quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Pré-sal: Cabral força Lula

Não é pequena a irritação do presidente Lula com o governador Sérgio Cabral, do PMDB. Ontem à tarde, após várias trocas de telefonemas entre os dois gabinetes, Lula parece ter decidido, então, retirar o pedido de urgência para a tramitação do projeto de criação do marco regulatório do pré-sal, convencido de que o PMDB estava dividido sobre a questão. Mas exigiu do presidente da Câmara, Michel Temer, que o assunto seja resolvido ainda no primeiro semestre do ano que vem. Ao mesmo tempo a direção do PT decidiu iniciar imediatamente a campanha de mobilização popular pela aprovação do projeto, nos moldes da campanha do “Petróleo é Nosso” dos tempos de Getúlio. Na verdade ao fazer o pedido de urgência, Lula correu um risco calculado. Sabia que de uma forma ou de outra a campanha do pré-sal ganharia as ruas.
Quem fica em posição delicada é o governador Sérgio Cabral a quem caberá o ônus pelos contratempos sofridos pelo governo federal. Como primeiro resultado, haverá o fortalecimento da candidatura de Lindbergh Farias, prefeito petista de Nova Iguaçu ao governo do estado. Dificilmente o PT fluminense concordará em retirar esta candidatura, um exigência de Cabral.
O passo em falso do governador do Rio parece ter sido dado ontem, quando, aconselhado por seu secretário da Fazenda, Joaquim Levy, resolveu posicionar-se contra o próprio conteúdo do projeto federal. Ou seja, Cabral é a favor do atual modelo de exploração do petróleo que, entre outras coisas, não prevê a obrigatoriedade da presença da Petrobras nas jazidas do pré-sal. Foi a gota d’água.

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