quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Recordar é viver: Pedido para investigar Aécio está com Janot há seis meses

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Aécio Neves. Foto de Dida Sampaio / Estadão.
Hoje é quarta-feira, dia 2/9. A matéria a seguir, escrita por Julia Affonso, Ricardo Brandt e Fausto Macedo, foi publicada no Estadão online em 25 de março de 2015. Ou seja, está na mesa do doutor Rodrigo Janot há seis meses. Quando será que Janot investigará o pedido? Mistério!
PEDIDO PARA INVESTIGAR AÉCIO ESTÁ NO GABINETE DE JANOTO pedido de parlamentares do PT para investigar o senador Aécio Neves (PSDB/MG) no caso Furnas está no gabinete do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O requerimento foi recebido pelo Ministério Público Federal e está esperando análise. Segundo a Procuradoria, o pedido tem de ser examinado. Não é possível recusá-lo sem prévia análise.
A base do requerimento subscrito pelos deputados federais Padre João e Adelmo Leão e pelo deputado estadual Rogério Correia, todos do PT de Minas, é o depoimento gravado em vídeo do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato – esquema de corrupção na Petrobrás. Janot não tem prazo pré-determinado para analisar o requerimento.
Em delação premiada, o doleiro afirmou que o ex-deputado José Janene (PP/PR) – condenado no processo do Mensalão e mentor do esquema de propinas na Petrobrás – lhe contou que “dividia diretoria de Furnas com o então deputado na época Aécio Neves”.
“O partido (PP) tinha a diretoria, mas quem operava a diretoria era o Janene em comum acordo com o então deputado Aécio Neves.” “Tinha algumas operações que ele (Janene) dividia com o então deputado Aécio Neves (PSDB.”
O tucano foi deputado federal por seu Estado entre 1987 e 2003, quatro mandatos consecutivos. Para os deputados do PT que representaram por investigação na Procuradoria Geral da República, as informações do doleiro “reforçam indícios de participação de Aécio no desvio de recursos na estatal”.
Furnas é uma empresa de economia mista – subsidiária da Eletrobrás e vinculada ao Ministério de Minas e Energia – que atua na geração e transmissão de energia elétrica. Os deputados petistas defendem a necessidade de o Ministério Público Federal “aprofundar as investigações”.
O relato do doleiro foi tomado em fevereiro pela força tarefa do Ministério Público Federal que investiga o suposto envolvimento de políticos com o esquema Petrobrás. O depoimento, termo 21, foi gravado em vídeo. Indagado pelos procuradores se teve contato com Aécio, ele respondeu. “Não, senhor.”
As informações do doleiro sobre o tucano não foram suficientes para que a Procuradoria Geral da República requisitasse inquérito para investigar Aécio no âmbito do esquema Petrobrás. No início de março, em petição ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral, Rodrigo Janot, pediu arquivamento do procedimento relativo ao senador do PSDB.
“Há se ver que os fatos referidos são totalmente dissociados da investigação central em voga, relacionada à apuração dos fatos que ensejaram notadamente desvios de recursos da Petrobrás. A referência que se fez ao senador Aécio Neves diz com supostos fatos no âmbito da administração de Furnas. Assim, do que se tem conhecimento, são fatos completamente diversos e dissociados entre si”, assinalou Janot no despacho ao STF, no início de março.
ASSISTA AO DEPOIMENTO DE ALBERTO YOUSSEF EM 12 DE FEVEREIRO DE 2015.
ABAIXO, O DEPOIMENTO DE ALBERTO YOUSSEF EM 25 DE AGOSTO DE 2015.

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