domingo, 20 de setembro de 2009

PNAD mostra um Brasil mais justo

A mais abrangente e detalhada pesquisa anual do IBGE, a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) que cobre todo o país e analisa as diversas características da população, traz números a serem comemorados. Os resultados da pesquisa (dados de 2008) mostram o retrato de uma economia em posição privilegiada, e comprovam que o Brasil está se saindo melhor na crise do que outros países.
O quadro geral é de uma economia forte e com distribuição de renda. A começar pela renda média do trabalhador, que foi de R$ 1.041, uma variação de 1,7% em relação a 2007. Embora a renda não tenha tido um crescimento tão expressivo, a PNAD mostra que, em setembro de 2008, mais brasileiros conseguiram emprego - a taxa de desocupação caiu de 8,2% para 7,2%, atingindo o menor nível da série histórica, iniciada em 2003.
A região onde a população ocupada mais cresceu foi a Norte, com taxa de 4,2% de 2007 para 2008. Isso representa avanço para 6,9 milhões de pessoas com trabalho. No período, o Sudeste concentrou a maioria dos ocupados no país, 39,4 milhões de pessoas.
Com a melhor distribuição de renda, a queda na desigualdade, medida pelo índice de Gini, foi de 1,3%, menor do que a redução verificada de 2006 para 2007, mas maior do que a registrada anualmente de 2003 a 2005. Na comparação com 1998, houve crescimento de 22% na renda dos 50% mais pobres.
O crescimento da formalização no mercado de emprego contribuiu para o aumento da proporção de trabalhadores que contribuíam para a Previdência: de 50,6% para 52,1%.
Os dados da PNAD/IBGE comprovam que as políticas adotadas pelo governo nos últimos anos está no caminho certo para o desenvolvimento do país. Os números positivos foram alcançados com a adoção de políticas de antes e durante a crise pelo governo.
Sem o esforço fiscal que fizemos em 2003-2004, sem as políticas sociais, sem a distribuição de renda -- via salário, previdência, bolsa família --, sem os bancos públicos, sem a política industrial, sem a redução dos juros e do superávit e sem o uso das reservas e do compulsório, não teríamos esse resultado.
Os dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE mostram um desempenho positivo da economia no país, mas, lamentavelmente, indicam também uma face atrasada do Brasil e revelam que o país tem 4,5 milhões de crianças e adolescentes trabalhando e que o analfabetismo continua sendo um problema a ser enfrentado. Estagnada, a taxa de analfabetismo é uma mazela que ainda atinge 14,2 milhões de brasileiros acima de 15 anos.
É inaceitável que um país como o Brasil, com a universidade pública que tem, com o sistema de TV pública e privada, com a estrutura sindical, as entidades empresariais, as ONGs, o voluntariado, as Igrejas, entidades sociais, esportivas e culturais e os patrocínios, mais o governo e toda estrutura de educação, apresente esse índice de analfabetismo.
Conclamo aqui jovens universitários, centros acadêmicos, sindicatos a fazerem uma campanha para ajudar o país a organizar um sistema descentralizado e, em parceria com a sociedade, buscar medidas para reduzir ou acabar com o analfabetismo. Uma vergonha para todos nós, apesar dos esforços dos últimos anos do governo e da sociedade.
Não dá para aceitar essa situação. Onde estão os prefeitos e as entidades da sociedade, onde estão as igrejas e sindicatos, onde está a juventude que pode estudar, onde está o governo?

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