domingo, 17 de janeiro de 2016

Rainha da Jordânia responde à charge infame do Charlie Hebdo

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A rainha responde: “Aylan poderia ter sido médico, professor ou um pai carinhoso”.
Rania Al Abdullah apresenta futuro alternativo ao menino sírio refugiado, se ele não tivesse morrido em uma praia turca em busca de vida melhor.
Nas redes sociais, a rainha Rania Al Abdullah, da Jordânia, reproduziu no sábado, dia 16/1, uma charge feita a pedido dela pelo caricaturista jordaniano Osama Hajjaj, em resposta a uma recente publicação do semanário francês Charlie Hebdo, que retrata o menino sírio morto Aylan – símbolo da crise humanitária de refugiados na Europa – como um estuprador. Em uma charge divulgada em árabe, francês e inglês, Rania apresenta um futuro alternativo a Aylan, se ele não tivesse morrido em uma praia turca em busca de uma vida melhor.
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Rania esteve em Londres, onde se encontrou com o primeiro-ministro britânico, David Cameron.













“No que teria se transformado o pequeno Aylan se tivesse crescido?”, questiona a charge de Hajjaj. E a própria rainha responde: “Aylan poderia ter sido médico, professor ou um pai carinhoso”.
Na imagem, o menino é desenhado em três hipotéticos momentos de vida: como uma criança brincando, como um jovem com uma mochila escolar nas costas e como um adulto com jaleco, prancheta e um estetoscópio nos ombros.
A resposta da rainha da Jordânia ao Charlie Hebdo, que foi alvo de um atentado de extremistas islâmicos em janeiro de 2015 após acusações de islamofobia e racismo, ocorre poucos dias após a revista retratar o menino refugiado morto como um agressor sexual.
Publicado em 14 de janeiro, o desenho se refere ao caso de agressão sexual em massa ocorrido na festa de Ano-Novo no centro de Colônia, na Alemanha. Segundo as investigações, os agressores eram predominantemente de origem estrangeira.
Na charge, o autor Laurent “Riss” Sourisseau, pergunta: “O que teria sido do pequeno Aylan se ele tivesse crescido?”. Em seguida, o desenho representa mulheres sendo agredidas por homens com feições animais de macaco ou porco, com os dizeres: “Apalpador de bundas na Alemanha”.
A caricatura da revista francesa foi durante criticada por ativistas, internautas e autoridades ao redor do mundo.
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Charge de Charlie Hebdo reproduzida na quinta-feira, dia 14/1, foi criticada pela comunidade internacional.

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