quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Parque Tecnológico de Salvador se consolida, diz Walter Pinheiro

O Parque Tecnológico de Salvador ganhou novo impulso nas últimas semanas, devido a várias iniciativas. Entre elas, a assinatura de um protocolo de intenções com a Oi para investimentos e parcerias em pesquisa e desenvolvimento, os avanços nos entendimentos com a Petrobras para instalar na capital baiana uma área de pesquisas de ponta do seu Centro de Estudos e Pesquisas (Cenpes) e uma nova rodada de conversações da LBC, empresa internacional de biotecnologia, com o BNDES e o Inovatec, programa de apoio à inovação do governo da Bahia, visando à instalação no parque de empresa de ponta em testes pré-clínicos e desenvolvimento de moléculas com potencial para gerar novos medicamentos.
Para o secretário estadual do Planejamento, Walter Pinheiro, o Parque Tecnológico de Salvador está se consolidando como instrumento-chave para a transformação produtiva que o governo Jaques Wagner está implementando na Bahia.
Ele afirmou que o parque se apoia no desenvolvimento de uma nova infraestrutura econômica para o estado, na valorização do ensino voltado à pesquisa e na atração de projetos baseados na nova economia do conhecimento, que focaliza os setores de telecomunicações e tecnologias da informação (TI), energia e biotecnologia.
“Estamos avançando nas três áreas prioritárias do Parque Tecnológico de Salvador – energia, TI e telecom e biotecnologia – no rumo da transformação econômica da Bahia, que terá, entre outros resultados, a geração de centenas de novos empregos qualificados”, observou Pinheiro.
No dia 12 deste mês, o governador e o presidente da Oi, Luiz Falco, assinaram na capital baiana um protocolo de entendimento pelo qual a Oi se compromete a apoiar o desenvolvimento da área de tecnologia da informação e comunicação (TIC) do Parque Tecnológico de Salvador. O diretor de P&D da Oi, Marcio Bernardi, visita Salvador no dia 30 de setembro para explicar às empresas locais a estratégia de investimentos em P&D da Oi, a maior operadora de telecomunicações do Brasil. Por esse protocolo, a Oi se propõe a trabalhar em conjunto com o governo da Bahia para lançar editais voltados à criação de projetos de inovação tecnológica para oferta de serviços de governo por meio de redes e serviços de telecomunicações. A ideia é que esses projetos sejam apresentados pelas empresas do Parque Tecnológico de Salvador nas respectivas licitações e contratados pela Oi.
O secretário explicou que, além da Oi, outras empresas e instituições na área de TIC já estão funcionando ou em fase pré-operacional em Salvador. A CPM/Braxis, maior provedora de serviços de TI do país, mantém na capital baiana a sua única fábrica CMMI 5, a PT Inovação iniciou suas operações em Salvador em outubro de 2008 e o Instituto Atlântico já assinou protocolo de intenções para instalar até o final do ano uma nova operação em Salvador. Existe também um convênio entre o governo da Bahia e o governo da Alemanha para a instalação em Salvador do Centro Fraunhofer. Ele é o maior grupo de pesquisa aplicada da Europa, com mais de 80 centros de pesquisa, 15 mil pesquisadores e 1,4 bilhão de euros de orçamento.
Paralelamente, nas próximas semanas, deve ser assinado um protocolo entre o governo da Bahia e a Petrobras para instalar em Salvador uma unidade do centro de pesquisas da empresa. Inicialmente, a unidade deve desenvolver pesquisas em áreas de vocação própria do Nordeste, como atividades de exploração e produção de petróleo em campos maduros onshore e em biocombustíveis.
Outras áreas de pesquisa, como energias renováveis e produção de gasolina a partir de algas cultivadas em laboratório, também podem fazer parte do projeto do Cenpes na Bahia.Pinheiro disse que a área de biotecnologia é outra prioridade do Parque Tecnológico de Salvador. A LBC, empresa pioneira nessa tecnologia, está buscando financiamento para sua instalação na capital baiana.
“A LBC é um empreendimento estratégico para a cadeia farmacêutica nacional. Com capacitação por parte do Lovelace, laboratório norte-americano de testes pré-clínicos de medicamentos na área respiratória, ela pode se tornar a única empresa fora dos EUA e da Europa a obter a chancela das agências regulatórias internacionais para prestar serviços globais a empresas farmacêuticas e de biotecnologia dos EUA e Europa”, observou o secretário.
A LBC permitirá que empresas farmacêuticas e de biotecnologia nacionais contratem pesquisa pré-clinica de baixo custo no próprio país, levando à inserção mais rápida e barata dos seus produtos no mercado global, além de funcionar como âncora para a atração de outros empreendimentos de P&D em biotecnologia na área de saúde para o Brasil.

Sobre o empreendimento

O Parque Tecnológico de Salvador possui mais de um milhão de metros quadrados, sendo 580 mil na primeira etapa. Com alto padrão urbanístico e fundamentado nos conceitos de sustentabilidade ambiental, o projeto de infraestrutura apresenta piso intertravado (mais permeável), cabeamento subterrâneo das redes de energia e telecomunicações (incluindo fibra ótica), detalhes urbanísticos – utilizando madeira de reflorestamento –,sistema viário que acompanha as curvas de nível para garantir a redução do movimento de terra e o dobro da área de preservação ambiental exigida em lei.
A infraestrutura para uma área de 148 mil metros quadrados deve estar pronta em novembro e o Tecnocentro – edifício principal do Parque Tecnológico de Salvador – tem previsão de estar concluído em agosto de 2010. O prédio, que está em obras, tem aproximadamente 30 mil metros quadrados de área construída e foi projetado com conceitos de ecoeficiência, aquecimento de água solar, reuso de água, conforto bioclimático e fachada ventilada.
Seus equipamentos anexos incluem praças de convívio, restaurante, lanchonetes, biblioteca especializada, auditório, virtuário e um amplo estacionamento. Quanto aos serviços, estarão abrigados no Tecnocentro os escritórios especializados de direito de propriedade, captação de recursos, desenvolvimento de projetos, agências de financiamento de pesquisa, incubadora de empresas, essenciais ao desenvolvimento da inovação na Bahia.

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