Ao examinar seca em São Paulo e no Sudeste, documentário abre debate sobre algo essencial: como governos e mídia escondem da sociedade dimensões reais do problema – e alternativas para enfrentá-lo
Anunciada há por anos por especialistas, tema tabu para governantes, dor de cabeça para a população. A crise da água que afeta cidades da região Sudeste, em especial o estado de São Paulo, tem sido alvo de críticas não só pelas decisões tomadas pelos responsáveis por administrá-la, mas também, e sobretudo, pela falta de transparência nas informações chaves sobre sua atual situação.
Foi para jogar luz nesta última questão que a Ong Artigo 19 lançou o minidocumentário A seca e o silêncio, relatos sobre a escassez de informação e água no Sudeste brasileiro, que aborda a falta de transparência na gestão da crise hídrica que afeta São Paulo e o Rio de Janeiro.
O filme, de quase 12 minutos, ouve especialistas, ativistas, representantes da sociedade civil e moradores afetados pela falta da água que compartilham visões e relatos sobre a crise. Entre os entrevistados estão o Relator Especial da ONU para Água e Saneamento, Leo Heller, a coordenadora da Aliança pela Água, Marussia Whately, o deputado estadual do PSOL/RJ Flávio Serafini e o grafiteiro e ativista Mundano.
No caso de São Paulo, a influência das eleições de 2014 na falta de transparência sobre a situação da crise da água é um dos principais alvos de críticas expressas no documentário. Já no Rio de Janeiro, que ainda não experimentou o racionamento doméstico, o alerta é para a iminência de uma crise de abastecimento e da necessidade de fazer com que a população esteja ciente disso.
“O problema da falta de informação é crucial para que a crise continue. Existe escassez de água, mas esta só falta porque houve um problema de gestão, agravada pela falta de transparência sobre o que realmente está acontecendo”, afirma Mariana Tamari, oficial da área de Acesso à Informação da Artigo 19.
A seca e o silêncio pode ser assistido abaixo ou no canal de YouTube da Artigo 19.
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