terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Como uma empresa de R$1 mil se transformou nas Organizações Globo.

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E como Lula transferiu a elas as concessões dos canais
Espero que o Ministério Público, a Polícia Federal e o doutor Sérgio Moro, que estão loucos atrás dos filhos do Lula, mandem investigar outros filhos – os do Roberto Marinho – pela transformação de uma microscópica empresa, aberta com capital social de R$1.400,00 (isso mesmo, mil e quatrocentos reais) no ano 2000 virou, hoje, as Organizações Globo Participações, com capital registrado de R$7.961.759.235,74 (Sete bilhões, novecentos e sessenta e um milhões, setecentos e cinquenta e nove mil e duzentos e trinta e cinco reais e setenta e quatro centavos) e dona das concessões dos canais de televisão no Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.
E se houve favorecimento ao ex-presidente Lula para assinar o decreto de 23 de agosto de 2005 que fez esta transferência.
Para ajudar esse povo que tem muito trabalho arrancando delações depois de manter pessoas na cadeia por meses seguidos, vou ser cronológico e documental.
Acompanhe a história do CNPJ 03.953.638/0001-35. Ele foi atribuído, no dia 13 de julho do ano 2000, à empresa 296 Participações S.A., registrada na Junta Comercial do Estado de São Paulo, com capital social de R$1 mil, pertencendo ao advogado Eduardo Duarte, CPF 024.974.417-15, como se vê na reprodução abaixo e você pode conferir na certidão expedida pela Junta.
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Assim ficou até 2003, quando Rangel foi substituído por Simone Burck, sócia de Eduardo Duarte. Mas porque Eduardo Duarte abriu a empresa? Para vender.
No relatório da Operação Satiagraha, ele é assim referido:
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Ele confirma numa entrevista à IstoÉ a profissão de “abridor de empresa” e nega ser laranja: Afirma que, ao contrário do que diz a PF, não é mais sócio das empresas que estão com Dantas. “Se você vende um carro para alguém e o cara sai matando pelas ruas, você não pode ser acusado por isso”...
A empresa era “de prateleira, tanto que não registra nenhuma receita e registra, em 2003, um prejuízo de R$700,00.
Então, em 2005 aparecem os compradores: os três irmãos Marinho – Roberto Irineu, José Roberto e João Roberto.
Assumem seu controle, mudam seu nome para Cardeiros Participações S.A. e a sede para o Rio.
Uma trabalheira aparentemente sem sentido para uma empresa de R$1 mil não é?
Mas está no Diário Oficial:
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Enquanto tudo isso acontecia, a Cardeiros, ex-296, ainda com o capital de R$1.400,00 (no dia 23 de junho, quando já não respondia pela 296, Eduardo Duarte registrou, retroativamente a fevereiro, um aumento de R$400,00 no capital – deixo aos contadores que expliquem as possíveis razões) requeria pelo Processo Administrativo nº 53.000.034.614/2005-74 a transferência para si das concessões, agora que era a detentora do controle total da Globo Participações.
Pediu e levou o decreto assinado por Lula e pelo seu ex-funcionário Hélio Costa, então Ministro das Comunicação.
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E assim, finalmente, o que se tem hoje é apenas a Globo Participações, registrada no Ministério da Fazenda sob o mesmo CNPJ 03.953.638/0001-35 da modestíssima 296 Participações de R$1 mil.
Imagine o que o doutor Sérgio Moro faria com este CNPJ fosse de uma das empresas investigadas na Lava-jato.
Pense só na matéria da Globo pegando estes documentos e ampliando as datas, nomes e valores na tela da tevê de milhões de pessoas.
Que escândalo, não é? Mas, como é a Globo, só num pobre blog como este, sem equipe de repórteres, sem estrutura e só com os poucos recursos que seus leitores “pingam” (com a minha imensa gratidão), você lê a história sobre como um dos maiores conglomerados de comunicação do mundo usa o abrigo de uma empresinha de prateleira de valor risível.
Os jornais, mesmo, estão ocupados com um barquinho de lata.

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