O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal saltou hoje [28/5], no Twitter, em defesa do imoral reajuste do Judiciário que está sendo perpetrado, que pode elevar para perto de R$100 mil a remuneração dos magistrados.
Impressiona a deformação da mente de quem foi apresentado, um dia, como “o menino pobre que mudou o Brasil”.
Ter uma vida modesta, como a maioria de nós, dr. Barbosa, não nos faz sabujos nem desonestos.
Meu avô, pintor de paredes, foi um dos homens mais íntegros e independentes que já conheci.
Minha mãe, uma professora primária, que não recebia uma migalha do salário de um juiz, viveu com modéstia e dificuldades, sempre com os mesmos princípios, mesmo sustentando dois filhos pequenos.
A faxineira de minha casa não faz sumir uma moeda.
Já os diretores ladrões da Petrobras ganhavam os tais R$100 mil, sobretudo aqueles que eram funcionários de carreira e roubaram como ratos.
Ao juiz Lalau, que eu saiba, não faltava nada senão vergonha na cara.
O juiz do Porsche de Eike Batista também tinha seu automóvel, não precisava daquele de luxo.
Os magistrados que reclamam não poder estocar ternos comprados nos Estados Unidos nem por isso têm de andar andrajosos.
O senhor Joaquim, também, hoje proprietário de apartamento em Miami, um dia foi pobre e não consta que surrupiasse ou não tivesse altivez.
Lógico que um salário miserável facilita a corruptividade de alguém. Mas os salários de juízes jamais foram miseráveis, ao contrário.
Mas são, sim, miseráveis os apetites classistas – ainda mais em quem tem a função de distribuir justiça – que fazem alguém distante, frio e insensível às dificuldades dos seres humanos “comuns”.
Até porque o dinheiro, se enriquece materialmente, muitas vezes empobrece a mente. Ao ponto de fazer com que um homem com o preparo do dr. Joaquim Barbosa faça esta afronta à inteligência humana,
Pode estar rico, mas tornou-se pobre de humanidade. E este não cruza o buraco da agulha bíblico.
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