quarta-feira, 24 de junho de 2015

Beija-Flor recusa R$11 milhões da Nike por enredo sobre Ronaldo Fenômeno

 luxo e Carnaval “à moda antiga” na escola de Nilópolis no próximo ano. Por dois anos seguidos a Beija-Flor fez “homenagens” duvidosas.
A Beija-Flor de Nilópolis, atual campeã do Carnaval, decidiu voltar ao passado. A um passado, inclusive, anterior ao da própria Beija-Flor, que nos fins dos anos de 1970, sob o comando de Joãosinho Trinta, revolucionou os desfiles das escolas de samba com ousadia e muito luxo, fazendo da agremiação de Nilópolis uma gigante da folia. E tornando célebre a frase: “Pobre gosta de luxo. Quem gosta de pobreza é intelectual”.
Capitaneada por Laíla, diretor de Carnaval que nos anos de 1970 ajudou Joãosinho a promover a revolução estética da folia, a atual campeã decidiu ousar novamente, mandando para escanteio outra frase famosa – “em time que está ganhando não se mexe” – e promover um resgate da cultura popular em seu sentido mais amplo.
Duramente criticado pelo enredo desenvolvido neste ano (“Um Griô Conta a História: Um Olhar sobre a África e o Despontar da Guiné Equatorial”), apesar de vitorioso, e também pelo do ano passado (“Boni, o Astro Iluminado da Comunicação Brasileira”), Laíla decidiu mudar. E não apenas em relação à temática, mas também na concepção do Carnaval. No início de julho, a escola anunciou que contará a história do Marquês de Sapucaí em 2016.
“Faremos um Carnaval sem dinheiro de ninguém. Só com o que a Liesa dá a cada escola. Nem o Anízio [Abrahão David, patrono da escola] colocará um centavo. Chega. Cansei de tomar porrada também. Recusei R$11 milhões da Nike para fazer um enredo sobre Ronaldo Fenômeno. Nem pelo c... que eu vou fazer isso. Quero acabar com essa situação de ficar apanhando. Vamos resgatar a essência do Carnaval, aquilo que aprendi no Salgueiro nos anos 50, 60 e 70, com Fernando Pinto, Arlindo Rodrigues, Fernando Pamplona, Rosa Magalhães, e até mesmo com o Joãosinho”, revelou Laíla.

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