sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Propina de US$100 milhões no governo FHC e o tabu regulação econômica da mídia

Cerveró cita propina de US$100 milhões para governo Fernando Henrique Cardoso, na compra da Perez Companc pela Petrobras. A ser provado, como demais delações.
Prisões espetaculares de megaempresários e políticos, manchetes e coberturas devastadoras – a depender do político...
Fatos e cenas dão a impressão de não existirem tabus para a democracia brasileira. É só impressão.
Tabus existem, são mantidos por ampla, consensual imposição do silêncio. Há pouco um destes tabus foi debatido pelo canal... “Quebrando o Tabu”.
Entre os debatedores, Fernando Henrique Cardoso. No debate, o tabu regulação econômica da mídia.
Provocado por Jean Wyllys, Fernando Henrique recordou tentativa de promover lei “antitruste”, antimonopólio no setor, quando presidente.
Seu então ministro das Comunicações, Sérgio Motta, fez audiências públicas, chegou a seis minutas de anteprojeto. Tudo foi engavetado. FHC relata o porquê:
“Tentamos, mas é muito difícil porque os interesses são muito grandes, se juntam contra. E agora não são só interesses das grandes empresas...”
Segundo Fernando Henrique, “agora existem os interesses também de religiões”. Constata o ex-presidente:
“No Congresso não tem apoio de ninguém... Se fica lutando e dando murro em ponta de faca...”
O ex-presidente percebe: a cada tentativa de abordar o tema ressurge a alegação de “ataque às liberdades”, de censura.
Esse é um falso dilema. Censura e autocensura surgem se não há oxigênio econômico para expor diferentes informações e opiniões, para ter-se pluralidade real.
Coração do capitalismo, Estados Unidos e Inglaterra têm regulação e instituições. Buscam enfrentar monopólios no setor de Mídia.
Europa Ocidental, Austrália, Japão... o chamado “mundo democrático” todo regula o espaço econômico para Mídia.
Sempre haverá quem queira censura, mas censura não tem apoio da sociedade, não passa no Congresso. O que há é privilégios, e o temor de enfrentar o tema.
Todos presidentes pós-ditadura não tiveram coragem para promover o debate na sociedade e levar ao Congresso a regulação econômica da mídia.
Com 5.570 municípios o Brasil é vasto continente. Sem regras que impulsionem diversidade, pluralidade de informações, visões, o que se tem e terá é monopólio nas narrativas, um simulacro de democracia.

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