Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo, faz uma excelente análise da insignificância de uma pesquisa eleitoral feita apenas seis meses da eleição presidencial e a mais de três anos da escolha do sucessor de Dilma Rousseff (leia o texto aqui). E tem toda a razão em dizer que os 25% atribuídos a Lula não querem dizer absolutamente nada.
Porque, e Paulo tem razão completa nisso, o valor de uma pesquisa, a esta altura – e no contexto de dificuldades reais e histeria fanática que sobre ele a mídia constrói –, não tem a menor significação para as eleições de 2018. Mas há números que, sim, têm enorme significação.
O primeiro deles é que Aécio Neves, com todo o recall de 2014, com os “50 milhões de votos” com que se proclamou “presidente paralelo do Brasil” ficou exatamente onde estava, se comparado ao 1º turno de 2014: 35% das intenções de voto, quando teve 33,6% da votação. Ou seja: Aécio marcou passo, mesmo com toda a maré de desgaste para Dilma, sua adversária.
Mas será que houve um “renascimento” de uma “terceira via”, com a desaparecida Marina Silva? Não, porque ela tem menos (18%) do que teve no 1º turno do ano passado, quando chegou a 21,3% dos eleitores.
A rigor, Aécio e ela, considerado o erro estatístico, ficaram onde estavam. O eleitorado não descambou para a direita, representada por ambos, de forma correspondente ao desgaste de Dilma.
Está, isto sim, desorientado e confuso com tudo o que lhe atiram em cima de informação – e manipulação – e perplexo com os rumos do governo ao qual deu maioria. E a política, na hora própria, vai definir bem os campos para a disputa eleitoral.
É uma tolice dizer que o resultado de Aécio, superior ao de Alckmin, dá-lhe credencial automática para ser o candidato tucano. Ao contrário, mostra que seu teto é muito sólido e nem no inferno astral do PT o povo brasileiro o reconhece como líder.
Aliás, na pesquisa, faltou colocar um nome da extrema-direita, o que me parece inevitável que vá se apresentar em 2018 – a persistir a selvageria atual – e que “comerá” os eleitores aecistas menos equilibrados e mais furiosos, certamente uma parcela expressiva entre seus apoiadores.
O que, certamente, está nas contas de Alckmin, que já experimentou na pele o que é ter na testa a pecha de “fernandista”.
Aécio é ruim que dói e, em condições normais, se for restaurada a razão neste país e se a histeria for confinada ao sanatório ao qual pertence, continua sendo um candidato tão fraco que, mesmo com tudo a seu favor, empaca no um terço de votos conservadores, o que sempre foi o patamar da direita no Brasil.
Para usar a linguagem do “Rei do Camarote”, Aécio não “agregou valor”.
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