O aumento do emprego, dos salários e da renda média dos brasileiros, durante o Governo Lula, fez crescer o número de famílias que chegam ao fim de cada mês com alimentos em casa e alguma parcela de salário no bolso. Em resumo, é isso o que informa a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009, divulgada ontem pelo IBGE depois de visitar 56.000 moradias urbanas e rurais entre maio de 2008 e maio do ano passado.
Leia, abaixo, as principais conclusões apontadas pelo instituto:
A) A parcela de famílias que avaliam ter alimentos suficientes no fim do mês aumentou de 53%, em 2003/2004, para 64,5%, em 2008/2009. Mas, enquanto no Norte e no Nordeste metade das famílias reclamaram da insuficiência de alimentos, no Sul essa reclamação foi feita por 23% das famílias e, no Sudeste, por 29%.
B) 75% das famílias disseram ter “algum grau de dificuldade” para chegar ao fim do mês com a própria renda. Entre as famílias de renda mensal de até R$ 830, 88% indicaram alguma dificuldade e 31,1%, muita dificuldade. Já entre as famílias com renda superior a R$ 10.735, apenas 2,6% contaram ter algum grau de dificuldade.
C) As despesas com transporte aumentaram e passaram a formar, como a alimentação, 16% dos gastos das famílias. Comparativamente a 2002-2003, os gastos com alimentos caíram enquanto as despesas com transporte cresceram. Segundo o gerente da pesquisa, Edilson Nascimento, o aumento das despesas com transportes pode estar ligado à variação de preços dos combustíveis e também ao crescimento do número de pessoas que, por obterem emprego, incluíram o gasto nas despesas familiares.
D) Cresceram as despesas com moradia nas áreas rurais. Elas passaram a representar mais de 30% dos gastos das famílias. Segundo o IBGE, esse crescimento é conseqüência do maior acesso da população ao setor de serviços, como telefonia, e também do aumento de despesas com móveis e eletrodomésticos, entre outros bens.
E) As famílias que moram em cidades da Região Sudeste são as que mais gastam com alimentação fora de casa. São mais de R$ 172 por mês, mais do que o dobro do que é gasto no Nordeste (R$ 81,23).
F) As despesas com assistência à saúde variam de acordo com a renda. Famílias com rendimento de até R$ 830 gastam mais com remédios (4,2%) do que com plano de saúde (0,3%). Nas famílias com renda superior a R$ 10.375, o percentual de gasto com remédio é de 1,9% da renda total e de 2,4%, com planos.
G) É no Distrito Federal que o IBGE identificou a maior despesa média mensal por família: R$ 3.963. Esse valor é mais de 50% superior ao gasto médio das famílias brasileiras, de R$ 2.626. Ao Distrito Federal seguem-se Santa Catarina (despesa mensal de R$ 3.509) e Rio de Janeiro (R$ 3.386). Alagoas (R$ 1.223), Ceará (R$ 1.431) e Maranhão (R$ 1.466|) são os estados onde as famílias têm a menor despesa média mensal. Os três estão no Nordeste, região em que o valor médio das despesas familiares mensais (R$ 1.700) equivale a pouco mais da metade das despesas no Sudeste (R$ 3.135).
H) Inversamente ao que constatou em 2002-2003, a pesquisa identificou em 2008-2009 que as famílias reduziram os valores destinados às despesas correntes e às despesas de consumo.
I) O IBGE identificou crescimento das despesas para compra de imóveis e títulos e também dos gastos para pagamento de dívidas. O aumento de ativos ocorreu especialmente no Sul, por causa do crescimento da renda. E a redução das dívidas foi mais expressiva nas regiões Norte e Nordeste.
J) As despesas dos mais ricos são quase dez vezes mais altas do que as dos mais pobres. Entre os pobres, o gasto médio mensal por pessoa é de R$ 296,35; entre os ricos, chega a R$ 2.844,56.
K) É no Sul que, tanto os mais ricos quanto os mais pobres, têm despesas mais altas. Naquela região, a despesa média mensal por pessoa nas famílias pobres é de R$ 406; nas famílias ricas, alcança quase R$ 2.800. Os menores valores estão no Nordeste: R$ 233, entre os mais pobres, e R$ 2.094, na parcela mais rica.
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