Aumentou ainda mais a tensão nas terras supostamente pertencentes a tupinambás no sul da Bahia. Segundo relatos de produtores, indígenas teriam invadido seis propriedades rurais em Una, um dos quatro municípios que podem ser atingidos pela demarcação de 47 mil hectares de terras no sul da Bahia, conforme pretensão da Funai.
O grupo de descendentes tupinambás acusado pelas invasões teria a liderança do cacique Moisés e estaria usando espingardas, facões, flechas e lanças para render produtores e trabalhadores das fazendas invadidas. O delegado chefe da Polícia Federal em Ilhéus foi acionada pelos produtores.
A PF ouviu, pelo menos, dois dos trabalhadores ameaçados pelos indígenas. Em seus depoimentos, os trabalhadores afirmaram ter presenciado brigas entre os caciques Moiséis e ‘Babau’, que disputam territórios a serem tomados dos produtores e que era grande a quantidade de bebida alcoólica que ambos transportavam. Há cerca de três meses, um trabalhador rural foi assassinado na área em disputa.
A tensão entre descendentes de tupinambás e donos de terras em Olivença (Ilhéus), Una, Buerarema e São José da Vitória aumentou desde o dia 20 de abril, quando a Fundação Nacional do Índio (Funai) publicou no Diário Oficial da União o resultado de um estudo antropológico reconhecendo 47 mil hectares de terras como sendo dos indígenas.
Parte da área representa 25% da extensão territorial de Ilhéus, até aqui o município que seria mais atingido caso a demarcação seja também reconhecida judicialmente. Lideranças políticas, produtores e indígenas debatem para encontrar uma solução. Os tupinambás alegam o direito à terra.
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