domingo, 27 de março de 2016

“Listão da Odebrecht” tem mais de 200 nomes de políticos. E nenhum deles é Lula.

Odebrecht14_Listao
Não foi um vazamento, foi um rompimento de adutora.
A adutora que abastece, e todo mundo sabe disso, todas as campanhas política no Brasil que, contra a vontade da mídia, de Gilmar Mendes, de Eduardo Cunha, do PSDB e de tanta gente “boa”, adiou o quanto pôde o financiamento público das eleições.
De todos – repito – TODOS os partidos.
Aécio Neves, Eduardo Cunha, Sérgio Cabral, Jaques Wagner, Romero Jucá, Humberto Costa, Eduardo Paes, José Sarney e Eduardo Campos, morto em 2014, entre centenas de outros. Centenas mesmo, mais de 200.
Não está claro na matéria o que foi legal e o que foi “caixa 2”, que nenhuma campanha política de algum porte deixa de ter.
É m… no ventilador para ninguém botar defeito, mas uma coisa salta aos olhos.
O nome de Lula não aparece uma só vez no listão, que está em poder da Lava-Jato desde 22 de fevereiro.
E o documento, em tese, teria sido divulgado ontem, quando não haveria restrição partida da decisão do STF, tomada já tarde da noite por Teori Zavascki.
Eu ainda mantenho um “pé atrás”. Não é lógico que uma planilha assim vá ver guardada durante oito meses de prisão do presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, sem ter sido picado, incinerado e desaparecido.
Alguns arquivos publicados por Fernando Rodrigues estão indisponíveis, surgindo em seu lugar uma indicação de página em manutenção, como reproduzo abaixo. Outros são estranhos, contendo textos estranhos ao caso, como a reprodução da famosa avaliação do ex-secretário de comunicação do Planalto, Tomas Trauttman, sobre o cenário eleitoral, que foi amplamente publicada e não revela, por isso, absolutamente nada.
Coisas estranhas, muito estranhas.
Mesmo num país em que não se estranha mais nada.
***
MORO IMPÕE SIGILO AO LISTÃO DA ODEBRECHT, QUE JÁ VAZOU PARA A IMPRENSA
O juiz federal Sérgio Moro decidiu na quarta-feira, dia 23/3, colocar em segredo de Justiça uma lista de pagamentos a cerca de 200 políticos, apreendida em uma busca da Polícia Federal na casa de um dos executivos da Odebrecht. A medida foi tomada pelo juiz após a relação ter sido anexada no processo sobre as investigações da 23ª fase da Operação Lava-Jato, conhecida como Acarajé, e divulgada pela imprensa.
A lista cita políticos da oposição e do governo que receberam repasses da empreiteira. Nos documentos, não há juízo sobre a legalidade dos pagamentos. A construtora é uma das maiores doadoras a políticos.
“Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos”, argumenta o juiz.
Moro decidiu colocar a planilha, apreendida na residência de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, executivo da empreiteira, por citar políticos que tem foro por prerrogativa de função e só podem ser processados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“De todo modo, considerando o ocorrido, restabeleço sigilo neste feito e determino a intimação do MPF para se manifestar, com urgência, quanto à eventual remessa ao Egrégio Supremo Tribunal Federal para continuidade da apuração em relação às autoridades com foro privilegiado”, decidiu Moro.

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