quarta-feira, 24 de junho de 2015

Por que o mundo odeia tanto os Estados Unidos?

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Nenhum país na história humana foi responsável por tantas agressões, diretas ou indiretas, contra outras nações.
Em reação ao massacre perpetrado na quarta-feira, dia 17/6, numa igreja de Charleston, Carolina do Sul, o presidente estadunidense Barack Obama voltou a se referir a uma das questões pendentes de sua administração: a necessidade de regular a venda de armas em seu país, onde a cada dia mais de 80 pessoas morrem por disparos de armas de fogo. O mandatário disse que teve de falar desse problema demasiadas vezes e lamentou a morte de gente inocente porque alguém com intenções dolosas teve fácil acesso a uma pistola ou a um rifle.
Mesmo se os assassinatos com armas de fogo são lamentavelmente comuns nos Estados Unidos, o massacre cometido contra a igreja africana metodista episcopal Emanuel teve a grave singularidade de um claríssimo crime de ódio, perpetrado por um branco contra uma congregação religiosa afro-estadunidense e com plena intenção de ferir os membros desta minoria.
Num ano marcado pelos protestos maciços contra os homicídios de jovens negros por policiais brancos, o crime daquela quarta-feira pode ser um sinal de fortalecimento de velhas ideologias de ódio, encobertas pelo politicamente correto, mas nunca erradicadas da mentalidade de muitos integrantes da maioria anglo-saxônica no país vizinho.
O fato é que, causados por distintas motivações, estes massacres se repetem periodicamente em jardins de infância, igrejas, centros comerciais, universidades e até instalações militares dos Estados Unidos. Perante esta realidade, Obama instou seus concidadãos a refletir por que essa violência em massa não ocorre com tão alarmante frequência em outros países desenvolvidos. Esta interrogante evoca e atualiza o que expressou seu antecessor no cargo, George W. Bush, depois dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001: Por que o mundo odeia tanto os Estados Unidos? No fundo, a pergunta formulada pelo político democrata é: por que os estadunidenses se odeiam tanto a si mesmos?
Há uma resposta que tanto Obama quanto Bush, bem como a classe político-empresarial e amplos setores da sociedade estadunidense, se negam a reconhecer: a superpotência é um Estado estruturalmente violento, onde o uso da força como mecanismo de resolução de diferenças é posto como exemplo para todos os cidadãos.
Nenhum país na história humana foi responsável de tantas agressões, diretas ou indiretas, contra outras nações: invasões militares, bombardeios, ocupações, patrocínio de atos terroristas, sabotagens, bloqueios, desestabilizações, assassinatos seletivos e sequestros extrajudiciais formam parte dos métodos com que os Estados Unidos impuseram seus interesses em dezenas de nações da África, da Ásia, da Europa e da América, incluído o México em várias ocasiões.

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