domingo, 27 de março de 2016

“Não vem ao caso”: Sérgio Moro não vai investigar o listão da Odebrecht

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O juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava-Jato, libertou no sábado, dia 26/3, nove presos da Operação Xepa, cujo foco foi a empreiteira Odebrecht, e decidiu declinar de sua competência e remeter a investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Antes, porém, Moro oficiou o Ministério Público Federal para que se pronuncie acerca da decisão pelo encaminhamento a instância superior.
O magistrado paranaense, assim, repassaria à instância superior os autos relacionados ao “Listão da Odebrecht”, que revelou financiamento de campanhas de mais de 200 políticos de todos os partidos, notadamente de raposas felpudas da oposição. Segundo Moro, não é possível determinar se os pagamentos que aparecem na lista são legais ou ilegais e, por envolver pessoas com foro privilegiado, não lhe caberia a investigação.
“Decidirei a questão na próxima segunda-feira, mas é provável a remessa de ambos os feitos à Egrégia Suprema Corte diante da apreensão na residência do executivo Benedicto Barbosa da Silva Júnior de planilhas identificando pagamentos a autoridades com foro privilegiado”, escreve o juiz em seu despacho.
No listão, apreendido com o presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Junior, apareceram os nomes dos principais líderes do impeachment, como Aécio Neves e José Serra (PSDB), Paulinho da Força (SD), Roberto Freire (PPS), Antônio Imbassahy (PSDB), Agripino Maia (DEM), Cássio Cunha Lima (PSDB) e muitos outros.
Os detidos em prisão temporária, cujo prazo (não renovado) vence neste sábado, são Álvaro José Galliez Novis, Antônio Claudio Albernaz, Antônio Pessoa de Souza Couto, Isaias Ubiraci Chaves Santos, João Alberto Lovera, Paul Elie Altit, Roberto Prisco Paraíso Ramos, Rodrigo Costa Melo e Sérgio Luiz Neves.
Dentre os libertos, chama a atenção o nome de Sérgio Neves, a pessoa que poderia envolver o senador e presidente do PSDB Aécio Neves em ilícitos relacionados à empreiteira.
Um diálogo de 19 de setembro de 2014 entre Marcelo Odebrecht e Benedicto Junior trata de uma doação de R$ 15 milhões para um personagem identificado como “Mineirinho” Os recursos são viabilizados por Sérgio Neves, diretor da construtora em Minas Gerais, para que ele repasse a uma pessoa identificada como “Oswaldo”.
Ao que tudo indica, trata-se de Oswaldo Borges da Costa Filho, um dos personagens mais próximos ao Aécio e que foi nomeado por ele presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig). Oswaldo é um dos donos do jato usado pelo presidente nacional do PSDB em seus deslocamentos pelo país.

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