quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A discussão sobre as reservas do pré-sal

Há uma longa discussão sobre o potencial do pré-sal. Os cálculos sobre as reservas variam de 15 bilhões a 80 bilhões de barris.
Vamos entender como são feitos os cálculos, o que se tem de concreto até agora e o que se tem de estimativa.
O método de cálculo de uma reserva é assim:

1. Através de mapas geológicos, traça-se uma curva de distribuição probabilística para perfurar os poços. Quando se fala em P10, P50 ou P90 significa respectivamente 10%, 50% ou 90% de probabilidade de encontrar petróleo no poço perfurado.

2. A partir da análise geológicas, mapeia-se geologicamente uma região e identifica-se, por exemplo, uma área de 100 km².

3. O passo seguinte é medir a espessura porosa do reservatório – a parte encharcada com óleo. Suponha que seja de 100 metros.

4. Multiplicando- se a espessura pela área chega-se ao volume da rocha: 100 km² x 0,1 km = 10 km³ de volume de rocha.

5. Em seguida, calcula-se o espaço poroso – isto é, a área que efetivamente contem petróleo. Se for de 30%, o espaço poroso será de 10 km³ x 0,30 = 3 km³ de espaço poroso, ou 3 bilhões de m³, que correspondem ao volume de óleo encontrado.

6. A conta seguinte é em cima do fator volumétrico. Esse fator volumétrico se deve ao fato do óleo, lá embaixo, ter determinada compressibilidade. Quando sobe, se expande. Se a compressibilidade do óleo for de 1,5, divide-se 3 bilhões por 1,5. Vai se chegar a 2 bilhões de m³.

7. Finalmente, converte-se esses 2 bilhões de m³ em barris de petróleo, multiplicando pelo fator 6,28. O resultado será 12,56 bilhões de barris.
Mas a conta ainda não acabou.

Essa reserva medida é denominada de “in place” – isto é, vale lá embaixo. Sobre ela precisa ser calculado o fator de recuperação – o percentual da reserva que poderá ser extraído. Esse fator depende muito do desenvolvimento tecnológico.
Hoje em dia, é de 10% no pré-sal. Já existe tecnologia que permite chegar a fatores de recuperação de 20% a 30%. A expectativa da Petrobras é passar dos 40%. Nas áreas em que houve perfuração se chegou a esses números.

Em três áreas prospectadas – parte do Tupi, Iará e Guará – foram medidos de 9 a 14 bilhões de barris, mais 2 bilhões no pré-sal do Espírito Santo, resultando entre 11 a 16 bilhões já descobertos e com enorme probabilidade de se transformar em reservas – o que dobraria a capacidade do país. Esses cálculos foram efetuados em cima de 13 postos perfurados em Santos, mais 6 no Espírito Santo.
O outro desafio é estimar o campo inteiro a partir dessas pesquisas iniciais. Para áreas maiores se terá que estimar um potencial fundamentado somente em mapas, não em poços, baseados em dados geológicos, com fundamento científico.
A área total poderá ser de 95 km², 125 km² ou 80 km², já que depende de incertezas geológicas. A espessura da rocha porosa poderá variar de 10 a 200 metros; a porosidade, de 5% a 50%. A Petrobras usa números intermediários para estimar as reservas totais.
Com base nesses dados geológicos, a empresa admite ser possível que o reservatório se estenda da bacia de Santos até o norte da bacia de Campos, no Espírito Santo.

Fed mantém juro

A taxa de juro dos EUA se manteve no patamar de zero a 0,25% ao ano, anunciou o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). O indicador permanece no mesmo nível desde dezembro. Adicionalmente, o Fed disse que vai estender o programa de US$ 1,25 trilhão de compra de ativos lastreados em hipotecas até 2010. O anúncio de encerramento do programa indica que a autoridade monetária está mais otimista em relação ao panorama econômico.

Grau de investimento reforça solidez econômica

O selo de grau de investimento do Brasil concedido pela agência de classificação de risco Moody's reforça o conceito externo de solidez econômica do País, disse o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) . "O terceiro selo do Brasil (os outros foram da S&P e Fitch) [...] deve contribuir para que investimentos que haviam sido retirados no período pré-crise voltem", afirmou o vice-presidente de Países do BID, Roberto Vellutini.

A discussão de regras financeiras

O sistema financeiro mundial necessita de regras mais rígidas de controle, acredita o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Para o ministro, a reunião do G20 é uma ocasião oportuna para se debater uma regulação que possa "trazer mais confiança aos mercados para evitar uma próxima crise", e propõe que os principais bancos globais se submetam a testes anuais de estresse. Mantega também defende regras fortes para os mercados futuros e de derivativos, como a imposição de limites de alavancagem.

Real valorizado afeta inovações

O real apreciado é um obstáculo ao desenvolvimento de inovações tecnológicas dos bens manufaturados nacionais, pois reduz as receitas com exportações e favorece as importações. “Toda a competição mundial de produtos com conteúdo tecnológico se inviabiliza para players locais”, disse Rodrigo Loures, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, que defende mudanças na política cambial de forma a viabilizar a competição dos bens brasileiros nos mercados internacionais.

Alemanha endossa proposta europeia

A proposta da Comissão Europeia de criar um órgão para controle de riscos sistêmicos no continente – que consiste em vigiar a estabilidade do sistema financeiro e emitir alertas ou recomendações de risco – foi bem recebida pela Alemanha. O ministro das Finanças alemão, Peer Steinbrück, afirmou que a supervisão além fronteira é um "elemento central" no equilíbrio dos mercados financeiros.

Grã-Bretanha deve sair da recessão

A economia britânica deve sair da recessão no terceiro trimestre, estima a Confederação da Indústria Britânica (CBI, na sigla em inglês). De acordo com a entidade, a economia vai crescer 0,3% no período em questão, e 0,4% no quarto trimestre. O PIB do Reino Unido tem desacelerado há cinco trimestres seguidos. Para 2010, a CBI afirmou que o cenário não é dos mais animadores, pois a retração da demanda tende a continuar.

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