segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A “solução” militar

Estou cada vez mais convencido de que a crise político-institucional em Honduras pode degringolar para um conflito armado entre o evidentemente bem montado exército golpista e uma força internacional de paz, provavelmente da ONU.
Como se sabe, as forças de repressão hondurenhas foram treinadas pela Escola das Américas, instituição mantida pelos EUA que ministra “cursos” sobre assuntos militares à outros países, entre os quais está Honduras, que, inclusive, tem efetivos militares norte-americanos em seu território.
A despeito do governo Barack Obama, a história da ingerência militar americana na América Central vem de décadas e mais décadas e as forças armadas da superpotência, como se sabe, identificam-se e atuam no mesmo tom que a ultra-direita americana, que tem defendido o golpe hondurenho.
Vejo que a comunidade internacional ainda reluta em tratar do assunto e entendo ser compreensível, mesmo sendo inaceitável.
No Brasil, fustigado por uma imprensa que vem apoiando os golpistas hondurenhos, o governo Lula hesita em cogitar reação que poucos países deixariam de cogitar ao se verem esbofeteados por um regime ilegal, ditatorial e que já dá passos como censura, tortura e assassínio indiscriminado.
A meu juízo, enfim, o regime hondurenho pode estar disposto a ir muito mais longe do que simplesmente violar a liberdade de imprensa e os direitos humanos. Vejo possibilidade crescente de esse regime se confrontar militarmente com países vizinhos, sobretudo com a Nicarágua e com a Venezuela.

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