terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Gestão Alckmin: Governador suspende outra obra do Metrô e novas estações vão atrasar mais


Monotrilho da Linha 15-Prata foi inaugurado, mas tem apenas duas estações funcionando.
Além da extensão da Linha 2-Verde até Guarulhos, estão paradas obras de outras quatro linhas. Projeto apresentado há mais de uma década previa para 2020 cerca de 168km de metrô. Hoje são menos de 70km.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), suspendeu por mais um ano o início das obras de extensão até Guarulhos da Linha 2-Verde, que hoje liga a Vila Madalena, na zona oeste, à Vila Prudente, na região sudeste. A medida foi publicada junto dos novos aditivos contratuais da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) no Diário Oficial do Estado, no dia 31 de dezembro passado. A suspensão vem sendo prorrogada desde setembro de 2014, quando as obras deviam ter sido iniciadas.
Desde que foi reeleito, Alckmin já suspendeu as obras da Linha 15-Prata (Vila Prudente–Cidade Tiradentes), da Linha 17-Ouro (Morumbi–Jabaquara) e da Linha 18-Bronze (ABC-São Paulo), sempre responsabilizando a crise econômica. Já a Linha 5-Lilás está sendo preparada para concessão à iniciativa privada. Segundo reportagem de O Estado de S.Paulo, o governador também estuda a possibilidade de concessão das linhas de monotrilho 17-Ouro (Jabaquara-Morumbi) e 15-Prata (Cidade Tiradentes-Vila Prudente).
A obra da linha 2-Verde prevê a construção de 12,5km de novas linhas de metrô, com 12 novas estações, além de um novo pátio de manobras e da aquisição de 35 novos trens que a linha deverá receber. O projeto foi apresentado há 11 anos pelo próprio Alckmin, dentro da proposta de rede essencial que deveria estar em operação até o ano de 2020. No entanto, nenhuma das linhas previstas saiu do papel. E a rede metroviária, que deveria ter 163km ao final do processo, tem hoje 68,5km.
No caso da Linha 15-Prata, a obra está cinco anos atrasada. A previsão de entrega do primeiro trecho – com 11 estações entre Vila Prudente e São Mateus – era para 2010. Atualmente, as estações São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tostói, Vila União, Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus estão previstas para 2017. O restante – mais sete estações até Cidade Tiradentes, no extremo leste da capital paulista – estava previsto para 2012. A previsão é de que a linha transporte 550 mil pessoas diariamente, quando concluída. Hoje chega, no máximo, a mil pessoas por dia.
As obras foram paralisadas a partir de São Mateus e não há previsão de quando serão entregues as sete estações até Cidade Tiradentes. O monotrilho iniciou operação comercial em 10 de agosto, com horário de atendimento das 7 às 19 horas. No entanto, os passageiros podem utilizar somente 11% de todo o trajeto previsto. Apenas o trecho entre as estações Vila Prudente e Oratório, com 2,9km de extensão, está pronto.
Enquanto a obra avança lentamente, o orçamento triplicou. De 2009, quando foi anunciada pelo ex-governador paulista e hoje senador José Serra (PSDB), até agora, o orçamento foi revisto de R$2,3 bilhões para R$7,1 bilhões.
Parte dos problemas se deve a um erro de planejamento. Foram “encontradas” galerias de água em locais onde seriam construídas parte das estações, o que demandou alterações no projeto. Mas os investimentos do governo Geraldo Alckmin (PSDB) na Linha-15 Prata também têm ficado abaixo do esperado, o que contribui para a lentidão na obra. O Plano Plurianual 2011-2014 previa investimentos de R$3,8 bilhões na obra. Mas somente R$1,5 bilhão foi aplicado – 60% menos.
A linha 5-Lilás opera com sete estações em 9,6km de trilhos. O primeiro trecho, com cinco estações entre Capão Redondo e Largo Treze, foi entregue em 20 de outubro de 2002. A estação Adolfo Pinheiro, sexta a entrar em funcionamento, só foi entregue no ano passado.
Em construção desde 1998 – quando era a Linha G da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) –, a Linha 5-Lilás já teve sua data de conclusão alterada muitas vezes desde 2006, primeiro ano previsto. Atualmente, o governo de São Paulo promete a conclusão das dez estações restantes para 2018. As outras duas linhas citadas também estão em obras e também já tiveram suas previsões de entrega revistas.
As obras ficaram paradas entre 2002 e 2009. A expansão iniciada em 2009, ao custo de R$6,9 bilhões, foi novamente paralisada em 2010, por suspeita de fraude e formação de cartel entre as empresas, com a participação de funcionários da gestão Alckmin. O objetivo era garantir que todas as empresas tivessem uma parte na obra. O esquema de corrupção pode ter causado um rombo de R$350 milhões e o processo ainda está em andamento na Justiça.
Ainda estão em obras outros 11,5km da Linha 5-Lilás, com mais dez estações. Atualmente, a expansão está orçada em R$9,1 bilhões. A linha terá interligação com a linha 1-Azul (na estação Santa Cruz) e terminará na estação Chácara Klabin, ligando-se com a linha 2-Verde. A concessão será somente da operação. A construção em andamento seguirá sob responsabilidade do Metrô.
A Linha 17-Ouro teve sua entrega prevista para 2018 reduzida ao trecho entre o Aeroporto de Congonhas e a Marginal do Pinheiros. E a Linha 18-Bronze, não tem qualquer previsão para entrega.
A primeira fase da Linha 6-Laranja, que ligará o bairro da Brasilândia, na zona norte, à Estação São Joaquim da Linha 1-Azul, na região central, é outra promessa que vem tendo seu cronograma protelado. Apresentado também há 11 anos, o projeto de 15,3km e 15 estações já teve seu término previsto para 2012. Depois de sucessivos adiamentos (para 2013, 2017 e 2019), a entrega integral dessa primeira fase, que começou efetivamente em 2015, está agora prevista para 2020.
Metro_Linha_Verde_Guarulhos01

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