O Instituto Lula divulgou nota, no domingo, dia 6/3, em que questiona o fato de o Jornal Nacional ter censurado informações enviadas ontem sobre a operação da Lava-Jato contra o ex-presidente. Confira, abaixo, a nota na íntegra.
Leia aqui a íntegra da nota enviada pelo Instituto Lula ao Jornal Nacional para ser lida na edição de sábado, dia 5/3. Em negrito, os trechos censurados pela Globo.
“1) O ex-presidente Lula sempre esteve à disposição das autoridades para esclarecer a verdade e repudia qualquer insinuação diferente disso. O Instituto Lula e a LILS forneceram voluntariamente todos os dados solicitados pelo Ministério Público Federal e pela Receita Federal, que recebeu todas as informações em janeiro. A firme reação da sociedade aos abusos cometidos ontem pela Operação Lava-Jato deve servir de alerta aos investigadores para que não persistam em atuar fora da lei.
2) A Operação Lava-Jato prestará um serviço ao estado de direito se apurar e punir o vazamento do sigilo bancário e fiscal do ex-presidente Lula e dos Instituto Lula para a revista Veja e para as Organizações Globo.
3) O Instituto Lula e a empresa LILS Palestras não têm apenas receitas, também têm despesas, como qualquer instituição. A insistência dos procuradores da Lava-Jato em divulgar apenas parte da contabilidade, misturando entidades e recursos distintos, com clara intenção difamatória, é uma vergonha para a instituição do Ministério Público.”
Não é a primeira vez que o telejornal da Família Marinho censura, distorce e frauda as manifestações do Instituto Lula apresentadas, cinicamente, como “outro lado” de seu noticiário faccioso em relação ao ex-presidente Lula.
Na edição deste sábado, a Globo dedicou 4 minutos e 15 segundos a um vídeo que misturava fofocas de policiais anônimos com acusações sem fundamento do Ministério Público Federal (Força Tarefa) ao ex-presidente.
Estas acusações, levianas e irresponsáveis, foram lidas pela repórter, sobre uma reprodução cinematográfica do texto.
Em mais uma exibição de sua falsa imparcialidade, seguiu-se um vídeo de menos de 30 segundos com cenas do ex-presidente Lula, durante os quais se informou laconicamente que o ex-presidente “negou todas as acusações”.
Mas negou como? Com que argumentos, se eles foram omitidos na reportagem? Que espécie de “outro lado” é esse, onde o Ministério Público fala o que quer, pela voz da repórter, pela reprodução de seus documentos, pelas cenas exibidas ao longo de 4 minutos e 30 segundos de acordo com o enredo da acusação, e Lula simplesmente “nega”?
Além disso, se o Jornal Nacional dá tanta importância ao vazamento de informações na Operação Lava-Jato, por que não mencionou em sua reportagem principal, de 5 minutos e meio, o tuite do editor ególatra da revista Época, que antecipou a 24ª fase na madrugada de sexta-feira?
Mais do que manipulador, o jornalismo da Globo é desonesto. Ao solicitar manifestação da assessoria do Instituto Lula, a produção do Jornal Nacional escondeu o inteiro teor da reportagem, prática antijornalistica que também se tornou habitual. É o que se pode comprovar no e-mail enviado pela produção à assessoria do Instituto Lula:
--------- Mensagem encaminhada ----------
De:
Data: 5 de março de 2016 19:10
Assunto: NOTA PARA O JORNAL NACIONAL DE HOJE
Para: “[email protected]”Boa noite
O Jornal Nacional está fazendo uma reportagem que vai tratar sobre a busca e apreensão no Instituto Lula.
Segundo apuração da nossa reportagem em Curitiba, a Polícia Federal abriu um inquérito para apurar se houve vazamento de informações sobre a operação. O que o Instituto tem a dizer?
A reportagem vai abordar ainda os valores recebidos pela (LILS) empresa de palestras do ex-presidente Lula e pelo Instituto. São quase 30 milhões de reais, de seis empreiteiras entre 2011 e 2014. O que tem a dizer?
A mensagem foi encaminhada às 19h10, faltando 1 hora e 20 minutos para o Jornal Nacional ir ao ar, a resposta precisaria ser dada até as 20h. Isso mostra que não houve a menor intenção de apurar seriamente os fatos, checar informações duvidosas, dar a Lula a mesma oportunidade de responder que a Lava-Jato teve para acusar.
Isso não é, nunca foi e nunca será jornalismo. É o exercício cotidiano da censura, da manipulação e da fraude, numa concessionária de serviço público que constrange e envergonha os verdadeiros profissionais da imprensa.
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