A crise financeira internacional não afetou o bolso do brasileiro mais pobre. É o que revela pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV), mostrando que as classes sociais mais pobres no país – as periferias – foram as menos impactadas na renda pelas turbulências econômicas iniciadas há um ano. Por outro lado, até julho deste ano, integrantes das classes E e D engrossaram a classe média e ajudaram o país a retomar a economia.
Segundo a pesquisa da FGV, em relação à julho de 2008 as camadas A e B (renda acima de R$ 4,8 mil) que representam 15% da população estavam apenas 0,5% menor, em julho deste ano. Dessa maneira, contribuiu para o crescimento de 2,5% da classe C (até R$ 4,8 mil), no mesmo período, a ascensão da classe D (R$ 1,1 mil), que diminuiu 4,1% e da classe E (R$ 800), 3,3% menor.
Com a crise reorganizando as classes sociais, o levantamento destaca a participação das áreas mais pobres na retomada da economia. Das seis cidades pesquisadas entre julho de 2008 – antes do agravamento da crise – e julho de 2009, o destaque é o avanço de 20% da renda na periferia de Salvador diante do aumento de 4% da capital. Houve avanço de 7,6% na periferia do Rio de Janeiro, contra 4,9% na capital e, em São Paulo, crescimento de 6,6% na periferia contra queda de 3,3% na capital.
No entanto, de certa forma a crise interrompeu o processo de aumento das classes sociais mais altas, A e B, mas não a passagem de pessoas das classes mais baixas, D e E, para a classe C, de acordo com pesquisa. O conjunto das classes A e B, que tinha crescido 35,7% entre julho de 2003 e julho de 2008, caiu 0,5% entre julho do ano passado e julho deste ano. Já a classe C, que tinha aumentado 23,1% entre os meses de julho de 2003 e 2008, subiu mais 2,5% de julho do ano passado até julho de 2009, período em que a classe D encolheu 4,1% e a classe E se reduziu em 3,3%. Entre as capitais, a mais afetada foi São Paulo, onde o conjunto das classes A, B e C caiu 0,68% entre julho de 2008 e julho de 2009. No entanto, na periferia paulista, houve um crescimento de 0,67% nesse conjunto.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será avaliado pelo moderador, para que se possa ser divulgada. Palavras torpes, agressão moral e verbal, entre outras atitudes não serão aceitas.