sexta-feira, 29 de maio de 2015

Vídeo: A prisão de José Maria Marin e a compra de resultados no futebol

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Sobre José Maria Marin pairavam denúncias graves. Algumas até bizarras. Mas sua prisão só ocorreu no exterior. E ele foi preso com outras seis pessoas sobre quem pairam suspeitas de envolvimento na compra e manipulação de resultados de futebol. Segundo o chefe do FBI, James Comey, que deu entrevista coletiva, Marin integraria um grupo que comercializa sedes de países que querem sediar a Copa do Mundo e tevês que compram o direito de transmissão. Tudo envolveria o pagamento de propina.
O tema no Brasil não soa completamente novo. O ex-presidente da Fifa, João Havelange, e seu ex-genro, Ricardo Teixeira, foram acusados de receber propina e obrigados a renunciar à sua cadeira na instituição e também no COI para escaparem da investigação. Marin, ao assumir a presidência da CBF, era uma pessoa sobre quem recaíam denúncias graves. Participação ativa durante a ditadura militar na delação de opositores do governo. Roubo de uma medalha esportiva e até de energia elétrica. Mesmo assim foi visto com credenciais para estar à frente da CBF durante a Copa do Mundo no Brasil.
Além das Copas de 2018, na Rússia, e de 2022, no Qatar, há suspeitas também de que tenha havido corrupção na escolha da África do Sul como sede da Copa de 2010. Não se falou nada sobre a escolha do Brasil em 2014.
Além de Marin, também foram detidos Jeffrey Webb (Ilhas Cayman), presidente da Concacaf; Eugenio Figueredo (Uruguai), que também integra o comitê da vice-presidência executiva e até recentemente era presidente da Conmebol; Julio Rocha (Nicarágua), presidente da Federação Nicaraguense; Costas Takkas, braço-direito do presidente da Concacaf; Rafael Esquivel, presidente da federação da Venezuela e membro do Comitê Executivo da Conmebol; e Eduardo Li, presidente da Federação da Costa Rica.
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Loretta Lynch, procuradora-geral dos EUA: não tem perdão.
Compra de resultadosO que há de mais explorado no mundo do futebol e as falcatruas que o cercam é a compra de resultados de jogos. Até mesmo atletas que jogavam na seleção italiana já foram acusados. E não é de hoje.
No Brasil, onde o ambiente é sabidamente propício à corrupção, apenas um caso mereceu maior destaque. O que denunciava como único envolvido no esquema o árbitro de futebol Edilson Pereira de Carvalho, no campeonato brasileiro de 2005. Na ocasião, quando um mafioso da bola passou a trabalhar com o Corinthians, e altos investimentos foram feitos, o juiz revelou o pagamento de propina para favorecer alguns times e, ao obrigarem a realização de novas partidas, o Corinthians acabou se favorecendo. O estranho é que pouca gente estranhou aquela operação com fantasia de futebol. Teria sido ingenuidade?

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