domingo, 3 de maio de 2015

Com saldo de mais 200 servidores feridos, governo do Paraná culpa manifestantes

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Governo Beto Richa afirma que PM fez “ação de defesa” contra “manifestantes estranhos ao movimento dos servidores estaduais”.
Via CartaCapital em 29/4/2015
O governo do Paraná atribuiu a repressão da Polícia Militar contra um ato de servidores estaduais na quarta-feira, dia 29/4, que deixou ao menos 200 feridos em Curitiba, à “agressão” e ao “vandalismo” de manifestantes que estariam infiltrados no protesto, entre eles adeptos do “movimento Black Bloc”.
Na nota, divulgada às 17h43 de quarta-feira, dia 29/4, o governo Beto Richa (PSDB) afirma que “o radicalismo e a irracionalidade de pessoas mascaradas e armadas com pedras, bombas de artifício, paus e barras de ferro, utilizados contra os policiais” são os responsáveis pelo ocorrido. De acordo com o governo tucano, a PM fez uma “ação de defesa”, na qual sete pessoas foram presas.
A APP-Sindicato, que lidera as manifestações em nome dos professores, emitiu nota de repúdio afirmando que “o governo do Paraná ultrapassou todos os limites” de “civilidade, moralidade e humanidade”, criando “mancha deplorável” na história paranaense.
Confira a íntegra da nota do governo:
O governo do Paraná lamenta profundamente os atos de confronto, agressão e vandalismo provocados na tarde desta quarta-feira, dia 29/4, por manifestantes estranhos ao movimento dos servidores estaduais que estavam concentrados em frente à Assembleia Legislativa.
As reiteradas tentativas desses manifestantes de invadir o espaço do Parlamento Estadual culminaram com a ação de defesa das forças policiais, destacadas para cumprir a ordem judicial de proteção à Assembleia e ao seu livre exercício democrático.
O radicalismo e a irracionalidade de pessoas mascaradas e armadas com pedras, bombas de artifício, paus e barras de ferro, utilizados contra os policiais, são responsáveis diretos pelo confronto que se instalou na Praça Nossa Senhora de Salete. Lamentavelmente, policiais e manifestantes saíram feridos.
Sete pessoas foram detidas por envolvimento direto nos ataques aos policiais. E a investigação sobre os atos protagonizados por pessoas ligadas ao movimento Black Bloc já está em curso, sob responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária.
Curitiba, 29 de abril de 2015Governo do Paraná
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Confira a nota do APP-Sindicato:
NOTA DE REPÚDIO DA DIREÇÃO DA APP-SINDICATO
A direção estadual da APP-Sindicato repudia toda a ação policial usada contra a nossa categoria – e os demais companheiros(as) servidores(as) do Estado – nesta trágica quarta-feira, 29 de abril, bem como nos dias que antecederam a votação do Projeto de Lei 252/2.015. Neste dia, que entrará para a história como uma data a se lamentar, o governo do Paraná ultrapassou todos os limites. Da civilidade, da moralidade, da humanidade. O execrável exemplo de abuso de autoridade – protagonizado pelo governador Beto Richa e pelo secretário de Segurança Pública Fernando Francischini – é uma mancha deplorável na história do nosso Estado.
Centenas de policiais foram deslocados(as), de todas as regiões, para a capital, apenas com o intuito de garantir a votação, na Assembleia Legislativa do Paraná, de uma proposta que poderia ter encontrado consenso, mas que pela ganância e incompetência do governador, teve sua discussão atropelada. A polícia, em uma obediência cega e cruel, atirou milhares de balas de borracha, bombas de gás e jatos de água em pessoas que protestavam contra um projeto que coloca em risco suas aposentadorias. O futuro suado de cada um de nós, servidor e servidora do Paraná.
E assim, neste dia, apesar da resistência pacífica e heroica dos(as) servidores(as) estaduais, a tramitação do projeto do governo continuou. Ao custo de sangue e lágrimas de centenas de trabalhadores(as). E isto, sim, é de lamentar e repudiar. Além de não podermos entrar e nos manifestar na Casa do Povo, fomos expulsos violentamente das ruas. É um desrespeito ao Estado Democrático de Direito. É o retorno de uma ditadura insana, na qual a vaidade e o projeto personalista do senhor governador se sobrepõe ao de milhares de trabalhadores e trabalhadoras.
Mas a direção estadual da APP-Sindicato continuará fazendo o seu papel, de organização e liderança, para que a nossa categoria renasça, mais uma vez, dessa tragédia e permaneça na luta por uma educação pública de qualidade e por respeito aos(às) trabalhadores(as) do Paraná.

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