O presidente dos EUA, Barack Obama, concluiu na terça-feira, dia 22/3, sua visita oficial a Havana, dois dias após chegar à capital cubana, no domingo, dia 20/3. O presidente de Cuba, Raul Castro, acompanhou Obama e sua família ao aeroporto José Martí, de onde partiram para Buenos Aires, segunda parte da viagem do presidente dos EUA pela América Latina.
A visita de Obama a Cuba, a primeira de um presidente norte-americano em exercício em 88 anos, foi o marco mais importante até agora da reaproximação entre os dois países, anunciada em dezembro de 2014.
Também nesta terça-feira, Obama fez um discurso ao povo cubano desde o teatro Gran Teatro de la Habana Alicia Alonso, que foi transmitido ao vivo pela tevê e pela rádio estatal em Cuba. O presidente norte-americano reconheceu mais uma vez que o bloqueio econômico imposto a Cuba pelos EUA nos últimos 50 anos é uma política equivocada. “É uma política de isolamento que só afetava o povo cubano, e não o governo”, afirmou.
Obama enfatizou também em seu discurso que os processos políticos – não apenas em Cuba, mas em qualquer lugar– devem estar sempre baseados na democracia. “Há pessoas que não concordam com valores dos norte-americanos como liberdade religiosa e de escolher seus líderes, mas eu acredito que esses são valores universais”, declarou.
O presidente dos EUA agradeceu ainda a acolhida que ele, junto com a família e a delegação norte-americana, teve desde a chegada a Cuba no domingo. “Foi uma honra extraordinária”, afirmou.
O Air Force One, avião presidencial norte-americano, decolou do aeroporto José Martí da capital cubana às 16h20 (horário local, 17h20 de Brasília) de terça-feira, dia 22/3, de onde Obama, sua esposa Michelle, suas filhas Malia e Sasha e sua sogra partiram rumo à Argentina.
Antes de partir, Obama assistiu ao lado de Raul à partida amistosa de beisebol entre o Tampa Bay, time dos EUA, e a seleção cubana no estádio Latino-Americano, em Havana. A equipe norte-americana venceu por 4 a 0.
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OBAMA DIZ QUE VISITA A CUBA REPRESENTA FIM DO ÚLTIMO RESQUÍCIO DA GUERRA FRIA NA AMÉRICA
Ao saudar a plateia presente no Gran Teatro de la Habana Alicia Alonso, Obama disse que foi ao país “oferecer amizade” ao povo cubano.Em discurso na terça-feira, dia 22/3, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que sua visita a Cuba representa o fim do último resquício da Guerra Fria na América.
Obama e Raul conversam enquanto assistem ao jogo de beisebol entre Tampa Bay e a seleção cubana.
Ao saudar a plateia presente no Gran Teatro de la Habana Alicia Alonso, Obama disse que foi ao país “oferecer amizade” ao povo cubano. Segundo ele, a política de isolamento desenhada no passado não se adequa mais ao presente, razão pela qual é necessário pensar em novas relações.
“É hora de deixar o passado para trás e construir um futuro de esperança. Não será fácil, mas podemos fazer isso como irmãos, como vizinhos, como uma família, todos juntos”, disse.
Para Obama, antes de focar nas diferenças, é preciso celebrar as semelhanças entre as duas nações. “As diferenças entre nossos governos são reais, com certeza o presidente [Raul] Castro diria o mesmo. Mas, antes disso, temos que falar sobre o que temos em comum”, destacou.
Ele lembrou do trabalho em conjunto realizado pelos médicos cubanos com soldados e outros profissionais estadunidenses, afirmando que esse tipo de parcerias e de intercâmbio entre os países deve continuar.
Obama reconheceu que a política adotada contra Cuba nos últimos 50 anos era equivocada. “É uma política de isolamento que só afetava o povo cubano, e não ao governo”.
Apesar de se mostrar contrário ao bloqueio, entende que o país caribenho precisa de mais mudanças para melhorar a vida de seus cidadãos. “Mesmo que encerrássemos o embargo amanhã, os cubanos ainda não saberiam do seu potencial sem mudanças contínuas em Cuba”, disse Obama, que defende a eliminação do sistema de duas moedas na ilha e a ampliação do acesso à internet no território.
Disse ainda que aposta muito no povo cubano, que sempre se mostra muito “inovador”, especialmente em seus jovens. “Eu acredito que os cubanos farão as decisões certas”, falou.
DemocraciaObama enfatizou também que os processos políticos – não apenas em Cuba, mas em qualquer lugar – devem estar sempre baseados na democracia. “Há pessoas que não concordam com valores dos norte-americanos como liberdade religiosa e de escolher seus líderes, mas eu acredito que esses são valores universais”, disse.
Sinalizou também que, apesar das diferenças entre os países – Cuba adota em um modelo socialista, enquanto seu país é uma economia de mercado aberto –, a democracia norte-americana pode servir como modelo à ilha caribenha.
Ele destacou que, nas eleições presidenciais em curso em seus país, há dois republicanos cubano-americanos concorrendo contra uma mulher e um socialista democrata.
Agradeceu ainda a acolhida que ele, junto com a família e a delegação estadunidense, tiveram desde a chegada a Cuba no domingo. “Foi uma honra extraordinária”, disse.
Ataques na BélgicaObama lamentou também os ataques em Bruxelas, que mataram 34 pessoas na manhã de terça-feira, dia 22/3, e prestou solidariedade ao povo belga. “O povo norte-americano está com vocês”, disse.
O chefe do Executivo dos Estados Unidos reafirmou ainda que os Estados Unidos farão “o que for necessário” para colaborar no restabelecimento da paz mundial. “O mundo precisa estar unido. Independente de nação, religião ou raça precisamos lutar contra o terrorismo”, disse.
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Raul: “Dê-me a lista com os nomes dos presos políticos. Dê-me os nomes. Se forem presos políticos estarão soltos ainda esta noite”.
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