quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A imprensa brasileira é uma piada. Ainda bem que temos a Internet

Quando FHC, no apagar das luzes do seu primeiro governo, utilizou-se do expediente da "compra de votos" como assim foi denunciado por algumas organizações sociais e de mídia independente, a imprensa brasileira não o condenou pelo casuísmo de alterar a Constituição Federal para mudar as regras do jogo e se auto-beneficiar. Não se viu entre os arautos da democracia a defesa do princípio da alternancia de poder. A medida era conveniente aos setores conservadores da sociedade que não queriam que Lula chegasse ao poder.

No entanto, quando Hugo Chaves conseguiu aprovar em uma Constituinte a possibilidade de um governante, seja prefeito, governador ou presidente, re-eleger-se na Venezuela para quantos mandatos, se o povo assim lhe conferisse esse direito, a imprensa brasileira desencadeou uma orquestrada campanha contra o presidente venezuelano, chamando-o de ditador e afirmando que a sua pretensão era perpetuar-se no poder como o "ditador" Fidel Castro. O objetivo era formar, por tabela, uma opinião pública contrária a uma possível terceira eleição do presidente Lula.

O próprio Lula, mesmo afirmando por várias vezes de que não queria um terceiro mandato, ainda assim recebia críticas sob o pretexto de se estar defendo um princípio democrático, o da alternancia de poder. O tema era pautado com frequencia pela imprensa brasileira.. Quando um parlamentar do PMDB apresentou uma proposta neste sentido, condicionando a sua validade a um referendo popular, o tom das críticas subiu e alguns setores chegou entrar em povorosa, isto porque sabiam que se a proposta fosse aprovada Lula seria mais uma vez re-eleito. O alívio só veio quando o relator da proposta, José Genuíno, pediu o seu arquivamento.

Recentemente o títere dos interesses estadunidenses na América do Sul, o "ex"-aliado de grupos narcotraficantes na Colômbia, Álvaro Uribe, conseguiu empurrar guela abaixo a aprovação de uma projeto que lhe dá a condição de concorrer a um terceiro mandato, sem sequer condicioná-la a um referendo popular. A imprensa brasileira, porta-voz de setores conservadores do país, agachada por vincular-se a interesses não menos espúrios que o de Uribe, preferiu calar-se. Ao contrário, prefere apresentá-lo como um governante bem sucedido. Uma vergonha, para tomar emprestado o bordão de um jornalista que não se envergonha em usar do artifício de chamar o governo golpista de Honduras de "governo de fato".

Isso é jornalismo sério? Onde fica a credibilidade da Band?

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