gastos que são realizados para efetivação destas festas. É comum as pessoas levarem em conta somente o dinheiro gasto diretamente por órgãos públicos e privados. Mas, estas festas tem despesas bem maiores do que pensamos e que é percebida pela população, e é bem maior do que os valores informado nos grandes meios de comunicação. 

Vamos classificar as despesas decorrentes destas festas, nas seguintes modalidades: a) despesas diretas; b) despesas indiretas; c) despesas não previstas; d) incômodos decorrentes do carnaval. 

a) Despesas Diretas. Essas despesas são as assumidas pelo poder público e constam nas contas das prefeituras e dos Estados, geralmente como Incentivo a Cultura. Também existe o chamado investimento para o turismo por parte do Ministério do Turismo. Já é conversa corriqueira que o Précaju (Aracaju - SE- Brasil) recebeu, nos últimos anos, alguns milhões do citado ministério. Estranhamente, mesmo estando em um período de seca (a maior dos últimos quarenta anos), algumas prefeituras estão patrocinando carnavais, estando em Estado de Emergência!!!!! 

Alguns casos são emblemáticos, algumas prefeituras e Estados patrocinam blocos e até escolas de samba em outros estados, gerando despesas diretas, que são utilizados fora da área de atuação da administração. As escolas de samba do Rio de Janeiro, em alguns casos, chegam a receber patrocínio de algumas prefeituras, de fora do Rio de Janeiro, quando se prontificam defender um enredo falando da cidade patrocinadora. 

b) Despesas Indiretas. 

Todo o aparato de segurança, de saúde, controle do trânsito e o serviço de limpeza que são utilizados e ficam a disposição desses eventos não são considerados despesas de carnaval e não são questionados pela grande imprensa. A segurança é efetuada pelas respectivas policias (militar, civil, agentes de trânsito e corpo de bombeiros). Na saúde se chega a montar postos de saúdes de emergência com direitos a ambulâncias, médicos e enfermeiros de plantão, e o mais incrível é que nesses postos de saúde não faltam remédios durante os eventos! 

Vale lembrar que os dias de trabalho de médicos, policiais, agentes de trânsito, bombeiros e garis tem os salários pagos pelo contribuinte e portanto é despesa pagas pelo poder público (embora nunca sejam consideradas despesas para esses eventos) 

Temos de acrescentar, que durante esses eventos carnavalescos, toda a rede elétrica é reforçada para garantir uma boa iluminação, são colocados sanitários químicos (geralmente de empresas terceirizadas) e as transmissões pela televisão, algumas, são patrocinadas, pelo poder público, a título de propaganda para reforçar o turismo. 

c) Despesas não previstas 

Estas despesas são decorrentes daqueles casos que oneram o poder público e não estão previstos, mas que sempre ocorrem, como por exemplo: aumento nos acidentes de trânsitos (aumentam as despesas médicas). Esses acidentes, as vezes, derrubam postes de energia (prejuízo material e as pessoas ficam sem energia durante algum tempo), e tem o tratamento dos embriagados que ocupam postos de saúde e vagas nos hospitais. 

Em alguns casos, há a ocorrência de acidentes por morte, brigas utilizando armas de fogo e armas branca (facas), os acidentes de trânsitos (que são muitos) e as vezes os acidentes ocorrem dentro dos próprios ambientes da festa, como o caso de trios elétricos que, por algum motivo, se desgovernam e chegam a causar muitos acidentes, alguns com mortes. 

d) incomodo decorrentes do carnaval 

Quando da realização destas festas, o trânsito dos locais onde ocorrem os eventos são alterados e desviados para outras vias, causando congestionamentos incríveis (pelos menos em Aracaju-SE). Geralmente o som produzido pelos trios elétricos são muitos acimas dos permitidos. O incomodo é tão grande, que parte da população que não curte o carnaval, viajam nos dias de eventos para locais que consideram mais tranquilos. O número de baianos que saem de Salvador para ficarem longe da folia é bem maior que muita gente imagina. Claro que essas informações são escondidas do público. Quanto vale o seu sossego? 

Observações 

Temos de observar, que estou levando em consideração apenas os chamados festejos carnavalescos, mas os argumentos utilizados até o momento, também valem para as Festas Juninas. 

Fico imaginando que toda a grande imprensa e nas redes sociais na internet, o que se mais critica é a qualidade do Sistema Público de Saúde, Educação e Segurança. Mas, será que se o poder público, utilizar grande parte do dinheiro investido nessas grandes festas para melhorar o sistema público a população iria aceitar? ´É bom lembrar que grande parte destas festas, embora sejam financiadas com dinheiro público, são pagas, e portanto a grande maioria das pessoas que curtem o carnaval não são a grande maioria que se utilização da saúde e educação pública. 

O sistema de público só funciona ruim para atenderem os que não tem dinheiro para irem para os carnavais e consequentemente não tem dinheiro para se utilizarem de serviços particulares de Educação, Saúde e segurança. Os que tem dinheiro, pagam para curtirem essas festas e pagam para terem um serviço de saúde e educação de melhor qualidade e só utilizam do serviço público quando estão justamente curtindo estas festas e são justamente nestas festas que tais serviços funcionam bem!!!!

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