sábado, 23 de maio de 2015

FHC não considera ser vagabundo receber por 30 anos sem trabalhar

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FHC ganha como professor catedrático da instituição e foi aposentado em 1968, com 37 anos, durante a ditadura militar.

Comigo é outro departamento. Esta deveria ser a tônica da fala de Fernando Henrique Cardoso quando inquirido sobre sua aposentadoria na USP. FHC, como se sabe, criticou duramente os aposentados do INSS, com vencimentos restritos ao teto do Instituto. Para ele, o que ganha é justo, está dentro do razoável e quem ganha pouco são “os outros”. Sem alongar no tema, leia a notícia publicada pelo Estadão.
“Acho razoável”, diz FHC sobre salário que recebe na USP
Aposentadoria do ex-presidente é de R$22,1 mil, acima do teto; universidade passou a publicar salários nominalmente neste mês.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta segunda-feira, 24, que a aposentadoria que recebe da Universidade de São Paulo (USP), de R$22,1 mil e acima do limite constitucional paulista, não é alta. FHC, que está entre os cerca de 1.972 servidores da instituição que ganham mais do que o teto, considera “razoável” seu ganho como aposentado.
“Todo mundo reclama de salário e acha que seu salário é baixo”, disse o ex-presidente, após um seminário na universidade na manhã desta segunda-feira. “O meu é razoável”, completou. FHC ganha como professor catedrático da instituição e foi aposentado em 1968, com 37 anos, durante a ditadura militar.
Questionado pelos repórteres, FHC disse que não recebe acima do teto. Na lista de servidores publicada no portal de transparência da USP, porém, seu salário é de R$22.150,94 – acima dos R$20.662,00 recebidos pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).
“Comparado com o que se ganha no setor privado, aí significa muito, porque a aposentadoria do INSS é muito baixa”, opinou. “Não é da USP que é alta. O outro (do INSS) que é baixo”, acrescentou FHC, que disse não receber aposentadorias por ter sido presidente ou parlamentar.
Para ele, a folha salarial da USP não é um problema. “A disparidade (de salários) é em função do passado. Decisões judiciais criam uma certa disparidade”, afirmou o ex-presidente, que também deu aulas em importantes universidades dos Estados Unidos, França e Chile. A definição dos salários do professor universitário, de acordo com o ex-presidente, deve seguir o critério meritocrático. “Quanto mais critérios objetivos, melhor”, afirmou. “Nos Estados Unidos, os salários variam em função da produtividade”, exemplificou. “O importante é ter algum critério de meritocracia. A universidade, automaticamente, tem. Para chegar a ser professor titular, você deve ter tese de mestrado, tese de doutoramento, tese de livre-docência e tese de cátedra”.
Polêmica
Depois de anos de pressões internas e externas, a reitoria da USP resolveu publicar nominalmente, a partir deste mês, os salários de cada um dos servidores. Entre quase 29 mil ativos e aposentados, 1.972 ganham acima do máximo legal.
A procuradoria jurídica da universidade alega que as remunerações além do limite incluem benefícios incorporados antes de 2003, ano de uma emenda constitucional que regulamentou salários no funcionalismo público. O Supremo Tribunal Federal, no entanto, decidiu em outubro no sentido contrário e que remunerações além do limite devem ser cortadas.
A USP afirma que ainda não teve acesso ao acórdão. Sem analisar o documento do STF, diz a reitoria, não é possível definir uma data para readequar os vencimentos dos servidores.

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