terça-feira, 22 de setembro de 2009

Solto, o Capital destruirá a Natureza e a todos nós

Para poupar nossos leitores procuramos escrever artigos compactos (20 linhas no máximo) Disto decorre que muitas vezes temas complexos não sejam plenamente compreendidos. É o caso deste presente artigo. Não é imprescindível, mas o ideal é que sua leitura seja combinada com dois outros pequenos textos que o amigo encontrará, na sequência, logo abaixo deste. Na intenção de facilitar o raciocínio, avançaremos degrau a degrau:

1- Para verificar a destruição ciclópica a que a Natureza esta sendo submetida neste exato momento, basta que abramos nossas janelas, no sentido figurado ou literal, à escolha. Mas para perceber a lógica desta devastação sistemática e tão contumaz que parece natural ou inevitável é preciso compreender que o Capital ( o sistema global produtivo) passa por uma fase, que consideremos a derradeira, mediante a qual ele precisa girar cada vez mais rapidamente, para compensar, com o maior número de giros, o lucro menor que ele obtém a cada giro.

2- Há 400 anos, antes do advento do modo produção capitalista, para construir uma catedral ou produzir um par de botas, o homem pensava na durabilidade, na eternidade. Hoje, tudo o que fazemos é na intenção de sua própria destruição, de sua descartabilidade. Isto vale, para um mísero abridor de latas, para um carro e até para cidades inteiras. Eu não vou precisar dizer aqui que nós estamos presos a um movimento contínuo, obrigatório, de construção-destruiçã o-construçã o. Abra sua janela e veja. O importante a ser fixado, no entanto, é que esta vertiginosa e patética desconstrução contínua, não é realizada no nosso interesse, mas no interesse do Capital Global que precisa, desesperadamente, girar cada vez mais rápido. Mercadorias, sejam elas quais forem, precisam desocupar as prateleiras, para que outras mercadorias, já em produção, ocupem seu lugar. Esta é a lógica implacável (destrutiva) do Capital e que não tem nada a ver com o nosso bem estar ou com a evolução , para melhor, de toda a humanidade. Como todas esta produção redundante é basicamente inútil, temos ai a devastação inútil da Natureza.

3- Por tudo isto, dizemos sempre (e esta não é uma fase apenas provocativa, mas uma síntese de raciocínio) que supor um capital civilizado e não destrutivo, é supor um vampiro vegetariano.

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