terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Cerveró: “Governo FHC recebeu US$100 milhões de propina da Petrobras”.

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O vazamento só ocorre após busca em gabinete do senador petista Delcídio Amaral, onde documentos citando o ex-presidente tucano foram apreendidos. Cerveró ainda cita o envolvimento do ex-presidente argentino Carlos Menem.
O ex-diretor da área Internacional da Petrobras e um dos primeiros delatores da Operação Lava-Jato, Nestor Cerveró, disse que uma das negociações envolveu uma propina de US$100 milhões ao governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003). As informações são parte de um resumo do depoimento que Cerveró prestou ao MPF antes de fechar seu acordo de delação premiada. Só vieram à tona com o mandado de busca e apreensão no gabinete do senador Delcídio Amaral (PT/MS), no dia 25 de novembro – entre os documentos, estava esse resumo.
O acordo de delação premiada de Cerveró com os procuradores foi acertado no dia 18 de novembro, a nível de última instância, nas investigações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) para os detentores de foro privilegiado, e não com a equipe do juiz de primeira instância do Paraná, Sérgio Moro.
O vazamento de que a venda da petrolífera Perez Compancq envolveu propina ao governo FHC de US$100 milhões, ocorreu somente após a apreensão de investigadores no gabinete do senador petista Delcídio Amaral, ex-líder do governo no Senado. Á época, suspeitava-se que o parlamentar estava tentando impedir o acordo de Cerveró, obstruindo investigações e com o oferecimento de dinheiro para a família do ex-diretor da estatal. Delcídio continua detido em Brasília.
O documento ainda inclui o envolvimento de Oscar Vicente, principal operador do ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999), que teria se beneficiado com US$6 milhões.
“A venda da Perez Compancq envolveu uma propina ao Governo FHC de US$100 milhões, conforme informações dos diretores da Perez Compancq e de Oscar Vicente, principal operador de Menem e, durante os primeiros anos de nossa gestão, permaneceu como diretor da Petrobrás na Argentina”, disse Cerveró.
“Cada diretor da Perez Compancq recebeu US$1 milhão como prêmio pela venda da empresa e Oscar Vicente 6 milhões. Nos juntamos a Perez Compancq com a Petrobras Argentina e criamos a PESA (Petrobras Energia S/A) na Argentina”, contou o ex-diretor já condenado na Lava-Jato.
De fato, a estatal sob o comando do presidente Francisco Gros comprou 58,62% das ações da Perez Compancq e 47,1% da Fundação Perez Compancq, em outubro de 2002, representando um total de US$1,027 bilhão de remessa para a então maior empresa petrolífera independente da América Latina.
Em fevereiro do último ano, Fernando Henrique Cardoso disse que a corrupção da Petrobras começou com o PT. “Trata-se de um processo sistemático que envolve os governos da presidente Dilma (que ademais foi presidente do Conselho de Administração da empresa e ministra de Minas e Energia) e do ex-presidente Lula. Foram eles ou seus representantes na Petrobras que nomearam os diretores da empresa ora acusados de, em conluio com empreiteiras e, no caso do PT, com o tesoureiro do partido, de desviar recursos em benefício próprio ou para cofres partidários”, havia afirmado.
Agora, FHC defendeu que declarações “vagas como essa, que se referem genericamente a um período no qual eu era presidente e a um ex-presidente da Petrobrás já falecido (Francisco Gros), sem especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem elementos que permitam verificação”.
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O “FEIRÃO DA DELAÇÃO”: NA HORA DA XEPA, US$100 MILHÕES PARA FHC
A matéria de publicada hoje (10/1) no site do Estadão – não me pergunte porque não está no jornal impresso, por favor – dando conta que o delator Nestor Cerveró diz que “a venda da Perez Compancq (refinaria argentina, outubro de 2002) envolveu uma propina ao Governo FHC de US$100 milhões” – valor que o Nassif, gentilmente, já atualizou para R$1,033 bilhão – é mais um episódio do “Feirão da Delação” que se instalou no Brasil, graças verdadeira “zorra jurídica” implantada pelo Dr. Sérgio Moro e pelos procuradores do Paraná.
Com a ajuda da mídia, com os vazamentos de praxe, isso virou uma baderna.
Todo bandido pego com a boca na botija, agora, já sabe qual é o caminho das pedras: delate, delate, delate.
O MP aceitará, Moro homologará e a imprensa publicará, com mais ou menos ênfase de acordo com quanto lhe interesse desmoralizar o personagem. “Gente fina” como este FHC não irá para manchete, se for um desgraçado “lulopetista” jornais e tevês penduram no poste….
Um amigo sugere que o punguista da Avenida Presidente Vargas, pego fugindo com a carteira de um descuidado, tente logo a “transação penal” como o meganha que o agarra pelo cangote alegando que vai contar sabe quem matou John Kennedy.
Se o Brasil tivesse uma imprensa séria, o Ministério Público do Paraná e Sérgio Moro, a esta altura, estariam desmoralizados.
Porque, das duas, uma: ou Cerveró não tem nenhuma prova ou indício que o ex-presidente – diretamente ou por integrantes de seu governo – já nos estertores embolsou uma bolada destas ou tem e isso é tão grave acusação que deveria ter se transformado num inquérito e num escândalo nacional.
Não? Basta imaginar o que seria se fosse com Lula. Porque com ele, eu “eu acho” de algum bandido vai para a capa da Veja. A denúncia contra FHC, sequer uma menção em seu site.
A Lula, por qualquer suposição, já aparece um procurador da República furioso a querer tomar-lhe declarações. A FHC, mesmo com uma acusação, não se pergunta nada.
O MP e Sérgio Moro, a idolatria da deduragem e da acusação que, em seu louvor, fez e faz a mídia e a covardia das instituições para com a autuação completamente destrambelhada que lá se tem, transformando num circo de deduragem o que deveria ser uma investigação e um julgamento – aliás, julgamento ali é mera formalidade, já se entra condenado – sérios e isentos.
Virou o “Feirão da Delação”.
E a honra das pessoas é tratada como tomates amassados, na hora da xepa.
Não pode ser nem justiça, nem jornalismo.
Muito menos um Estado de Direito.

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