sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Carta do Frei Betto

"Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará
> uma única linha contrária aos princípios do Evangelho e da fé cristã."
> Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major
> Lopes, em Belo Horizonte. Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de
> adolescência.
>
> Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo.
> Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no
> cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho. Nada tinha
> de "marxista ateia".
>
> Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar,
> com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao
> pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.
>
> Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois
> anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso
> assegurar que não passa de campanha difamatória -diria, terrorista-
> acusar Dilma Rousseff de "abortista" ou contrária aos princípios
> evangélicos. Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que,
> por ser bispo, ninguém é dono da verdade.
>
> Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo. Dilma, como Lula,
> é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que
> recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus,
> suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que
> "a árvore se conhece pelos frutos", como acentua o Evangelho.
>
> É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na
> dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula
> testemunham a fé que abraçam. Sobre Lula, desde as greves do ABC,
> espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São
> Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o
> socialismo por decreto...
>
> Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos
> miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos
> sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado
> internacionalmente.
>
> Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de
> ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma
> pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se
> encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos
> princípios do Evangelho.
>
> Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não
> respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o
> nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem
> quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus
> semelhantes.
>
> A resposta de Jesus surpreendeu: "Eu tive fome e me destes de comer;
> tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes;
> oprimido, e me libertastes..." (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no
> lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem,
> por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das
> opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.
>
> Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população
> brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita
> presidente, prosseguirá na mesma direção.
>
> FREI BETTO

A CNBB virou comitê de campanha?


Tem a Igreja o direito de imiscuir-se na vida política do país? Para Dom Aldo Pagotto, arcebispo da Paraíba, não. Mas, na prática, não foi isso que ele pregou em discurso de quase 15 minutos que foi disparado esta semana pelas tropas serristas na frente de combate da internet.

Foram dois vídeos de religiosos que se espalharam pelas correios eletrônicos esta semana, pedindo abertamente que suas ovelhas não votassem na candidata do PT sob o surrado argumento de ser a favor do "assassinato de criancinhas", como esbravejou Monica Serra, ela mesma apanhada em flagrante por confidência que fez às suas alunas, em 1992, de que tinha feito um aborto no inicio de sua vida de casada com José Serra, quando ainda viviam no Chile. Mas esse é um direito dela que deve ser respeitado e pelo qual ela não merece ser condenada, como também não tem ela o direito de ofender os que defendem a descriminalização do aborto.

Mas o que interessa mesmo à coluna deste domingo é o discurso de Dom Pagotto em que ele acusa o PT de possuir em seu programa a completa legalização do aborto.

Com um retrato do Papa na parede diante da qual lê o discurso, Dom Pagotto começa dizendo que "engana-se quem pensa que esteja em jogo apenas o dilema da escolha do candidato ou do partido". E mais adiante, para entrar no tema do aborto: "os conceitos de vida e de dignidade humana estão ameaçados no mundo de hoje como nunca se viu". A partir daí, Pagotto desce o pau no PT e na candidata Dilma: "Em 2003, desde que chegou ao poder, o PT assumiu como projeto de governo a completa legalização do aborto no Brasil". E já no encerramento, Pagotto assinala que "não cabe à Igreja imiscuir-se em política partidária, mas é dever alertar os cidadãos na hora de votar...os bispos de São Paulo, a quem aplaudo veementemente, estão seguindo a comunhão profética da Igreja em comunhão com o Papa".

Depois disso parte para o gran finale: "estamos diante de um partido nitidamente comprometido com a instalação da cultura da morte em nosso país e que se utiliza da mentira para enganar eleitores sobre seus verdadeiros propósitos". De fato, Pagotto tem razão: isso não é imiscuir-de em politica, isso é simplesmente fazer da Igreja um partido politico, em perfeita sintonia com a grande imprensa que assumiu com a maior desfaçatez o compromisso de derrotar a candidatura Dilma.

Se alguém quiser assistir o vídeo de Dom Pagoto ( Veja o vídeo ) , embora fortemente eu não recomende. O bispo lê mal, gagueja, tropeça nas palavras e o som é péssimo.

Felizmente, como na mídia, há os setores progressitas que não aceitam essa intromissão indevida e oportunista de alguns religiosos na decisão livre e soberana dos eleitores. E as reações não tardaram. Destaco aqui uma delas, o belo e emocionado depoimento de um professor da USP, católico, que deixo para a relfexão dos leitores neste domingo, a duas semanas do pleito.



A CNBB virou comitê central de campanha?

por Emílio Carlos Rodriguez Lopez*


A Dom Luciano Mendes de Almeida, o amigo verdadeiro dos pobres.


Durante cinco anos fui coordenador do projeto de formação política e comunicação da região Leste 1. Na década de 80, ajudei na campanha de Plínio de Arruda Sampaio a deputado federal e a governador, participei da campanha de Chico Whitacker para vereador e do Plenário Pro Participação Popular na Constituinte e na campanha contra a revisão da Constituição. Também fui um dos coordenadores da Juventude Universitária Católica.

Tenho dois filhos lindos consagrados à Nossa Senhora de Fátima e agradeço a intercessão de Nossa Senhora Aparecida por salvar a vida da minha filha, que com sete dias de existência passou por uma cirurgia cardíaca e mais quarenta e cinco dias na UTI. Por tudo isso e, ainda amar a vida, sempre fui contra o aborto.

Nos últimos tempos, estou assistindo atônito e envergonhado o apoio ostensivo de bispos paulistas ao candidato à Presidente da República, José Serra. O pretexto de tal apoio seria a posição deste cidadão ser contrário ao aborto e defensor da vida. Oras, mesmo para defender esta causa santa não há a necessidade de tanto alarde e exploração mal intencionada do assunto, visto que os quatro principais candidatos têm posição contrária a esta prática.

Recentemente, a Regional Sul-1 da CNBB lançou um manifesto anti-Dilma, acusando-a de defender o aborto. A complacência da CNBB fez com que setores conservadores usassem a autoridade eclesiástica para cercear o direito ao voto dos católicos e, além dos mais, permitiu que se espalhassem boatos maldosos e caluniosos contra uma pessoa.

Esta campanha foi organizada pela Opus Dei, que funciona como um partido clandestino dentro da Igreja Católica contra o PT e Dilma e a favor de Serra. Esse grupo tem como premissa à defesa da vida. Para eles, a Opus Dei, o ato de viver se resume a nascer. Desse modo, para a Opus Dei reduzir a miséria e melhorar as condições de vida de milhões de brasileiros não é promover a vida. Assim como, para eles, também não é promover a vida dar condições para o povo comer carne e ter emprego.

Esta concepção restrita da defesa da vida esconde a intenção da Opus Dei de usar a religião para fins políticos eleitorais e transformar o altar em local de comício para dominar o Brasil. A Opus Dei é uma organização católica de extrema direita que não aceita pobres entre seus membros e que apoiou a ditadura fascista na Espanha e em muitas outras partes do mundo, inclusive no Brasil. Além dos tentáculos econômicos poderosos que levaram a práticas de lavagem de dinheiro no Banco Ambrosiano – caso da Máfia da P2 -, domina Faculdades na Espanha e tem representantes em diversos veículos da mídia, inclusive da brasileira

Por tudo isso, não é possível tolerar que falsos democratas e amantes de ditaduras façam da defesa da vida um pretexto para atacar da forma mais vil um ser humano, lançando sobre uma mulher um leque de grosserias e inverdades.

Essa cabala, aliás, age como o arcebispo de Recife ao excomungar uma menina de 9 anos de idade que foi violentada e daria luz a uma criança. Ocorre que se tivesse o bebê ela poderia falecer durante o parto, visto que fisicamente não tem condições de ter uma criança. Essa menina que já havia sofrido enorme violência ao ser estuprada foi excomungada pelo religioso, assim como toda a equipe médica. Este drama humano mostra a hipocrisia de uma Igreja mais preocupada em punir do que em amar ao próximo. Se a menina morresse, não seria também atentar contra a vida? Quantas mulheres não passam por essa difícil situação e não encontram uma só palavra de amor. Provavelmente só ouvem rancor e ódio, além de sentir o preconceito.

Quem age contra uma criança excomungando-a também age inquisitoriamente contra uma mulher, cujo único pecado é amar os pobres e querer continuar o trabalho do atual presidente que está gerando a prosperidade para os brasileiros e concretizando a vida em abundância, ou seja, concretizar o ideal bíblico da terra onde corre leite e mel. Isto a Opus Dei, uma organização elitista, voltada para os ricos, não perdoa. Por isso, odeiam tanto o Lula e o PT.

Por último, há uma diferença entre o Cristo que carrego dentro de mim e o desta gente. A Opus Dei e setores elitistas da Igreja são os continuadores dos fariseus, doutores da lei, que segundo Jesus Cristo usavam a religião como arma de dominação sobre os mais pobres. Eles se esquecem que Jesus vivia no meio dos mais pobres e humildes, nasceu na manjedoura e não em berço de ouro. Por que será que um simples pescador foi o sucessor de Cristo? E não se esqueçam de que as mulheres, as mais oprimidas naquele tempo, ficaram com Jesus até o fim, entre elas estava uma prostituta, Maria Madalena. Ah, não foram os sumos sacerdotes e os fariseus que condenaram Jesus a morrer na cruz?

Enfim, coberto de cinzas, para expressar a minha vergonha como católico praticante, pergunto que religião é esta que semeia o ódio e não o amor, como manda Jesus?


Observação:

Se quiserem me excomungar, como ameaçou o padre da Canção Nova (ele pensa que estamos na Idade Média), excomunguem. Ao menos, saberei que estou seguindo os passos de outros santos, como São Francisco que sofreu processo de heresia pelo Papado na Idade Média, por pedir uma Igreja simples e despojada de bens materiais.
P.S. - Participo de movimentos na Igreja Católica, desde 1979. Primeiro, na Pastoral de Juventude, onde me tornei coordenador da região Leste 1 da Arquidiocese de São Paulo, na ocasião coordenada por Dom Paulo Evaristo Arns. Lá conheci Dom Luciano Mendes de Almeida e o vi, muitas vezes, ceder a sua cama para um mendigo dormir ou repartir o pão. Este homem foi durante os anos críticos do final da ditadura um exemplo de moderação, o que falta hoje entre os atuais bispos.



* Emílio Carlos Rodriguez Lopez

Hotel confirma reunião de FHC com investidores


O encontro onde FHC teria apresentado as privatizações de Serra a empresários estrangeiros foi no sofisticado Hotel das Cataratas


Um portal de Foz do Iguaçu, oClickfoz, confirmou junto ao Hotel das Cataratas que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso esteve presente em um evento fechado ontem à noite no hotel com a presença de vários estrangeiros.

Segundo o jornalista mineiro Laerte Braga, em seu blog, Brasil Mobilizado, o propósito do encontro seria apresentar a investidores estrangeiros oportunidades de negócios no Brasil, com a privatização de estatais brasileiras no caso de vitória de José Serra.

Ainda segundo Braga, FHC estaria assumindo com os empresários o compromisso de venda de empresas como a Petrobras, Banco do Brasil e Itaipu, em nome de José Serra.

“Cada um dos investidores recebeu uma pasta com dados sobre o Brasil, artigos de jornais nacionais e internacionais e descrição detalhada do que José FHC Serra vai vender se for eleito”, escreveu Laerte Braga. “E além disso os investidores estão sendo concitados a contribuir para a campanha de José FHC Serra, além de instados a pressionar seus parceiros brasileiros e a mídia privada a aumentar o tom da campanha contra Dilma Roussef.”

Ainda segundo o blog, FHC teria dito, logo após ser apresentado pelo organizador do evento Raphael Ekmann, que “se deixarmos passar a oportunidade agora jamais conseguiremos vender essas empresas.”

Raphael Ekmann, ex-gerente comercial da Globosat, é responsável por relações com investidores do Grupo de Investimentos Tarpon. Em 2006, este grupo fez uma oferta hostil para tentar comprar a Acesita, e em 2009, vendeu sua participação na siderúrgica para a Arcelor Mittal.

Braga cita a presença de outras pessoas, como Alice Handy, que vem a ser fundadora e presidente de um grupo privado de investimentos em Charlottesville, nos Estados Unidos, e de Anjum Hussain, diretor de gerenciamento de risco de outro fundo de investimentos que administra US$ 1,6 bilhão.

A jornalista Hildegard Angel afirmou em seu blog no R7, que “o fato é realmente grave e pode ser visto como um ato contra a soberania brasileira e seria importante tanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como o candidato José Serra virem a público esclarecer essa denúncia.”

Manifesto de Cristãos e cristãs evangélicos/as e católicos/as em favor da vida e da Vida em Abundância!

Somos homens e mulheres, ministros, ministras, agentes de pastoral, teólogos/as, padres, pastores e pastoras, intelectuais e militantes sociais, membros de diferentes Igrejas cristãs, movidos/as pela fidelidade à verdade, vimos a público declarar:

1. Nestes dias, circulam pela internet, pela imprensa e dentro de algumas de nossas igrejas, manifestações de líderes cristãos que, em nome da fé, pedem ao povo que não vote em Dilma Rousseff sob o pretexto de que ela seria favorável ao aborto, ao casamento gay e a outras medidas tidas como “contrárias à moral”.
A própria candidata negou a veracidade destas afirmações e, ao contrário, se reuniu com lideranças das Igrejas em um diálogo positivo e aberto. Apesar disso, estes boatos e mentiras continuam sendo espalhados. Diante destas posturas autoritárias e mentirosas, disfarçadas sob o uso da boa moral e da fé, nos sentimos obrigados a atualizar a palavra de Jesus, afirmando, agora, diante de todo o Brasil: “se nos calarmos, até as pedras gritarão!” (Lc 19, 40).

2. Não aceitamos que se use da fé para condenar alguma candidatura. Por isso, fazemos esta declaração como cristãos, ligando nossa fé à vida concreta, a partir de uma análise social e política da realidade e não apenas por motivos religiosos ou doutrinais. Em nome do nosso compromisso com o povo brasileiro, declaramos publicamente o nosso voto em Dilma Rousseff e as razões que nos levam a tomar esta atitude:

3. Consideramos que, para o projeto de um Brasil justo e igualitário, a eleição de Dilma para presidente da República representará um passo maior do que a eventualidade de uma vitória do Serra, que, segundo nossa análise, nos levaria a recuar em várias conquistas populares e efetivos ganhos sócio-culturais e econômicos que se destacam na melhoria de vida da população brasileira.

4. Consideramos que o direito à Vida seja a mais profunda e bela das manifestações das pessoas que acreditam em Deus, pois somos à sua Imagem e Semelhança. Portanto, defender a vida é oferecer condições de saúde, educação, moradia, terra, trabalho, lazer, cultura e dignidade para todas as pessoas, particularmente as que mais precisam. Por isso, um governo justo oferece sua opção preferencial às pessoas empobrecidas, injustiçadas, perseguidas e caluniadas, conforme a proclamação de Jesus na montanha (Cf. Mt 5, 1- 12).

5. Acreditamos que o projeto divino para este mundo foi anunciado através das palavras e ações de Jesus Cristo. Este projeto não se esgota em nenhum regime de governo e não se reduz apenas a uma melhor organização social e política da sociedade. Entretanto, quando oramos “venha o teu reino”, cremos que ele virá, não apenas de forma espiritualista e restrito aos corações, mas, principalmente na transformação das estruturas sociais e políticas deste mundo.

6. Sabemos que as grandes transformações da sociedade se darão principalmente através das conquistas sociais, políticas e ecológicas, feitas pelo povo organizado e não apenas pelo beneplácito de um governante mais aberto/a ou mais sensível ao povo. Temos críticas a alguns aspectos e algumas políticas do governo atual que Dilma promete continuar. Motivo do voto alternativo de muitos companheiros e companheiras Entretanto, por experiência, constatamos: não é a mesma coisa ter no governo uma pessoa que respeite os movimentos populares e dialogue com os segmentos mais pobres da sociedade, ou ter alguém que, diante de uma manifestação popular, mande a polícia reprimir. Neste sentido, tanto no governo federal, como nos estados, as gestões tucanas têm se caracterizado sempre pela arrogância do seu apego às políticas neoliberais e pela insensibilidade para com as grandes questões sociais do povo mais empobrecido.

7. Sabemos de pessoas que se dizem religiosas, e que cometem atrocidades contra crianças, por isso, ter um candidato religioso não é necessariamente parâmetro para se ter um governante justo, por isso, não nos interessa se tal candidato/a é religioso ou não. Como Jesus, cremos que o importante não é tanto dizer “Senhor, Senhor”, mas realizar a vontade de Deus, ou seja, o projeto divino. Esperamos que Dilma continue a feliz política externa do presidente Lula, principalmente no projeto da nossa fundamental integração com os países irmãos da América Latina e na solidariedade aos países africanos, com os quais o Brasil tem uma grande dívida moral e uma longa história em comum. A integração com os movimentos populares emergentes em vários países do continente nos levará a caminharmos para novos e decisivos passos de justiça, igualdade social e cuidado com a natureza, em todas as suas dimensões. Entendemos que um país com sustentabilidade e desenvolvimento humano – como Marina Silva defende – só pode ser construído resgatando já a enorme dívida social com o seu povo mais empobrecido. No momento atual, Dilma Rousseff representa este projeto que, mesmo com obstáculos, foi iniciado nos oito anos de mandato do presidente Lula. É isto que está em jogo neste segundo turno das eleições de 2010.

Com esta esperança e a decisão de lutarmos por isso, nos subscrevemos:

Dom Thomas Balduino, bispo emérito de Goiás velho, e presidente honorário da CPT nacional.
Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Feliz do Araguaia-MT.
Dom Demetrio Valentini, bispo de Jales-SP e presidente da Cáritas nacional.
Dom Luiz Eccel - Bispo de Caçador-SC
Dom Antonio Possamai, bispo emérito da Rondônia.
Dom Sebastião Lima Duarte, bispo de Viana- Maranhão.
Dom Xavier Gilles, bispo emérito de Vina- Maranhão.
Padre Paulo Gabriel, agente de pastoral da Prelazia de São Feliz do Araguaia /MT
Jether Ramalho, Rio de Janeiro.
Marcelo Barros, monge beneditino, teólogo
Professor Candido Mendes, cientista político e reitor
Luiz Alberto Gómez de Souza, cientista político, professor
Zé Vicente, cantador popular. Ceará
Chico césar. Cantador popular. Paraíba/são paulo
Revdo Roberto Zwetch, igreja IELCB e professor de teologia em São Leopoldo.
Pastora Nancy Cardoso, metodista, Vassouras / RJ
Antonio Marcos Santos, Igreja Evangélica Assembléia de Deus - Juazeiro - Bahia
Maria Victoria Benevides, professora, da USP
Monge Joshin, Comunidade Zen Budista do Brasil, São Paulo
Antonio Cecchin, irmão marista, Porto Alegre.
Ivone Gebara, religiosa católica, teóloga e assessora de movimentos populares.
Fr. Luiz Carlos Susin – Secretário Geral do Fórum Mundial de Teologia e Libertação
Frei Betto, escritor, dominicano.
Luiza E. Tomita – Sec. Executiva EATWOT(Ecumenical Association of Third World Theologians)
Ir. Irio Luiz Conti, MSF. Presidente da Fian Internacional
Pe. João Pedro Baresi, pres. da Comissão Justiça e Paz da CRB (Conferência dos religiosos do Brasil) SP
Frei José Fernandes Alves, OP. – Coord. da Comissão Dominicana de Justiça e Paz
Pe. Oscar Beozzo, diocese de Lins.
Pe. Inácio Neutzling – jesuíta, diretor do Instituto Humanitas Unisinos
Pe. Ivo Pedro Oro, diocese de Chapecó / SC
Pe. Igor Damo, diocese de Chapecó-SC.
Irmã Pompeia Bernasconi, cônegas de Santo Agostinho
Cibele Maria Lima Rodrigues, Pesquisadora.
Pe. John Caruana, Rondônia.
Pe. Julio Gotardo, São Paulo.
Toninho Kalunga, São Paulo,
Washingtonn Luiz Viana da Cruz, Campo Largo, PR e membro do EPJ (Evangélicos Pela Justiça)
Ricardo Matense, Igreja Assembléia de Deus, Mata de São João/Bahia
Silvania Costa
Mercedez Lopes,
André Marmilicz
Raimundo Cesar Barreto Jr, Pastor Batista, Doutor em ética social
Pe. Arnildo Fritzen, Carazinho. RS.
Darciolei Volpato, RS
Frei Ildo Perondi - Londrina PR
Ir. Inês Weber, irmãs de Notre Dame.
Pe. Domingos Luiz Costa Curta, Coord. Dioc de Pastoral da Diocese de Chapecó/SC.
Pe. Luis Sartorel,
Itacir Gasparin
Célio Piovesan, Canoas.RS
Toninho Evangelista - Hortolândia/SP
Geter Borges de Sousa, Evangélicos Pela Justiça (EPJ), Brasília.
Caio César Sousa Marçal - Missionário da Igreja de Cristo - Frecheirinha/CE
Rodinei Balbinot, Rede Santa Paulina
Pe. Cleto João Stulp, diocese de Chapecó.
Odja Barros Santos - Pastora batista
Ricardo Aléssio, cristão de tradição presbiteriana, professor universitário.
Maria Luíza Aléssio, professora universitária, ex-secretária de educação do Recife
Rosa Maria Gomes
Roberto Cartaxo Machado Rios
Rute Maria Monteiro Machado Rios
Antonio Souto, Caucaia, CE
Olidio Mangolim – PR
Joselita Alves Sampaio – PR
Kleber Jorge e silva, teologia – Passo Fundo - RS
Terezinha Albuquerque
PR. Marco Aurélio Alves Vicente - EPJ - Evangélicos pela Justiça, pastor-auxiliar da Igreja Catedral da Família/Goiânia-GO
Padre Ferraro, Campinas.
Ir, Carmem Vedovatto
Ir. Letícia Pontini, discípulas, Manaus.
Padre Manoel, PR
Magali Nascimento Cunha, metodista
Stela Maris da Silva
Ir. Neusa Luiz, abelardo luz- SC
Lucia Ribeiro, socióloga
Marcelo Timotheo da Costa, historiador
Maria Helena Silva Timotheo da Costa
Ianete Sampaio
Ney Paiva Chavez, professora educação visual, Rio de janeiro
Antonio Carlos Fester
Ana Lucia Alves, Brasília
Ivo Forotti, Cebs – Canoas - RS
Agnaldo da Silva Vieira - Pastor Batista. Igreja Batista da Esperança - Rio de Janeiro
Irmã Claudia Paixão, Rio de Janeiro
Marlene Ossami de Moura, antropóloga / Goiânia.
Ir. Maria Celina Correia Leite, Recife
Pedro Henriques de Moraes Melo - UFC/ACEG
Fernanda Seibel, Caxias do Sul.
Benedito Cunha, pesquisador popular, membro do Centro Mandacaru - Fortaleza
Pe. Lino Allegri - Pastoral do Povo da Rua de Fortaleza, CE.
Juciano de Sousa Lacerda, Prof. Doutor de Comunicação Social da UFRN
Pasqualino Toscan - Guaraciaba SC
Francisco das Chagas de Morais, Natal - RN.
Elida Araújo
Maria do Socorro Furtado Veloso - Natal, RN
Maria Letícia Ligneul Cotrim, educadora
Maria das Graças Pinto Coelho/ professora universitária/UFRN
Ismael de Souza Maciel membro do CEBI - Centro de Estudos Bíbicos Recife
Xavier Uytdenbroek, prof. aposentado da UFPE e membro da coordenação pastoral da UNICAP
Maria Mércia do Egito Souza agente da Pastoral da Saúde Arquidiocese de Olinda e Recife
Leonardo Fernando de Barros Autran Gonçalves Advogado e Analista do INSS
Karla Juliana Souza Uytdenbroek Bacharel em Direito
Targelia de Souza Albuquerque
Maria Lúcia F de Barbosa, Professora UFPE
Débora Costa-Maciel, Profª. UPE
Maria Theresia Seewer

Escândalo: gráfica da difamação é da irmã do coordenador de Serra

Durante todo o dia de ontem tentei confirmar a informação que havia obtido de duas pessoas diferentes (uma do setor gráfico e outra próxima ao tucanato) a de que a gráfica Pana era da irmã de Sérgio Kobayashi, tucano e um dos principais assessores de Serra nesta campanha, como o leitor pode conferir nesta matéria do IG.
Kobayashi é simplesmente coordenador da infra-estrutura da campanha de Serra. E já foi seu secretário de Comunicação no governo do Estado.
Segundo a fonte do setor gráfico que me disse na tarde de ontem que Arlety Kobayashi era irmã de Sérgio, o buraco ainda é mais embaixo. No mercado, a informação corrente é de que Sérgio é o verdadeiro dono da gráfica, algo que a Polícia Federal poderia investigar a partir da dica deste blog.
Vejam bem, dica. Este é o tipo de coisa difícil de comprovar. Mas como disse, é isso o que circula por aí, segundo e que me foi dito por uma pessoa bem informada do setor.
Só não publiquei ontem que Kobayashi era o irmão de Arlety porque não consegui nenhum documento comprovando e nem ninguém que me falasse isso em on.
Como este não é um blog de boatos e difamações, decidi buscar a confirmação, mas a Folha de S. Paulo de hoje circula com este dado.
Isso confirma o que já era mais do que sabido, a candidatura de Serra está jogando sujo e imprimindo panfletos em todos os cantos da país para caluniar a campanha de Dilma. Ontem no Maranhão circulavam panfletos com seguinte teor: Dilma é lésbica.
Kobayashi não é tucaninho lá dos cantos de não sei da onde. É da coordenação nacional da campanha de Serra.
Nem o mais ingênuo dos petistas, e há muitos, pode acreditar que o panfleto estava ali por obra do acaso.
Se achar conveniente o PT pode, inclusive, encaminhar a solicitação da impugnação da candidatura de Serra.
Acho, porém, que isso o tornaria vítima.
Quando ele tem sido exatamente o contrário.

A seguir, um trecho da matéria da Folha de hoje , que não explica quem é Sérgio Kobayahi.

Gráfica de tucana fez panfletos anti-PT


PF apreendeu 1 milhão de folhetos em empresa que pertence à irmã de um coordenador de campanha de Serra

Apreensão foi decidida pelo TSE após pedido do PT; assessor de Serra e a campanha do tucano negam ligação com caso

BRENO COSTA

DE SÃO PAULO
A Polícia Federal apreendeu ontem, por determinação da Justiça Eleitoral, cerca de 1 milhão de panfletos que pregam voto contra o PT devido à posição favorável à descriminalização do aborto.
A gráfica que imprimia os jornais pertence à irmã do coordenador de infraestrutura da campanha de José Serra (PSDB), Sérgio Kobayashi.
Arlety Satiko Kobayashi é dona de 50% da Editora Gráfica Pana Ltda, localizada no Cambuci, na capital paulista.
A empresária é filiada ao PSDB desde março de 1991, segundo registro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O ministro do TSE Henrique Neves concedeu liminar para a apreensão dos panfletos atendendo a representação do PT para apuração de crime de difamação. O partido também pede investigação sobre quem pagou a impressão do material.
Sérgio Kobayashi atribuiu ontem a uma coincidência o fato de a gráfica Pana ter sua irmã como sócia. A assessoria da campanha de Serra negou qualquer relação entre o candidato e a produção dos panfletos, nem por meio de encomenda, financiamento ou indicação de gráfica.
“A campanha de José Serra não aceita a insinuação de conluio de qualquer tipo entre a atividade eleitoral e a Igreja Católica. É um desrespeito à Diocese de Guarulhos e à própria Igreja imaginar que possam ser correia de transmissão de qualquer candidatura. A Igreja Católica não é a CUT”, diz a nota.
Responsável pelo contato com a gráfica, Kelmon Luís de Souza afirmou que encomendou 20 milhões de panfletos em nome da diocese e que o dinheiro para a impressão veio de “doações pesadas de quatro ou cinco fiéis”.

Outros concursos

PERNAMBUCO

As inscrições estão abertas para o concurso público do Governo do Estado de Pernambuco, que está sendo realizado com o intuito de contratar 82 funcionários, de nível superior, para o cargo de Analista de Controle Interno, os quais irão atuar na SECGE – Secretaria Especial da Controladoria Geral do Estado.
Os salários vão de R$ 2,4 mil a R$ 3,7 mil. Veja o EDITAL.
Candidatos podem se inscrever apenas pela internet, no site www.cespe.unb.br. Interessados podem utilizar os computadores da Cyber Tigre Lan House, que fica em Recife (Rua da Conceição #189). Será cobrada uma taxa de R$ 100. O prazo para inscrições irá até o dia 3 de novembro de 2010.
Inscritos farão provas no dia 19 de dezembro de 2010, na capital do estado do Pernambuco, Recife. Saiba mais no site do CESPE – UNB.

SANTA CATARINA

Concurso Público aberto na Prefeitura de Taió cidade do interior do Estado de Santa Catarina. São 26 vagas de emprego disponíveis para profissionais de nível alfabetizado, fundamental, médio e superior, em diversos cargos. Os salários variam entre R$ 616,72 e R$ 2.023,44.
O período de inscrições está aberto e vai até o dia 10 de novembro de 2010. Os candidatos devem comparecer a sede da Prefeitura Municipal, na Avenida Luiz Bértoli, Nº. 44, no Centro da cidade de Taió, das 8h00 às 12h00, ou remeter a ficha de inscrição pelos Correios. A taxa a ser paga custa R$ 30,00 para cargos de nível fundamental e alfabetizado, R$ 60,00 para nível médio, e R$ 90,00 para nível superior.
Os inscritos serão submetidos a provas no dia 27 de novembro de 2010. As demais informações sobre horários e locais das provas serão divulgadas no site da organizadora: www.lutzconcursos.com.br.

O Concurso Público da Prefeitura de São Francisco do Sul, Estado de Santa Catarina, oferece 112 vagas de emprego em diversos cargos. As oportunidades são para nível fundamental, médio e superior, com salários entre R$ 510,00 e R$ 1.451,96.
O período de inscrições vai até às 16h00 do dia 05 de novembro de 2010, os interessados devem acessar o site da organizadora: www.sociesc.org.br/concursos para se inscrever. A taxa custa R$ 40,00 para nível fundamental, R$ 60,00 para nível médio e R$ 90,00 para nível superior.
A seleção será feita por meio da aplicação de provas objetivas e práticas, dependendo do cargo, no dia 05 de dezembro de 2010. Os horários e locais das provas serão informados no site da organizadora a partir do dia 25 de novembro de 2010.

SÃO PAULO

Começaram as inscrições para o concurso público da Prefeitura de Leme, localizada no Estado de São Paulo. As pessoas interessadas encontram 127 vagas em diversas áreas e níveis de escolaridade. Aqueles que comprovarem alfabetização, poderão concorrer a 20 vagas para limpador de córregos e rios, 2 para coveiro e 4 para servente de pedreiro.
Já para pessoas que possuírem ensino fundamental até a 4° série as oportunidades são para pintor, pintor letrista, borracheiro, eletricista de auto e pedreiro.
Participantes com ensino fundamental completo podem concorrer a vagas para monitor de projetos, agente de controle de vetores, coletor, motorista, motorista de veículo de limpeza urbana, operador de máquinas e tratorista.
Ainda existem vagas para aqueles que possuem nível médio/técnico e superior (confira no edital). A base salarial varia de R$550 até R$6.200. Você pode efetuar a inscrição via site – equipeassessoria.com.br – até a data de 07 de novembro deste ano. A prova acontece em 09 de janeiro de 2011.

Começa no dia 03 de novembro o período de inscrição para o concurso público do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu. O anúncio aconteceu por meio de publicação no Diário Oficial do Estado de São Paulo.
O intuito é preencher 532 vagas, às quais são todas para o cargo de agente de apoio – motorista. As pessoas interessadas em concorrer, devem contemplar as seguintes exigências: ter ensino fundamental completo, possuir Carteira Nacional de Habilitação nas categorias D ou E. A estimativa da base salarial é de que esta fique no valor de R$ 440,31. Os aprovados terão 40 horas de trabalho por semana.
Após o início das inscrições, estas poderão ser feitas via site – www.vunesp.com.br – até o dia 30 de novembro deste ano, e efetuando o pagamento da taxa de participação no valor de R$ 37. A prova objetiva contém 50 questões, e tem data de realização prevista para o dia 30 de janeiro de 2011.

Começaram no dia 16 de outubro as inscrições para o concurso público da Universidade Federal do ABC, localizada em São Paulo. As provas visam o preenchimento de 103 oportunidades para a área técnico-administrativa. Os candidatos poderão escolher entre cargos de nível médio e superior. A função que detém maior número de vagas é o cargo de assistente administrativo, com 56 no total.
Em seguida aparecem ofertas para técnico de laboratório nas seguintes áreas: 4 em bioquímica, 2 em biotério, 2 em edificações, 6 em eletroeletrônica, 1 em eletrônica, 2 em eletrotécnica, 1 em materiais/geral, 3 em informática, 2 em materiais/cerâmica, 1 em materiais/metalurgia, 3 materiais/ polímeros, entre outras. O nível superior contempla chances para enfermeiro, jornalista, engenheiro civil, nutricionista e psicólogo. Os aprovados atuarão nos campus de Santo André ou em São Bernardo do Campo.
As inscrições podem ser feitas via site – ufabc.edu.br – até a data de 06 de dezembro.

Localizada no litoral sul de São Paulo, a Prefeitura de Itanhaém está com as inscrições abertas para o seu concurso público. São ofertadas 297 oportunidades, sendo 250 para agente comunitário de saúde, 30 para agente de combate de endemias, 10 para função de supervisor de agente comunitário de saúde, e outras sete vagas para motorista.
Deste total, 20% estão reservadas para pessoas portadoras de necessidades especiais. A base salarial varia de acordo com a função exercida e vai de R$ 567 até R$ 999. Os aprovados ter uma carga de trabalho de 40 horas por semana.
As pessoas interessadas em participar devem acessar ao link – www.institutocetro.org.br – e efetuar a inscrição até às 18 horas do dia 05 de novembro de 2010. A taxa de participação tem um custo de R$ 16 para supervisor e R$ 10 para os demais cargos. A prova objetiva ocorrerá no dia 19 de dezembro.
Leia o edital para mais informações.

TOCANTINS

Candidatos que pretendem concorrer a umas das 5 vagas de emprego oferecidas pelo concurso público que está sendo realizado pela Câmara Municipal de Talismã (TO) podem efetuar suas inscrições, somente no site www.idescassessoria.org.br, até o dia 8 de novembro de 2010.
As vagas são para os níveis fundamental, médio e superior. As taxas de inscrição custam de R$ 35 a R$ 85, dependendo do cargo, e os salários variam entre R$ 510 e R$ 1,5 mil. Veja a lista completa de cargos acessando o EDITAL.
No dia 5 de dezembro de 2010 os candidatos farão as provas. Maiores informações no site do IDESC – Instituto de Desenvolvimento Sócio-Cultural e Cidadania.
Talismã tem uma população de pouco mais de 2 mil habitantes e fica no sul do estado do Tocantins. A economia da cidade é voltada principalmente para a agropecuária.

RONDÔNIA

A Prefeitura e a Câmara Municipal da cidade de Corumbiara, Estado de Rondônia, abriram inscrições para Concurso Público. São 86 vagas disponíveis para diversos cargos de nível fundamental, médio e superior, com salários entre R$ 550,80 e R$ 6.804,00.
A taxa de participação será de R$ 40,00 para nível fundamental, R$ 50,00 para nível médio e R$ 60,00 para nível superior. Os candidatos devem efetuar inscrição acessando o site da organizadora: www.institutoexatus.com até o dia 31 de outubro de 2010.
Os locais das provas serão informados no dia 11 de novembro de 2010 na sede da Prefeitura e da Câmara Municipal de Corumbiara-RO e no site da organizadora. As provas escritas serão aplicadas no dia 21 de novembro de 2010, as provas práticas no dia 12 de dezembro de 2010.
Leia o Edital.

MINAS GERAIS

A Prefeitura de Nova Era no Estado de Minas Gerais abriu concurso para o provimento de 182 candidatos de nível fundamental, médio, médio-técnico e superior. Entre os cargos ofertados estão os de técnico em enfermagem, assistente administrativo, servente escolar, auxiliar de biblioteca, monitor de atividade recreativa, assistente social, médico e professor em diversas áreas entre outros.
Inscreva-se até o dia 10 de novembro de 2010 pelo site www.idecan.org.br e garanta salários de R$ 520,00 até R$ 6.500,00. Os valores das taxas de inscrição variam de R$ 25,00 a R$ 60,00 e a prova objetiva será realizada nos dias 11 e 12 de dezembro de 2010.

A Prefeitura de Padre Paraíso, Estado de Minas Gerais, abriu 118 oportunidades de emprego em Concurso Público. As vagas oferecidas são para diversos cargos de nível alfabetizado, fundamental, médio e superior, com salários entre R$ 510,00 e R$ 1.800,00.
O período de inscrições será de 01 a 21 de dezembro de 2010, os candidatos devem se inscrever acessando o site da organizadora: www.agoraconsultoria.srv.br. Quem preferir poderá se inscrever pessoalmente, basta comparecer à Secretaria Municipal de Educação, Rua Pref. Orlando Tavares nº 120, Centro, em dias úteis das 8h00 às 16h00.
Os candidatos devem pagar taxa de inscrição cujo valor fica entre R$ 35,00 e R$ 100,00, dependendo do cargo. A seleção será feita através de provas objetivas no dia 16 de janeiro de 2011, além de prova de títulos e comprovação de requisitos e exames médicos.

Apoio total a Dilma

Dilma: vou garantir avanços das universidades públicas


Reunidos em frente à Universidade Federal do Paraná, um belo prédio de 1912 no centro de Curitiba, militantes e eleitores festejaram a chegada da candidata à presidência Dilma Rousseff, que teve dificuldade para andar poucos metros até o carro aberto pronto para conduzi-la pelo calçadão do comércio da Rua XV de Novembro.

Dilma desapareceu no meio da multidão de militantes até ressurgir no alto do carro para alegria de quem, até então, não a tinha visto. Cercado pelo povo, o carro evoluiu lentamente.

“Peguei na mão da Dilma”, gritava, eufórico, o estudante de Filosofia José Antônio Guimarães, tentando fazer inveja aos colegas. “Estou dando minha contribuição para a história do Brasil”, completou.

Antes de deixar o centro de Curitiba, a candidata saudou a militância e pediu o voto dos paranaenses. “Podem ter certeza que serei uma presidenta comprometida com o desenvolvimento do Paraná”, afirmou.

Dilma disse ainda que continuará cuidando do ensino superior. “Vou garantir o desenvolvimento das universidades públicas”, acrescentou.

No município de Pinhais, região metropolitana de Curitiba, a candidata participou de uma carreata que mobilizou dezenas de veículos e chamou a atenção do comércio local.

Dilma é uma mulher preparada para ser presidente, diz Cabral


Em entrevista ao Dilma 13, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, falou sobre a importância de eleger Dilma presidente. O governador destacou o sucesso da parceria do governo local com o governo federal em ações de combate à violência, saúde e educação. Para Cabral, eleger Dilma representa a continuidade dessa parceria, fundamental para o desenvolvimento e progresso do estado.

Assista aos principais trechos da entrevista transmitida ao vivo, pelo Dilma13, na última segunda-feira, no Rio:

Ibope: Dilma aumenta vantagem no 2º turnoA

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, está 11 pontos porcentuais à frente de José Serra (PSDB), segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada nesta quarta-feira, 20. A petista tem 51% das intenções de voto contra 40% de José Serra (PSDB). Votos brancos e nulos somam 5% e 4% não sabem ou não responderam.

Considerando-se apenas os votos válidos (excluídos nulos, brancos e eleitores indecisos), Dilma teria 56% contra 44% do tucano.

A petista quase dobrou a diferença em relação ao tucano registrada na pesquisa anterior, realizada entre os dias 11 e 13 de outubro. Naquele levantamento, Dilma tinha 49% das intenções de voto (53% dos votos válidos) contra 43% de Serra (47% dos votos válidos). No primeiro turno, a candidata do PT teve 46,9% dos votos válidos, contra 32,6% do adversário.

A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 20 de outubro e está registrada no TSE sob o protocolo 36476/2010. Foram realizadas 3010 entrevistas em 201 municípios de todo o País. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Não há relação da campanha com quebra de sigilo, diz Polícia Federal


O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa (na foto acima), e o delegado Alessandro Moretti informaram hoje que jamais houve qualquer envolvimento da campanha de Dilma Rousseff com a quebra de sigilos fiscais de pessoas ligadas ao PSDB. Segundo eles, a investigação está em fase de conclusão e não existe vínculo do caso com a disputa eleitoral de 2010.

A PF esclareceu que os dados fiscais dos tucanos e seus parentes foram obtidos pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr, durante a apuração de uma reportagem para o jornal Estado de Minas. Segundo o repórter, todas as despesas para obter informações foram custeadas pelo jornal mineiro - que, no final de 2009, recebeu cópia de todos os dados levantados.

Amaury Ribeiro disse à Polícia Federal que iniciou sua investigação quando soube, em 2007, que um grupo de inteligência ligado ao deputado federal Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) e, consequentemente, ao então governador José Serra (PSDB) estaria monitorando o governador mineiro Aécio Neves.

O jornalista recebeu os dados fiscais de pessoas ligadas ao PSDB no dia 8 de outubro de 2009. Essas informações foram obtidas por meio de despachantes que fazem trabalhos na Junta Comercial de São Paulo. Amaury Ribeiro trabalhou no jornal Estado de Minas até o final de 2009.

“O jornalista afirma que iniciou a investigação para identificar quem eram essas pessoas e afirma que era funcionário do [jornal] Estado de Minas. Ele iniciou um processo de investigação para detectar quem era o grupo e tinha os suspeitos ligados a Marcelo Itagiba que, conforme suas fontes, trabalharia para José Serra”, explica Moretti.

Perguntado pelos jornalistas, o delegado não informou se o trabalho de Amaury Ribeiro fazia parte de uma disputa interna do PSDB entre Aécio Neves e José Serra. A polícia ainda está investigando o caso e, durante 120 dias, foram ouvidas 37 pessoas em mais de 50 depoimentos, que resultaram, até o momento, em sete indiciamentos.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

FHC e A VENDA DO BRASIL – A GLOBO ESTÁ NO MEIO

Neste momento que escrevo, domingo, 21h31m, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está falando, em inglês, para 150 investidores estrangeiros no Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu.

O evento é fechado, a fala de FHC está se dando em um jantar e o assunto é a privatização da PETROBRAS, de ITAIPU e do BANCO DO BRASIL, além de outras “oportunidades” de negócios no Brasil.

FHC está assumindo com os empresários o compromisso de venda dessas empresas em nome de José FHC Serra.

A idéia inicial dos organizadores de realizar o evento no Hotel Internacional foi afastada para evitar presença de jornalistas.

Cada um dos investidores recebeu uma pasta com dados sobre o Brasil, artigos de jornais nacionais e internacionais e descrição detalhada do que José FHC Serra vai vender se for eleito.

E além disso os investidores estão sendo concitados a contribuir para a campanha de José FHC Serra, além de instados a pressionar seus parceiros brasileiros e a mídia privada a aumentar o tom da campanha contra Dilma Roussef.

Segundo FHC disse a esses empresários logo após ser apresentado pelo organizador do evento, “se deixarmos passar a oportunidade agora jamais conseguiremos vender essas empresas”.

Para o ex-presidente é fundamental a participação desses grupos na reta final de campanha. A avaliação de FHC é que a campanha de Dilma sofreu um golpe com a introdução do tema religioso (o que foi deliberado pelos tucanos para desviar a atenção das pessoas dos reais objetivos do candidato José FHC Serra). É preciso, na concepção do ex-presidente arrematar o processo derrotando a candidata e impedindo-a de respirar nessa reta final.

O acordo com empresários internacionais em Foz do Iguaçu envolve a instalação de uma base militar norte-americana na região, desejo antigo dos governos dos Estados Unidos.

O corretor da venda do Brasil, FHC, com toda certeza, está acertando também a comissão (propina) a ser paga caso o negócio venha a se concretizar, ou seja, a eleição de José FHC Serra.

Para o ex-presidente também não há grandes problemas com a mídia privada “sob nosso controle”, mas é preciso evitar a divulgação de notícias mesmo que sejam pequenas ou de pequenos fatos e que possam prejudicar o projeto de venda do Brasil.

Esse tipo de evento, essa fala de FHC é característica da fala de agente estrangeiro e mostra a desfaçatez tucana em relação ao Brasil e aos brasileiros.

No mesmo momento em que o corrupto e venal José FHC Serra debate com Dilma Roussef na REDE TEVÊ e fala sobre trololós petistas, FHC, seu mentor e principal corretor de vendas de empresas públicas brasileiras, negocia traiçoeiramente a entrega de patrimônio público a esses investidores.

É a opção que os brasileiros temos diante de nós.

Ou caímos de quatro e abrimos mão de nossa soberania ou resistimos e rejeitamos a quadrilha tucana.

Desafio qualquer tucano, qualquer DEM, qualquer pilantra tipo Roberto Freire, quem quer que seja, a desmentir esse fato. O evento em FOZ DO IGUAÇU e sua natureza, a venda do BRASIL!

CORRENTE DO BEM:

Nestas eleições não divulgue mentiras, enganações e maldades

O agente estrangeiro que organizou o evento em Foz do Iguaçu, Hotel das Cataratas, onde FHC está acertando a venda da PETROBRAS, de ITAIPU e do BANCO DO BRASIL é RAFHAEL EKCMANN, que no momento ocupa o cargo de COMMERCIAL MANAGER da GLOBOSAT (serviços financeiros).


A GLOBO está no meio, é sócia do grupo MURDOCH na GLOBOSAT.


E enquanto isso José FHC Serra vai mentindo e distraindo o povo brasileiro. FHC comete a traição pelas costas e seu pupilo mente na REDE TEVÊ. O ex-presidente continua falando aos investidores no jantar no Hotel das Cataratas.


É um fato grave, um ato de traição.


A propósito disso não custa lembrar que em 2002 o então presidente FHC mandou o BNDES dar à GLOBO 250 milhões de dólares numa assembléia de aumento de capital da GLOBOSAT, além de encaminhar ao Congresso a proposta de participação de capital estrangeiro em empresas de rádio e televisão, como parte do acordo para que a rede apoiasse José FHC Serra.


Estão de volta os bandidos. Tentando tomar o Brasil a qualquer custo.


Laerte Braga

Editorial: O desmoronamento moral de José Serra

Em 16 de outubro, a sociedade brasileira tomou conhecimento de dois fatos emblemáticos desta campanha. Em São Paulo a polícia apreendeu em um gráfica 2,1 milhões de panfletos clandestinos contra Dilma a acusando de apoiar o aborto. Na edição de hoje a Folha de São Paulo traz matéria revelando que Mônica Serra, mulher de Serra, fez um aborto de um filho do candidato.

O encontro destes fatos é emblemático por vários motivos. Em primeiro lugar, por a Folha de São Paulo demorar uma semana, após Sheila Canevacci, ex-aluna de Mônica Serra revelar o fato na internet. Uma semana de silêncio ensurdecedor da grande mídia de um fato decisivo sobre um tema trazido pela candidatura do próprio Serra ao centro do debate sucessório. Uma semana em que a blogsfera desvendava sozinha todo o caso, com outras alunas detalhando o relato de Mônica. Com nomes e sobrenomes ( Kátia Figueiredo, que mora atualmente na Suécia, Ana Carla Bianchi, Ana Carolina Melchert e Érika Sitrângulo Brandeburgo, entre outras estudantes, residentes aqui no país). Do resto da mídia nem uma palavra. Do Jornal Nacional nem um frame.

O relato não tem nada de sensacionalista, ao contrário, é repleto de humanidade:

Contou que, nas aulas, as alunas se sentavam em círculos, criando uma situação de intimidade. Enquanto fazia gestos de dança, Monica explicava como marcas e traumas da vida alteram movimentos do corpo e se refletem na vida cotidiana.
Segundo a ex-estudante, as pessoas compartilhavam suas histórias, algo comum em uma aula de psicologia.
Nesse contexto, afirmou, Monica compartilhou sua história com o grupo de alunas. Disse ter feito o aborto por causa da ditadura.
Ainda de acordo com a ex-aluna, Monica disse que o futuro dela e do marido, José Serra, era muito incerto.
Quando engravidou, teria relatado Monica à então aluna, o casal se viu numa situação muito vulnerável.
"Ela não confessou. Ela contou", diz Sheila Canevacci.

Outra aluna:

- Eu confirmo aqui o depoimento da Sheila Ribeiro. Foi aquilo mesmo. A professora Monica Serra nos relatou que havia feito um aborto em um período difícil da vida do casal, durante a ditadura militar. Foi um fato tocante, que marcou a todas nós. Lembro-me que o assunto surgiu quando ela falava sobre a dissociação do corpo e a imagem corporal, que até hoje dirige meu comportamento – disse.

Este fato dramático na vida de qualquer casal não deveria jamais frequentar as páginas do noticiário político, não fosse o fato do próprio casal casal ter transformado a campanha eleitoral em uma cruzada de moralismo tão oportunista quanto (sabemos agora) hipócrita. Uma campanha de panfletos apócrifos, de Mônica falando a um eleitor que Dilma é a favor de matar criancinhas, do obscurantismo cultivado pelos métodos mais baixos.

Podemos não saber o tamanho eleitoral que Serra sairá desta eleição, mas sua estatura moral, sim. E ela é nenhuma.

Marina, onde você estava quando o FHC te perseguiu ?


Na foto, detalhe da comemoração dos 500 anos do FHC/ACM

Acho que é o caso de lembrar a Marina de onde ela estava em abril do ano 2.000.

No dia 22 de abril de 2.000 ela estava na estrada que liga Santa Cruz de Cabrália a Porto Seguro, junto com 3.600 indígenas, de mais de 180 povos, militantes do movimento negro, quilombolas, miltantes do MST, estudantes, mulheres, militantes de inúmeros movimentos populares e sindicais, talvez mais de 10 mil ao todo, de todo o Brasil.

Ela tinha falado no Quilombo, que era o acampamento coletivo, no dia anterior, para alguns destes milhares de militantes.

No dia 22 de abril, logo pela manhã, foi desatada a repressão sobre todos e todas.

O Fernando Henrique estava na Cidade Alta de Porto Seguro, comemorando com o Presidente de Portugal.

Na estrada, a policia do Antonio Carlos Magalhães e as tropas do FHC jogavam bombas de gás, arrastavam negros pelos cabelos, espancavam indígenas e prendiam estudantes.

Havia helicópteros e lanchas da Marinha no cerco.

Um indígena se jogou no chão da estrada, em frente dos soldados, que passaram por cima dele.
Encontrei a Marina com sua assessora Áurea, perdidas na estrada, escutando bombas e tiros próximos.
Coloquei as duas no meu carro, para escapar dali protegendo-as.
Dentro do carro, a Marina falou calmamente que, se respirasse aquele gás, poderia morrer.
Virei o carro para pegar um caminho de terra e ir em direção da praia.
Ela pediu que não fosse, porque tinha visto soldados irem para a praia perseguindo estudantes.
Voltei com o carro prá estrada e levei a Marina até local seguro, longe da repressão e das bombas.
Emocionado porque, segundo a nossa Senadora, eu talvez tivesse acabado de salvar sua vida.
Acho bom ela lembrar deste episódio neste momento, para pensar de que lado ela sempre esteve, e de que lado deve estar agora.

um abraço fraterno

Paulo Maldos ( ex-assessor do CIMi – Conselho Indigenista Missionário)

Aos números, senhores do PT! Aos números! - Novos dados


Esse debate não é de quem é a favor ou contra o aborto (essa discussão deve ter seu momento adequado e com a ampla participação da sociedade civil. Aguém aí já perguntou às mulheres o que elas pensam? Só vejo macho falando daqui, vaticinando dacolá, sem sequer ter a graça da maternidade ou desgraça dela, conforme o caso. Só ouço macho falando besteiras. Macho que não sabe o que é abrir as pernas para um rebento vir ao mundo com amor, ou fechá-las porque o tal rebento é fruto de um estupro ou pode ser capaz de tirar a vida da mãe. Ouço, também, a hipocrisia de algumas mulheres que, sabendo que o peixe podre não é seu, diz que está fedendo).

Esse debate, também, não é o da mistificação religiosa (o tempo do obcurantismo já se foi, mas tentam revivê-lo em proveito próprio e estamos caindo nesse trololó, como diz um certo fascista).
Esse debate eleitoral deve ser conduzido a partir do que foi feito no Brasil e pelo Brasil dos brasileiros nos governos FHC (que $ERRA representa) e LULA (que Dilma incorpora). Chega de empulhação!


A discussão é plebiscitária!


Acorda, PT, deixem de ser bocós!


É isso que $ERRA e o PSDB querem...!


Eu quero que o BRASIL CONTINUE A SER DOS BRASILEIROS COM DILMA ROUSSEFF PRESIDENTA! Estamos fazendo nossa parte, façam a de vocês!



Mais concursos

PARANÁ

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UFTPR) está com as inscrições abertas para o concurso destinado a preencher 16 vagas. As oportunidades são destinadas ao cargo de Magistério Adjunto – Classe Adjunto. Todas as oportunidades são destinadas a cidade de Ponta Grossa.
Poderão se inscrever candidatos que tenham diplomas de graduação reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) e de pós-graduação de curso credenciado pela Capes. Os candidatos poderão conferir a lista completa de áreas em que os candidatos poderão se inscrever pelo site www.utfpr.edu.br/concursos.
A inscrição também será feita pelo mesmo site, sendo que elas deverão ser feitas até dia 10 de novembro.

RIO DE JANEIRO

A Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), no Rio de Janeiro, abriu concurso destinado a preencher 1.148 vagas na instituição. As vagas são divididas entre as áreas de educação, administração, engenharia e saúde escolar. Poderão participar desta seleção profissionais que tenham nível médio ou superior. Os vencimentos das vagas deste edital variam entre R$ 955,77 a R$ 2.681,09.
Os interessados poderão concorrer aos cargos de administração, contabilidade, marketing, produção de áudio e vídeo, eventos, produção de moda, publicidade, edificações, gerência em saúde, enfermagem, enfermagem do trabalho, entre outros.
Para conferir a lista completa de vagas os candidatos devem consultar o edital completo de abertura disponível aqui.
As inscrições devem ser feitas também pelo site indicado acima, até o dia 17 de novembro. A taxa de inscrição varia entre R$ 45 e R$ 70.

SÃO PAULO

A Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) anunciou esta semana que promoverá concurso público destinado a preencher vagas para o cargo de Coletor de Dados. Todas as oportunidades são destinadas a profissionais que tenham Ensino Médio completo.
A instituição escolhida para organizar a seleção pública foi a CKM Serviços. Segundo o comunicado da instituição, o concurso deve ser finalizado em um prazo de cem dias, o que significa que o edital devem ser publicado ainda este mês.
Os selecionados trabalharão por 40 horas semanais. O pagamento destes profissionais é feito por produção, sendo que atualmente, os coletores recebem R$ 17,74 a cada domicílio visitado, o que equivale, em média, a R$ 2.100 mensais.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O MANIFESTO DAS MULHERES – ELAS ESTÃO COM DILMA

Somos milhões de mulheres como Dilma



A onda de difamação e boataria que tem marcado a campanha contra a candidata a presidente Dilma Rousseff é um enorme retrocesso na vida política do país.



Vemos, indignadas, as tentativas de desqualificá-la e de transformar uma campanha democrática em uma “guerra suja”.



Comprovamos, indignadas, como as camadas mais retrógradas da sociedade brasileira não suportam as transformações que o governo Lula – com Dilma – trouxe para o país. Fazendo-o crescer com distribuição de renda e mais justiça social. Mais educação. Mais emprego e moradia. Mais saúde. Mais cultura. Mais comida na mesa dos brasileiros.



Como os ataques e boatos contra a Dilma têm sido, sobretudo, dirigidos a ela em sua condição de mulher, queremos aqui, ao lado de milhões de mulheres brasileiras, defendê-la.



Somos mulheres cidadãs, trabalhadoras, independentes, profissionais, donas de casa. Somos mulheres de todos os feitios, profissões e crenças. Somos mulheres de todas as idades: jovens, filhas, mães, avós e bisavós. Muitas entre nós foram, como Dilma, presas, torturadas, perseguidas, viveram no exílio, na clandestinidade. Muitas, entre nós, viveram, como ela, o mesmo processo de luta contra a Ditadura Civil-Militar que por 21 anos esmagou e envergonhou nosso país. Muitas, entre nós, viveram, como a Dilma, todo o processo de luta que nos trouxe ao país de agora que ela está ajudando a construir. Somos todas Marias, Clarices, Dilmas e Severinas.



Queremos a continuidade das transformações pelas quais o país vem passando. Queremos uma vida melhor para todos os brasileiros. Queremos homens, mulheres, jovens e crianças vivendo felizes em um país de tolerância e justiça social.



O que decidiremos, no dia 31 de outubro, é o aprofundamento dessa alternativa de crescimento com justiça social, ou o retrocesso de crescer concentrando renda e aumentando a miséria do país. É isso o que está em jogo. Por isso, queremos Dilma como presidente!



São Paulo, 16 de outubro de 2010

Lula: 'falta caráter' e 'hombridade' na campanha de Serra

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de "vergonha" e de "falta de caráter" a campanha tucana à Presidência da República.

Em um comício hoje à noite em São Miguel Paulista, na zona Leste de São Paulo, Lula acusou os adversários de mentir e difamar a candidata do PT, Dilma Rousseff, e lembrou que, em suas primeiras campanhas eleitorais, também teria sido alvo de preconceito.

- É uma vergonha a campanha do nosso adversário em ataque à companheira Dilma Rousseff. É uma vergonha o preconceito contra a mulher. É uma vergonha os ataques e o preconceito contra a Dilma na internet - disse o presidente, que continou:

- Estão mentindo e difamando, na perspectiva de que as pessoas acreditem nas mentiras e eles ganhem as eleições.

Aumentando o tom da crítica, o presidente acusou a campanha tucana de falta de caráter e de hombridade:

-É uma vergonha. É falta de caráter e de hombridade das pessoas que tentam abusar da boa-fé do povo.

Apesar do discurso severo, Lula aproveitou para fazer um trocadilho com o nome do candidato José Serra (PSDB):

-Nós que trabalhamos para que o Brasil subisse ladeira acima, não podemos permitir que nas eleições o Brasil desça serra abaixo - disse Lula, que também tentou desconstruir o mote da campanha tucana de que Dilma seja uma mulher desconhecida:

-Eu conheço o outro há 30 anos. Essa mulher eu só conheço há oito anos e nesses oito anos eu aprendi. Ela é muito mais competente e melhor para o Brasil do que o nosso adversário.

Usando duas vezes a expressão "se Deus quiser", Dilma pediu votos aos eleitores e acusou o PSDB de querer privatizar o pré-sal:

- Querem privatizar o pré sal. Para quem querem privatizar o pré sal? Querem entregar para as empresas estrangeiras. Vamos dizer um grande não para a privatização do pré sal. Naaaão_ disse Dilma, ao lado de um dirigente da FUP (Federação Única dos Petroleiros).

Tatiana Farah e Jaqueline Falcão

Carta de Dilma para Marina Silva e Partido Verde

Brasília, 14 de outubro de 2010.

Senadora
Marina Silva

Prezada Marina,

Quero, por seu intermédio, fazer chegar à direção do Partido Verde meus comentários sobre a Agenda por um Brasil Justo e Sustentável, que foi entregue à coordenação de minha campanha.
Antes de tudo, saúdo a iniciativa de condicionar o posicionamento de seu partido a uma discussão de caráter programático. Ela é necessária e oportuna, sobretudo quando se verifica uma lamentável tentativa de mudar o foco do debate eleitoral para questões que, tendo sua relevância como temas de sociedade, não estão, no entanto, no centro da reflexão que o país necessita realizar para definir seu futuro.

Reiterando meus cumprimentos pelo expressivo resultado que sua candidatura obteve no primeiro turno das eleições, quero dar às observações que seguem um sentido que transcende em muito uma dimensão estritamente eleitoral. Nosso diálogo tem um significado futuro. Envolve as condições de governabilidade do país.

As observações que seguem refletem nossa primeira percepção da Agenda. Elas deverão ser objeto de novos aprofundamentos.

Transparência e ética

O Governo atual tem-se empenhado em garantir a mais absoluta liberdade de imprensa no país, posição com a qual me encontro pessoal e partidariamente comprometida.

Por outro lado, as avançadas medidas de transparência de informações sobre a execução orçamentária e de contratos deverão ser aprofundadas com rapidez nos próximos anos.

Reforma Eleitoral

Tenho dito que este tema é fundamental para o amadurecimento da democracia no país. Sendo questão a ser tratada no âmbito do Congresso Nacional, considero que a Presidência da República não deve estar alheia ao tema. Penso que, sobre a maior parte das questões, estamos de acordo e que a forma definitiva que deve assumir a reforma política tem de ser resultado de amplo acordo envolvendo o bloco de sustentação do Governo, partidos que nele não estejam incluídos e, igualmente, as oposições.

Educação para a sociedade do conhecimento

Manifestamos nosso acordo com todos os pontos deste item.

Segurança Pública

Em sintonia com o sentimento da sociedade brasileira, temos dado especial atenção aos temas da segurança. Temos insistido - na contramão de outras propostas - que a segurança pública não se esgota nas ações repressivas, mas deve ser complementada por políticas públicas em regiões onde o Estado esteve e ainda está ausente. No plano puramente repressivo, defendemos o fortalecimento de ações de inteligência e o emprego de modernas tecnologias. O Governo Lula instituiu, no âmbito do Pronasci, a Bolsa PROTEJO, que beneficia jovens em processo de formação. Concordamos em que uma melhor remuneração dos policiais é fundamental para garantir a dedicação exclusiva a suas funções. Um primeiro passo foi dado a partir de 2008, com a instituição da Bolsa Formação, que beneficiou desde sua criação mais de 350 mil policiais. A necessidade indiscutível de um piso nacional de remuneração para policiais tem de ser objeto de um pacto entre a União, os Estados e os Municípios. Essas e outras questões deverão ser objeto de uma PEC a ser enviada no menor prazo possível, consultados os entes federativos. Meu programa prevê a revisão do modelo atual de segurança pública e a institucionalização de um Sistema Único de Segurança Pública.

Mudanças climáticas, energia e infraestrutura

Expressando nossa concordância com a maior parte dos pontos contidos neste item, considero que há questões que devem ser objeto de aprofundamento e/ou negociação.

É o caso da criação de uma Agência Reguladora para a Política Nacional de Mudanças Climáticas. Mas temos acordo quanto à necessidade de um arcabouço institucional capaz de coordenar, implementar e monitorar iniciativas nesse setor.

A supressão do IPI sobre a fabricação de veículos elétricos e híbridos deve ser compatibilizada com nossa produção de etanol e nossa capacidade de geração elétrica. Pode-se propor política tributária diferenciada para veículos e outros bens que emitam menos GEE.

A proposta de moratória sobre a criação de novas centrais nucleares exige aprofundamento à luz das necessidades estratégicas de expansão de nossa matriz energética.

Seguridade Social: saúde, assistência social e previdência

Há concordância com todos os itens, com ressalva quanto à redução, no curto prazo, da população de referência para o PSF, pois implicaria aumentar as necessidades de profissionais além de uma capacidade imediata de resposta do sistema.

Proteção dos biomas brasileiros

Nosso Programa dá ênfase à proteção dos biomas nacionais. Por essa razão, estamos de acordo com a meta de incluir 10% dos biomas brasileiros em unidades de conservação A proposta de desmatamento de vegetação nativa primária e secundária em estado avançado de regeneração merece precisão.

Estamos de acordo sobre a prioridade de proteção da Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica, dentro de uma estratégia ambientalmente sustentável de ocupação e uso do solo e inclusão social.
Da mesma forma, é nossa prioridade a ação consistente na recuperação de áreas degradadas, a exemplo do Programa Palma de Óleo, na Amazônia.
Consideramos excelente a proposta de um Plano Nacional para a Agricultura Sustentável.

Sobre o Código Florestal, expresso meu acordo com o veto a propostas que reduzam áreas de reserva legal e preservação permanente, embora seja necessário inovar em relação à legislação em vigor. Somos totalmente favoráveis ao veto à anistia para desmatadores.

Gasto público de custeio e Reforma Tributária

Estamos de acordo com todos os itens.

Consideramos necessário afastar-nos de um conceito conservador de custeio que traz embutida a noção de Estado mínimo. A eficiência do Estado está ligada à qualificação dos servidores públicos. Daremos prioridade ao provimento de cargos com funcionários concursados.

Política Externa

Há acordo total com o expresso no documento.

Enfatizamos a necessidade de garantir presença soberana do Brasil no mundo, de fortalecer os laços de solidariedade com os países do Sul, em especial os da América Latina, com os quais compartilhamos história e valores comuns e estamos ligados pela necessidade de defesa de um patrimônio ambiental comum. Defendemos, igualmente, a necessidade de lutar pela reforma e democratização dos organismos multilaterais.

Fortalecimento da diversidade socioambiental e cultural

Pretendo dar continuidade e profundidade às políticas que foram seguidas neste campo pelo Governo do Presidente Lula.

Com apreço,
Dilma Rousseff

Quem é Paulo Preto

Na noite do domingo 10, ao fim do primeiro bloco do debate da TV Bandeirantes, o mais acalorado da campanha presidencial até agora, cobrada pelo adversário tucano José Serra sobre as denúncias contra a ex-ministra Erenice Guerra, a petista Dilma Rousseff revidou: “Fico indignada com a questão da Erenice. Agora, acho que você também deveria responder sobre Paulo Vieira de Souza, seu assessor, que fugiu com 4 milhões de reais de sua campanha”. Serra nada disse – ou “tergiversou”, como acusou a adversária durante todo o encontro televisivo –, e o País inteiro ficou à espera de uma resposta: quem é Paulo Vieira de Souza?

Numa eleição em que o jornalismo dito investigativo só atuou contra a candidata do governo, Dilma Rousseff serviu como “pauteira” para a imprensa. O pauteiro é quem indica quais reportagens devem ser feitas – e, se não fosse por causa de Dilma, Vieira de Souza nunca chegaria ao noticiário. Nos dias seguintes ao debate, finalmente jornais e tevês se preocuparam em escarafunchar, mesmo sem o ímpeto habitual quando se trata de denúncias a atingir a candidatura governista, um escândalo que envolvia o tucanato. A acusação contra Vieira de Souza, vulgo “Paulo Preto” ou “Negão”, apareceu pela primeira vez em agosto, na revista IstoÉ.

No texto, que obviamente teve pouquíssima repercussão na época, o engenheiro Paulo Preto era apontado como arrecadador do PSDB e acusado pelos próprios tucanos de sumir com dinheiro da campanha. “Como se trata de dinheiro sem origem declarada, o partido não tem sequer como mover um processo judicial”, dizia a reportagem, segundo a qual o engenheiro possuía relações estreitas com as empreiteiras Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS, Mendes Júnior, Carioca e Engevix.

Após a citação feita por Dilma, os jornalistas cuidaram de cercar Serra para tentar extrair a resposta que ele não deu no debate. De saída, o candidato disse não conhecê-lo. “Eu não sei quem é o Paulo Preto. Nunca ouvi falar. Ele foi um factoide criado para que vocês fiquem perguntando”, declarou, na segunda-feira 11.

No dia seguinte, ameaças veladas feitas pelo ex-arrecadador em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo foram capazes de refrescar a memória de Serra. “Não somos amigos, mas ele me conhece muito bem. Até por uma questão de satisfação ao País, ele tem de responder. Não tem atitude minha que não tenha sido informada a ele”, disse Paulo Preto. “Não se larga um líder ferido na estrada em troca de nada. Não cometam esse erro.”

A partir da insinuação de que o já apelidado “homem-bomba do tucanato” possui fartos segredos a revelar, Serra não só se lembrou do desconhecido como o defendeu e o elogiou. “A acusação contra ele é injusta. Não houve desvio de dinheiro de campanha por parte de ninguém, nem do Paulo Souza”, afirmou o tucano, fazendo questão de dizer que o apelido “Preto” é preconceituoso. “Ele é considerado uma pessoa muito competente e ganhou até o prêmio de Engenheiro do Ano (em 2009). Nunca recebi nenhuma acusação a respeito dele durante sua atuação no governo.”

O último cargo público do engenheiro em governos do PSDB foi como diretor de engenharia da empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), cargo do qual foi demitido em abril, poucos dias após Serra se lançar à Presidência. Mas sua folha de serviços prestados ao PSDB é extensa. Há 11 anos ocupava cargos de confiança em governos tucanos e era diretor da Dersa desde 2005, primeiro nas Relações Institucionais e depois na engenharia, nomeado por Serra. Trabalhou no Palácio do Planalto durante os quatro anos do segundo governo Fernando Henrique Cardoso como assessor especial da Presidência, no programa Brasil Empreendedor Rural. Em São Paulo, foi responsável pela medição de obras e pagamentos a empreiteiras contratadas para construir o trecho sul do Rodoanel, que custou 5 bilhões de reais, a expansão da avenida Jacu-Pêssego e a reforma na Marginal do Tietê, estimada em 1,5 bilhão.

Quem levou Vieira de Souza para o Planalto foi Aloysio Nunes Ferreira, recém-eleito senador pelo PSDB, de quem Paulo Preto se diz amigo há mais de 20 anos. Ferreira dispensa apresentações. Em 3 de outubro foi o candidato ao Senado mais votado do Brasil, depois de ter sido chefe da Casa Civil no governo paulista.

De acordo com a IstoÉ, familiares de Vieira de Souza chegaram a emprestar 300 mil reais para Ferreira, quantia -assumidamente utilizada pelo novo senador para quitar o pagamento do apartamento onde vive, em Higienópolis. O engenheiro mantém, aliás, um padrão de vida elevado, muito acima de quem passou boa parte da carreira em cargos públicos. É dono de um apartamento na Vila Nova Conceição em um edifício duplex com dez vagas na garagem, sauna privê e habitado por banqueiros e socialites. Pela média de preços da região, um apartamento no prédio não custa menos de 9 milhões de reais.

Vieira de Souza foi demitido da Dersa oito dias após aparecer ao lado de tucanos graduados na festa de inauguração do Rodoanel e atribuiu sua saída a diferenças de estilo com o novo governador, Alberto Gold-man, que assumiu na qualidade de vice.

Goldman parecia, de fato, incomodado com a desenvoltura, para dizer o mínimo, de Paulo Preto no governo, e deixou esse descontentamento claro em um e-mail enviado a Serra, em novembro do ano passado, no qual acusava o então diretor da Dersa de ser “vaidoso” e “arrogante”, como revelou a Folha de S.Paulo. “Parece que ninguém consegue controlá-lo. Julga-se o Super-Homem”, escreveu o atual governador na mensagem ao antecessor, também encaminhada ao secretário estadual de Transportes, Mauro Arce. Mas Paulo Preto só deixou o governo quando Serra saiu.

Dois meses após sua exoneração, em junho, Vieira de Souza seria preso em São Paulo, acusado de receptação de joia roubada. O ex-diretor da Dersa alega ter comprado de um desconhecido um bracelete de brilhantes da marca Gucci por 18 mil reais. Ao levar a joia a uma loja do Shopping Iguatemi para avaliar se era verdadeira, foi preso em flagrante, após ser constatado pelo gerente que o objeto havia sido furtado ali mesmo no mês anterior. Solto no dia seguinte, passou a responder à acusação em liberdade. Hoje, ele atribui o imbróglio a “uma armação”.

Seu nome aparece ainda na investigação feita pela Polícia Federal que resultou na Operação Castelo de Areia. Na ação, -executivos da construtora Camargo Corrêa são acusados de comandar um esquema de propinas em obras públicas. A empresa nega. No relatório da PF há várias referências ao trecho sul do Rodoanel, responsabilidade de Paulo Preto, que teria recebido quatro pagamentos mensais de 416 mil reais da empreiteira. Vieira de Souza também nega. “A mim nunca ninguém entregou absolutamente nada. O lote da Camargo Corrêa na obra era de 700 milhões de reais e a obra foi entregue no prazo, só com 6,52% de acréscimo. É o menor aditivo que já houve em obra pública no Brasil.”

À revista Época, que publicou uma pequena reportagem sobre o caso em maio, Ferreira reconheceu a amizade antiga com Paulo Preto, mas negou ter recebido doações ilegais da construtora. Afirmou ainda que o Rodoanel foi aprovado pelos órgãos fiscalizadores. “O Rodoanel teve apenas um aditivo de 5% de seu valor total, um recorde para os padrões do Brasil”, disse o senador eleito. Atualmente, a operação Castelo de Areia encontra-se paralisada em virtude de uma liminar deferida pelo ministro Cesar Asfor Rocha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), até que seja julgado o pedido da defesa da Camargo Corrêa, que reclama de irregularidades na investigação.

O vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, que teria servido de fonte para a reportagem da IstoÉ, deu entrevista nos últimos dias na qual nega ter afirmado que Paulo Preto arrecadara, por conta própria, “no mínimo” 4 milhões de reais – o próprio engenheiro diz que esse número foi subestimado. Segundo Eduardo Jorge, não existe nenhum esquema de “arrecadação paralela”, o famoso caixa 2, entre os tucanos. Paulo Preto processa EJ, o tesoureiro-adjunto Evandro Losacco e o deputado federal reeleito José Aníbal, chamados por ele de “aloprados” por tê-lo denunciado à revista. Curiosamente, na entrevista à imprensa, Eduardo Jorge faz mistério sobre os nomes dos reais arrecadadores da campanha tucana, a quem chama de “fulano” e “sicrano”.

Na quinta-feira 14, a bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo entrou com uma representação no Ministério Público Estadual. Solicita uma investigação contra o ex-diretor da Dersa por improbidade administrativa. Além da acusação sobre os 4 milhões de reais arrecadados irregularmente para a campanha tucana, os parlamentares petistas acusam a filha de Paulo Preto, a advogada Priscila Arana de Souza, de tráfico de influência, por representar as empreiteiras que tinham negócios com a empresa pública desde 2006, quando o pai era responsável pelo acompanhamento e fiscalização das principais obras viárias do governo paulista, como o Rodoanel e a Nova Marginal, vitrines da campanha tucana na corrida presidencial.

Documentos do Tribunal de Contas da União revelam que Priscila Souza era uma das advogadas das empreiteiras no processo que analisou as contas da construção do trecho sul do Rodoanel. Ao contrário do que disse o ex-chefe da Casa Civil de Serra, uma auditoria da empresa Fiscobras apontou diversas irregularidades na obra, entre elas um superfaturamento de 32 milhões de reais em relação ao contrato inicial, despesa que teria sido repassada ao Ministério dos Transportes, parceiro no projeto. A filha do engenheiro aparece ainda em uma procuração, datada de maio de 2009, na qual os responsáveis da construtora Andrade Gutierrez autorizam os advogados do escritório Edgard Leite Advogados Associados a representarem a empresa em demandas judiciais.

“Já havíamos encaminhado ao MP uma representação, em maio, pedindo investigação sobre a suposta arrecadação ilegal de dinheiro para a campanha tucana, com base nas denúncias da IstoÉ. Conversei com o procurador-geral, Fernando Grella, e ele me garantiu que a investigação foi aberta, mas corre em sigilo de Justiça, por ter sido anexada aos autos da Operação Castelo de Areia, que está suspensa”, disse o deputado estadual do PT Antonio Mentor.
Para o presidente estadual do PT, Edinho Silva, há indícios suficientes de uma relação “pouco lícita” entre o ex-diretor da Dersa e as construtoras. “Como pode a filha representar as mesmas empresas que são fiscalizadas pelo pai? O poder público não pode se relacionar dessa forma com a iniciativa privada”, afirmou Silva, recém-eleito deputado estadual. “Além disso, é preciso apurar essa história do dinheiro arrecadado ilegalmente pelo engenheiro. Quem denunciou isso não foi a gente, foi o PSDB, que não viu a cor do dinheiro e reclamou à imprensa.”

Por meio de nota, o escritório de -advocacia classificou de “inconsistentes e maldosas” as acusações do PT. “A advogada Priscila Arana de Souza ingressou no escritório em 1º de junho de 2006. O escritório presta, há mais de dez anos, serviços jurídicos a praticamente todas as empresas privadas que compõem os consórcios contratados para a execução do trecho sul do Rodoanel de São Paulo”, registra o texto.

Procurado por CartaCapital, Paulo Preto não foi encontrado. Seus assessores informaram, na quinta-feira 14, que o engenheiro estava viajando. Na entrevista que deu à Folha, o engenheiro insinuou que sua função era a de facilitar as doações de empresas privadas com contratos com o governo de São Paulo ao PSDB. “Ninguém nesse governo deu condições de as empresas apoiarem (sic) mais recursos politicamente do que eu”, disse. Isso porque, sustentou, cumpriu todos os prazos e pagamentos acertados com as empreiteiras nas obras sob seu comando.

Nos últimos dias, Serra tem se mostrado irritado com as perguntas de jornalistas sobre o tucano honorário Paulo Preto. Em Porto Alegre, na quarta-feira 13, chegou a acusar o jornal Valor Econômico de atuar em favor da campanha de Dilma Rousseff. Perguntado por um repórter do diário, o presidenciável disse que o veículo, pertencente aos grupos Folha e Globo, “faz manchete para o PT colocar no horário eleitoral gratuito”, evidenciando como se incomoda de provar do próprio remédio. O destempero deu-se minutos depois de o candidato declarar seu apreço pela liberdade de imprensa. Além do mais, a reclamação é estranha: as manchetes de jornais e capas de revistas com críticas e denúncias contra Dilma Rousseff são matéria-prima do programa eleitoral do PSDB.

No domingo 17, Dilma e Serra voltam a se enfrentar no debate promovido pela Rede TV! Ninguém espera que se cumpra o vaticínio frustrado de “paz e amor” dado pelos jornais antes do primeiro confronto. A petista vai, ao que tudo indica, continuar a questionar Serra sobre as privatizações do governo Fernando Henrique e insistirá na comparação dos feitos do governo Lula com aqueles de seu antecessor. Segundo a pesquisa CNT-Sensus divulgada na quinta 14, os entrevistados consideraram Dilma Rousseff a vencedora do debate na Band.

Durante o debate, Serra nem sequer defendeu a própria mulher, Mônica, apontada por Dilma como uma das líderes de uma campanha difamatória de cunho religioso contra o PT, ao declarar a um evangélico no Rio de Janeiro que a candidata governista “gosta de matar criancinhas”. O fez depois, em seu programa eleitoral, ao tentar assumir o papel de vítima (segundo ele, a adversária tinha partido para a baixaria e atacado até a sua família).

Passado sai da cova: ex-dirigente do Banco do Brasil e caixa de campanha de Serra, Ricardo Sérgio permanece na "improbidade administrativa", decreta S

Mantida a ação de improbidade administrativa contra o ex-presidente do Banco do Brasil S/A, Paulo César Ximenes Alves Ferreira, e o ex-diretor da área Internacional, Ricardo Sérgio de Oliveira. A ação investiga supostos favorecimentos prestados pelo banco à empresa Silex Trading, de propriedade de Roberto Giannetti da Fonseca, ex-integrante da equipe econômica do governo Fernando Henrique Cardoso, via empréstimos e benefícios, em prejuízo do erário. A decisão é da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, ao dar provimento a recurso especial do Ministério Público Federal.
A ação civil pública foi ajuizada contra Ricardo Sérgio de Oliveira e Paulo César Ximenes Alves Ferreira, José Pinto dos Santos Neto, Cláudio Ness Mauch, Irones de Paula Andrade, Sílex Trading SIA, Roberto Giannetti da Fonseca, Caeté Consultoria e Participações SlC Ltda., Marcos Giannetti Fonseca, o Banco do Brasil, o Banco Central do Brasil e a União Federal, em decorrência do suposto favorecimento à Sílex. Balanços da empresa revelavam situação financeira precária, com elevado risco de insolvência.
Em primeiro grau, a denúncia foi recebida em relação aos réus Roberto Giannetti da Fonseca, Marcos Giannetti da Fonseca, Paulo César Ximenes Alves Ferreira, Irones Oliveira Paula, Ricardo Sérgio de Oliveira, Silex Trading S/A e Caeté Consultoria e Participações S/C Ltda. "Estão suficientemente descritas as condutas praticadas por eles, capazes de configurar, em tese, atos de improbidade administrativa", afirmou o magistrado.
As defesas de Ricardo Sérgio e de Paulo César Ximenes Alves Ferreira protestaram, com um agravo de instrumento. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF 1) deu provimento, entendendo, com base em dois de seus precedentes, que não deveria prosseguir a ação de improbidade, na medida em que só figuravam como réus particulares e uma sociedade de economia mista - o Banco do Brasil. "A ação de improbidade só pode ser ajuizada contra agentes públicos, com ou sem a cooperação de terceiros. O particular não pode figurar sozinho na ação", concluiu o TRF1.
Ministério Público Federal recorreu ao STJ, alegando violação dos artigos 1º, 2º e 3º da Lei 8.429/92. Segundo sustentou, são sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa, não só os servidores públicos, mas todos aqueles que estejam abrangidos no conceito de agentes públicos, segundo previsto no artigo 2º da Lei 8.429/92.
Ainda, segundo o MP, ao administrar os recursos repassados ao Banco do Brasil, os réus agiram como agentes delegados sui generis do Poder Público, pois a sociedade de economia, cuja acionista majoritária é a União, recebe verbas públicas federais e assim deve se submeter aos princípios regentes da Administração Pública.
A Segunda Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso especial. "A Lei Federal nº 8.429/92 dedicou científica atenção na atribuição da sujeição do dever de probidade administrativa ao agente público, que se reflete internamente na relação estabelecida entre ele e a Administração Pública, ampliando a categorização de servidor público, para além do conceito de funcionário público contido no Código Penal (artigo 327)", afirmou a relatora do caso, ministra Eliana Calmon.
Em seu voto, ela reconheceu a legitimidade passiva dos recorridos para se submeteram às sanções da Lei de Improbidade Administrativa, acaso comprovadas as transgressões na instância local. "Adoto a posição de que os sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa não são apenas os servidores públicos, mas todos aqueles que estejam abarcados no conceito de agente público insculpidos no artigo 2º da Lei 8.429/92, ou seja, considerando-se agentes públicos um "gênero", do qual são espécies os agentes políticos, administrativos, honoríficos e delegados", concluiu Eliana Calmon.

Ex-alunas de Monica Serra confirmam relato sobre aborto

Alunas da então professora de Psicologia do Desenvolvimento aplicada à Dança, no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Monica Serra, confirmaram nesta quinta-feira estar presentes à aula em que a mulher do presidenciável tucano, José Serra, relatou ter sido levada a interromper a gravidez, no quarto mês da concepção. A coreógrafa Sheila Canevacci Ribeiro revelou o fato após o debate realizado domingo, na Rede Bandeirantes de TV, em sua página na rede social Facebook.
Colega de Sheila Ribeiro, a professora de Dança de um instituto federal de Brasília, que preferiu não ter o seu nome citado “por medo do que essa gente pode fazer”, afirmou, lembra que no primeiro semestre de 1992, no segundo período que cursava na Unicamp, o depoimento de Monica Serra a impressionou. Ela estava sentada no chão em uma sala de dança, onde não há móveis e apenas um grande espelho e a barra de exercícios, ao lado das colegas Kátia Figueiredo, que mora atualmente na Suécia, Ana Carla Bianchi, Ana Carolina Melchert e Érika Sitrângulo Brandeburgo, entre outras estudantes, residentes aqui no país.
– Eu confirmo aqui o depoimento da Sheila Ribeiro. Foi aquilo mesmo. A professora Monica Serra nos relatou que havia feito um aborto em um período difícil da vida do casal, durante a ditadura militar. Foi um fato tocante, que marcou a todas nós. Lembro-me que o assunto surgiu quando ela falava sobre a dissociação do corpo e a imagem corporal, que até hoje dirige meu comportamento – disse.
Pressão
Sheila Ribeiro, após o protesto consignado em sua página, disse nesta quinta-feira que, apesar da pressão dos meios de comunicação e de eleitores de todo o país que passaram a visitá-la no Facebook, não se arrepende de ter relatado a sua indignação ao perceber a mudança de atitude da professora que, em 1992, revelava às alunas um episódio marcante na vida de qualquer mulher, como o aborto realizado diante o exílio iminente, ao lado do marido, e a possível primeira-dama que, em uma campanha política, acusa a adversária do casal de “matar criancinhas”.
– Pior do que isso foi o silêncio do Serra, que deveria ter saído em defesa da mulher, fosse qual fosse a situação em que se encontrava ali, diante das câmeras – emendou a ex-aluna de Monica Serra.
Coreógrafa e doutoranda em Comunicação e Semiótica, na PUC de São Paulo, Sheila Ribeiro mora em uma “praia linda” e, apesar de estar no centro de uma discussão que mobiliza o país, faz questão de seguir a sua rotina de estudos e de trabalho.
– Procuro me manter leve. Respiro – diz, emocionada.
Sheila tem recebido, ao lado de agressões de partidários dos dois candidatos, o apoio dos amigos e “mesmo de estranhos que entenderam a minha indignação”, afirma. Das colegas que estavam ao seu lado, na oportunidade em que a mulher do presidenciável tucano optou por revelar um momento difícil da vida, também recebe a solidariedade e o apoio.
– Estou aliviada por ter visto a Sheila questionar toda essa hipocrisia que permeia a sociedade brasileira. Ela foi muito corajosa e só merece nosso aplauso – conclui a colega que, hoje, mora em Brasília e se destaca pelo trabalho também na área da coreografia e da dança.
Sem resposta
Com as novas entrevistas realizadas pelo Correio do Brasil, nesta quinta-feira, a reportagem voltou a procurar o presidenciável tucano na tentativa de ouví-lo acerca dos depoimentos das ex-alunas da mulher dele, Monica Serra. O CdB o procurou, novamente, no Twitter, às 12h41:
“@joseserra_ Senhor candidato. Três outras ex-alunas confirmaram o relato sobre o aborto feito por sua esposa. O sr. poderia repercutir isso?”
Da mesma forma, foram encaminhados e-mails à assessoria de imprensa que, por intermédio de uma das assessoras, acusou o contato do CdB e ponderou que, se até o fechamento desta matéria, às 15h04, não houvesse qualquer resposta do candidato, como de fato não ocorreu, o fato deveria ser interpretado como sua recusa em tocar no assunto, em linha com a decisão tomada durante o debate.

Repulsa ao sexo

Entre os três candidatos à presidência mais bem colocados nas pesquisas, não sabemos a verdadeira posição de Dilma e de Serra. Declaram-se contrários para não mexer num vespeiro que pode lhes custar votos. Marina, evangélica, talvez diga a verdade. Sua posição é tão conservadora nesse aspecto quanto em relação às pesquisas com transgênicos ou células–tronco.

Mas o debate sobre a descriminalização do aborto não pode ser pautado pela corrida eleitoral. Algumas considerações desinteressadas são necessárias, ainda que dolorosas. A começar pelo óbvio: não se trata de ser a favor do aborto. Ninguém é. O aborto é sempre a última saída para uma gravidez indesejada. Não é política de controle de natalidade. Não é curtição de adolescentes irresponsáveis, embora algumas vezes possa resultar disso. É uma escolha dramática para a mulher que engravida e se vê sem condições, psíquicas ou materiais, de assumir a maternidade. Se nenhuma mulher passa impune por uma decisão dessas, a culpa e a dor que ela sente com certeza são agravadas pela criminalização do procedimento. O tom acusador dos que se opõem à legalização impede que a sociedade brasileira crie alternativas éticas para que os casais possam ponderar melhor antes, e conviver depois, da decisão de interromper uma gestação indesejada ou impossível de ser levada a termo.

Além da perda à qual mulher nenhuma é indiferente, além do luto inevitável, as jovens grávidas que pensam em abortar são levadas a arcar com a pesada acusação de assassinato. O drama da gravidez indesejada é agravado pela ilegalidade, a maldade dos moralistas e a incompreensão geral. Ora, as razões que as levam a cogitar, ou praticar, um aborto, raramente são levianas. São situações de abandono por parte de um namorado, marido ou amante, que às vezes desaparecem sem nem saber que a moça engravidou. Situações de pobreza e falta de perspectivas para constituir uma família ou aumentar ainda mais a prole já numerosa. O debate envolve políticas de saúde pública para as classes pobres. Da classe média para cima, as moças pagam caro para abortar em clínicas particulares, sem que seu drama seja discutido pelo padre e o juiz nas páginas dos jornais.

O ponto, então, não é ser a favor do aborto. É ser contra sua criminalização. Por pressões da CCNBB, o Ministro Paulo Vannucci precisou excluir o direito ao aborto do recente Plano Nacional de Direitos Humanos. Mas mesmo entre católicos não há pleno consenso. O corajoso grupo das “Católicas pelo direito de decidir” reflete e discute a sério as questões éticas que o aborto envolve.

O argumento da Igreja é a defesa intransigente da vida humana. Pois bem: ninguém nega que o feto, desde a concepção, seja uma forma de vida. Mas a partir de quantos meses passa a ser considerado uma vida humana? Se não existe um critério científico decisivo, sugiro que examinemos as práticas correntes nas sociedades modernas. Afinal, o conceito de humano mudou muitas vezes ao longo da história. Data de 1537 a bula papal que declarava que os índios do Novo Continente eram humanos, não bestas; o debate, que versava sobre o direito a escravizar-se índios e negros, estendeu-se até o século XVII.

ऀA modernidade ampliou enormemente os direitos da vida humana, ao declarar que todos devem ter as mesmas chances e os mesmos direitos de pertencer à comunidade desigual, mas universal, dos homens. No entanto, as práticas que confirmam o direito a ser reconhecido como humano nunca incluíram o feto. Sua humanidade não tem sido contemplada por nenhum dos rituais simbólicos que identificam a vida biológica à espécie. Vejamos: os fetos perdidos por abortos espontâneos não são batizados. A Igreja não exige isto. Também não são enterrados. Sua curta existência não é imortalizada numa sepultura – modo como quase todas as culturas humanas atestam a passagem de seus semelhantes pelo reino desse mundo. Os fetos não são incluídos em nenhum dos rituais, religiosos ou leigos, que registram a existência de mais uma vida humana entre os vivos.

A ambigüidade da Igreja que se diz defensora da vida se revela na condenação ao uso da camisinha mesmo diante do risco de contágio pelo HIV, que ainda mata milhões de pessoas no mundo. A África, último continente de maioria católica, paupérrimo (et pour cause…), tem 60% de sua população infectada pelo HIV. O que diz o Papa? Que não façam sexo. A favor da vida e contra o sexo – pena de morte para os pecadores contaminados.

Ou talvez esta não seja uma condenação ao sexo: só à recente liberdade sexual das mulheres. Enquanto a dupla moral favoreceu a libertinagem dos bons cavalheiros cristãos, tudo bem. Mas a liberdade sexual das mulheres, pior, das mães – este é o ponto! – é inadmissível. Em mais de um debate público escutei o argumento de conservadores linha-dura, de que a mulher que faz sexo sem planejar filhos tem que agüentar as conseqüências. Eis a face cruel da criminalização do aborto: trata-se de fazer, do filho, o castigo da mãe pecadora. Cai a máscara que escondia a repulsa ao sexo: não se está brigando em defesa da vida, ou da criança (que, em caso de fetos com malformações graves, não chegarão viver poucas semanas). A obrigação de levar a termo a gravidez indesejada não é mais que um modo de castigar a mulher que desnaturalizou o sexo, ao separar seu prazer sexual da missão de procriar.


Maria Rita Kehl