sábado, 17 de janeiro de 2015
ONU: Brasil se tornou importante mercado de cocaína
Nos últimos anos, o Brasil se consolidou não apenas como rota da cocaína dos Andes para a Europa como também passou a ser um mercado fundamental da droga. É o que mostra o Conselho Internacional de Controle de Narcóticos, entidade de Organização das Nações Unidas (ONU), em um relatório divulgado nesta terça-feira.
De acordo com o órgão, em 2012, as maiores apreensões de cocaína no país ocorreram a partir de carregamentos da Bolívia, seguidos por Peru e Colômbia. A ONU também aponta que o Brasil apreendeu, no mesmo ano, um volume recorde de 339.000 tabletes de ecstasy, o equivalente a cerca de setenta quilos. Além disso, foram retidas 10.000 unidades de anfetamina e 65.000 unidades de alucinógenos, o maior volume desde 2007.
Dados da ONU divulgados no ano passado mostraram que a prevalência de consumo de cocaína entre brasileiros de 12 a 65 anos mais que dobrou de 2005 a 2011, passando de 0,7% para 1,75%. É uma taxa quatro vezes superior à média mundial registrada em 2011, de 0,4%, e maior do que a da América do Norte, de 1,5%.
Ainda segundo o relatório da ONU, embora o consumo de cocaína tenha crescido no Brasil, foi constatada uma queda no cultivo da coca na América do Sul em 2012. No total, 133 000 hectares foram plantados, 13% menos do que em 2011. O Peru se consolidou como líder, com 45% do total, seguido por Colômbia e Bolívia, com 36% e 19%, respectivamente.
Segundo a ONU, a maconha continua sendo a droga mais consumida na América do Sul, por cerca de 14,9 milhões de pessoas. O número é 4,5 vezes o total dos usuários de cocaína. Uma vez mais o Brasil é destaque. "A prevalência do abuso de maconha aumentou significativamente na região nos últimos anos, em especial no Brasil", diz o informe.
No documento, a entidade também critica a liberalização do consumo de maconha no Uruguai e regiões dos Estados Unidos. "O Conselho nota com preocupação a baixa percepção de risco diante do consumo da maconha entre a população jovem em alguns países sul-americanos", indica, apontando para estudos que mostram que 60% dos jovens no Uruguai consideram o risco do uso baixo.
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