Para deputado Ezequiel Teixeira (RJ), ex-Solidariedade, ausência de mulheres é “até interessante [...] estamos demonstrando nosso carinho por elas”.
Aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 29 de setembro, o Partido da Mulher Brasileira (PMB) – o 35º do país – já tem sete parlamentares federais em sua bancada, nenhum deles mulher. Conforme o estatuto da nova legenda, não há “restrições de qualquer ordem: sexual, social, racial, econômica ou religiosa”.
Zero Hora conversou com dois deputados do PMB, que disseram que seis novas filiações estão encaminhadas para esta quinta-feira, sendo duas de mulheres da atual legislatura da Câmara. Para eles, apesar da bandeira do PMB ser voltada para o gênero feminino, a falta de mulheres na bancada, até o momento, não é um problema.
“Todas as pautas são transversais e são caras às famílias, aos homens e à juventude. Nossa meta é poder tornar a discussão mais ampla do que restritiva. Se os interesses das mulheres fossem apenas delas, estaríamos restringindo”, afirma o deputado federal Domingos Neto, do Ceará.
“Eu acho até interessante [não ter mulher]. Estamos demonstrando nosso carinho por elas. Essa é uma grande oportunidade de fazermos um bom trabalho, principalmente no momento de violência que vivemos. Queremos levar a bandeira da segurança, paz, harmonia e tolerância”, complementa o parlamentar Ezequiel Teixeira, do Rio de Janeiro.
Os deputados não informaram quem são as duas novas colegas que devem ser oficializadas no partido. O PMB começou o processo de criação em 2008 e, desde então, obteve apoio de mais de 500 mil eleitores, quantidade que ultrapassa o mínimo exigido pela lei, que é de 486 mil – equivalente a 0,5% dos votos para o cargo de deputado federal nas eleições de 2014.
Até o momento, migraram para o PMB os deputados Domingos Neto e Valtenir Pereira (ex-PROS), Weliton Prado e Toninho Wandscheer (ex-PT), Victor Mendes (ex-PV), Ezequiel Teixeira (ex-Solidariedade) e Pastor Franklin (ex-PTdoB). A sigla provou ao TSE ter diretórios em Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Roraima e Sergipe. Até o momento, o Rio Grande do Sul está fora da lista.
Em seu site, o PMB se define como um partido de “mulheres progressistas e ativistas de movimentos sociais e populares”. Sua fundadora e criadora, Suêd Haidar Nogueira, escreveu no comunicado que lançou oficialmente a legenda que, “apesar do trabalho partidário perseverante de muitas mulheres, os interesses de mulheres nunca foram prioritários”.
Questionados por Zero Hora se cederiam seus lugares na Câmara para mulheres, caso elas fossem suas suplentes, os deputados Ezequiel Teixeira e Domingos Neto falaram que não veem necessidade:
“Não acho preciso isso. Tem muitas maneiras de agradá-las, né? Principalmente dando segurança a elas. Meu principal objetivo é desenvolver projetos em favor da saúde, educação e do combate ao câncer de mama. As leis são para o ser humano”, alega Teixeira.
“Não faz sentido a proposição [de ceder o cargo], até porque defender os interesses das mulheres não pode ser feito só por mulheres”, conclui Neto.
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