sábado, 21 de novembro de 2015

Ataques racistas: Fascistas pró-impeachment são detidos em frente ao Congresso

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Manifestantes foram presos em frente ao Congresso Nacional na tarde de quarta-feira, dia 18/11, após confronto com grupo que participava da Marcha das Mulheres Negras.
Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, houve disparos de arma de fogo por dois policiais civis, um deles reformado, do Maranhão, e outro, do DF. Ambos foram encaminhados à Corregedoria da Polícia Civil do DF.
O primeiro deles, Marcelo Tadeu, já havia sido detido na quinta-feira, dia 12/11, com uma arma e outros objetos que poderiam ser usados como armas brancas.
Após prestar esclarecimentos, ele foi liberado. Tadeu está acampado no gramado próximo ao Congresso, na altura do Ministério da Justiça, e integra o movimento dos intervencionistas.
Ainda não há detalhes sobre o outro preso. Segundo a PM, ele disparou três tiros perto do espelho d’água do Congresso, deixou a arma cair e foi detido.
Ataques racistasA confusão começou quando a Marcha das Mulheres Negras passava em frente ao Congresso. Segundo relatos, o grupo pró-intervenção militar teria iniciado uma série de ataques racistas contra as manifestantes.
Tadeu sacou a arma e teria dado tiros para cima. A polícia entrou em cena. Houve empurra-empurra, e a PM chegou a usar gás de pimenta e tiros de borracha para controlar a confusão.
Ainda em meio à confusão, que acabou se espalhando pelo gramado do Congresso, houve brigas. Foi quando ocorreu o segundo tiro, dessa vez do policial civil do DF.
A senadora Fátima Bezerra (PT/RN) gravava um vídeo sobre a marcha no momento da confusão, e nele é possível ouvir disparos de arma.
Em encontro com a presidente Dilma Rousseff, a educadora Iêda Leal, uma das organizadoras da Marcha Nacional das Mulheres Negras, anunciou que o movimento social decidiu abrir um boletim de ocorrência pelo crime de racismo contra os autores dos disparos.
Segundo ela, a organização do grupo não admitirá qualquer episódio de violência e tomará as medidas judiciais cabíveis para evitá-las. “Nós chamamos isso de racismo e racismo é crime. Nós queremos que as pessoas que cometeram o crime sejam punidas”, afirmou.
CongressoEnquanto ocorria a confusão do lado de fora, deputados e senadores davam continuidade à sessão conjunta para votar os vetos da presidente Dilma Rousseff à chamada pauta-bomba.
Com os apelos dos parlamentares, que souberam do que ocorria no gramado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), determinou que a Polícia Federal e a PM investiguem a existência de armas ou materiais perigosos no acampamento instalado em frente ao Congresso.
Diante da pressão, Renan voltou a dizer que não deu aval para a instalação do MBL (Movimento Brasil Livre) e outros grupos pró-impeachment, que estão acampados em frente ao Congresso há um mês.
Um ato conjunto, de 2001, das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, proíbe qualquer tipo de construção no gramado em frente ao Congresso. As barracas, no entanto, foram montadas no final de outubro, após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), ter dado autorização unilateral.
“Nós não concordamos com a ocupação”, disse Renan. Ele, no entanto, afirmou que não pode determinar a saída dos manifestantes sozinho e disse que procurará Cunha mais uma vez para decidir pela desocupação. O presidente do Senado já afirmou em outras ocasiões que tomaria uma providência.
Cunha lamentou o episódio, mas disse que ainda tinha que tomar conhecimento do que realmente ocorreu para decidir se retiraria os manifestantes do gramado.
“Sem ter elementos, não tenho condições de falar. Autorizei a permanência deles dentro de determinadas condições. Claro que não concordo com todos esses confrontos que estão acontecendo. Mas sempre, em certo momento, tem gente infiltrada. Tem de tudo aqui a todo momento. Independente de estar acampado ou não, pode acontecer. Esse episódio de hoje é estranho”, avaliou
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TRÊS TIROS NA DEMOCRACIA!
Manifestantes pró-impeachment acabaram de impedir que as mulheres negras participantes da Marcha acessassem o gramado do Congresso.
No mesmo instante, flagrando o ocorrido, fui gravar um vídeo (assista abaixo) para denunciar a atitude antidemocrática. Logo que iniciamos a gravação, sem percebemos, três disparos com arma de fogo foram efetuados. Diversas participantes da Marcha das Mulheres Negras foram agredidas e feridas por estes racistas.
Não é o primeiro fato. Há alguns dias, foram encontrados diversos materiais bélicos dentro de um carro, no gramado do Congresso, dentre eles uma pistola e um soco inglês com uma adaga embutida.
Agora passou dos limites! Que a oposição, os partidos e lideranças responsáveis por esses movimentos sejam duramente responsabilizados! Que qualquer manifestação de ódio ou intolerância seja fortemente punida! Caso contrário, além de vidas, perderemos a Democracia e a convivência cidadã que arduamente conquistamos.
Isso não é só tentativa de golpe, é fascismo!

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