domingo, 20 de março de 2016

13/3: Tucanos enxotados. 18/3: Lula consagrado

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Os atos em defesa da democracia, realizados na noite de ontem [18/3] em todos os estados do Brasil, marcaram uma diferença profunda em relação às manifestações do último domingo. No 13 de março, houve a negação da política. Ontem, ficou claro, que, para um segmento importante da sociedade, há um líder: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Abaixo, texto postado pelo jornalista Alan RodriguesPara quem queria o Lula guerrilheiro encontrou Lulinha paz e amor. Um comício fabuloso que só o mito sabe fazer. O povo estava preparado para incendiar, Lula, como o maior líder político desse país, chamou a massa para conciliação.
Abaixo, texto postado pelo escritor Fernando MoraisNo domingo, na Paulista, o governador Geraldo Alckmin e o senador Aécio Neves foram escorraçados do ato que eles próprios convocaram. Na verdade não foram eles, pessoalmente, os hostilizados, mas o que eles representam para quem foi às ruas apoiar o golpe: a política. Agora à noite, na mesma Avenida Paulista, Lula foi ovacionado por centenas de milhares de pessoas que remavam na direção oposta dos manifestantes de domingo: hoje o povo celebrou, com lula, a política como instrumento da democracia.
Viva o povo brasileiro, Viva Lula, Viva a democracia.
Abaixo, reportagem da Reuters:
LULA DIZ EM ATO PRÓ-GOVERNO EM SP QUE HÁ TEMPO DE “VIRAR A HISTÓRIA” ATÉ 2018
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira de ato em apoio ao governo na avenida Paulista, em São Paulo, e disse que até 2018, quando acaba o mandato da presidente Dilma Rousseff, há tempo de “virar a história”.
De acordo com a Polícia Militar de São Paulo, 80 mil pessoas estiveram na manifestação às 18h45. Já o instituto Datafolha disse que o ato na Paulista reuniu 95 mil manifestantes.
“Eu aceitei participar do governo porque faltam 2 anos e 10 meses para a Dilma terminar o mandato dela e é tempo suficiente para a gente virar a história desse país”, disse Lula, nomeado ministro-chefe da Casa Civil pela presidente, diante de um mar vermelho de manifestantes.
“Eu posso dialogar com o trabalhador, com o sem-terra, com o com-terra, com o pequeno, médio e grande empresário, com o fazendeiro, com o banqueiro”, acrescentou.
As manifestações a favor do governo se repetiram em outras cidades do país e ocorrem após protestos pedindo o impeachment de Dilma e contra a nomeação de Lula para o ministério, num momento de forte polarização política no Brasil.
“O que eu quero é que a gente aprenda a conviver de forma civilizada com as nossas diferenças. A democracia é a única possibilidade que a gente tem de fazer o povo participar”, afirmou Lula
Aos gritos de “não vai ter golpe”, os manifestantes, incluindo integrantes de centrais sindicais e movimentos sociais, ocuparam vários quarteirões da avenida Paulista.
“A participação na manifestação é importante, porque nós vivemos uma escalada e uma ofensiva de ataque aos direitos democráticos no país”, afirmou Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), segundo o site da Frente Popular, uma das organizadoras do evento.
O ato na capital paulista aconteceu após a tropa de choque da Polícia Militar retirar, na manhã desta sexta, manifestantes contra o governo que estavam acampados na avenida, em uma operação com uso de bombas de gás e jatos de água.
O protesto antigoverno havia começado na quarta-feira depois da confirmação de que Lula havia aceito convite feito por Dilma para ser ministro da Casa Civil e da divulgação de conversas telefônicas do ex-presidente, interceptadas pela Polícia Federal, como parte das investigações da operação Lava-Jato, em que Lula é um dos alvos. Milhares de manifestantes foram às ruas em diversas cidades do país no mesmo dia.
Brasília e RioEm Brasília, cerca de 4 mil pessoas, de acordo com estimativa da Polícia Militar, se reuniram na Esplanada dos Ministérios, no ato em favor do governo.
Vestindo principalmente vermelho, manifestantes ocuparam também o centro do Rio de Janeiro, carregando faixas e cartazes com dizeres de “fora Cunha, fica Dilma”, em referência ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), e “por Lula vale a luta”.
Segundo os organizadores, até o início da noite cerca de 50 mil estavam presentes no ato na Praça 15. No ato contra o governo, eram cerca de 1 milhão, segundo a organização. A polícia acompanhou os dois atos, mas não fez estimativas.
“Não é uma competição para saber quem tem mais. A luta é pela democracia que o Brasil levou anos para reconquistar”, disse o bancário Antônio Santos.
Mais cedo, policiais federais fizeram nas imediações da sede da PF no centro um ato de apoio aos dois anos da operação Lava-Jato, ao juiz Sérgio Moro e contra a intervenção do governo nas investigações do Ministério Público. Os atos em favor do governo foram convocados após protestos contra a presidente Dilma e Lula. No domingo, milhões de pessoas tomaram as ruas de capitais brasileiras e importantes cidades do interior, de acordo com cálculos da polícia, para protestar contra a presidente, colocando ainda mais pressão sobre o governo, que vive uma grave crise política em meio a pior recessão econômica em décadas.

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