segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A história do helipóptero do Perrella não terminou

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O Estadão publicou três matérias sobre tráfico de cocaína, que envolvem o piloto daquele helicóptero dos Perrella, apreendido pela Polícia Federal com quase meia tonelada de pasta da droga.
Só que o título das matérias desvia a atenção do principal. Em duas das três matérias, aparece “cocaína das Farc”. Não se apresenta, todavia, nenhuma prova ou indício de que a cocaína pertence às Farc; e mesmo se pertencesse, isso não tem relevância na matéria.
É apenas para dar uma cor ideológica à reportagem, e confundir o leitor.
A confusão é tanta que o texto quase dá a entender que as Farc são chavistas ou venezuelanas. Não são. As Farc são um produto exclusivo da Colômbia. A Venezuela não tem Farc. Chávez defendia que as Farc abandonassem a luta armada.
A matéria trata como coisa menor as informações mais bombásticas:
1) Segundo um dos posts, Alexandre José de Oliveira Junior, piloto do famoso “helipó” dos Perrella, operava há tempos, antes de ser preso, para grandes traficantes internacionais. O Estadão não ficou curioso para saber se Oliveira usou antes o helicóptero do senador? Quer dizer então que o senador Perrella, um dos melhores amigos de Aécio Neves, tinha como piloto, há tempos, um operador a serviço dos maiores traficantes de cocaína do mundo? Isso não escandaliza o Estadão? Aécio andou nesse helicóptero?
2) O mesmo piloto havia sido pego pela polícia civil de São Paulo em janeiro de 2013, transportando 650 quilos de pó. Ao invés de ser preso, passou a ser achacado pelos policiais. Novamente o Estadão ignora o que deveria ser sua principal dúvida: ele usou o helicóptero de um senador da república para esse transporte?
Enfim, tudo é muito estranho.
Estadão tenta jogar fumaça enchendo a matéria de referências às Farc, o que é o lado menos importante e com menos provas de toda essa história.
O que é mais estranho, porém, é a indiferença da imprensa para investigar um escândalo que liga os mais altos escalões da política mineira e brasileira ao tráfico internacional de cocaína.
A história tem várias pontas soltas, que a imprensa poderia muito bem investigar. Deixo aqui algumas delas:
É o bastante, não?
Agora imagina se Lula mandasse construir um aeroporto em terras de seu tio, se apenas o tio tivesse a chave, se o aeroporto ficasse ao lado de sua fazenda, se tivesse indicado um juiz que vendesse sentenças de soltura a traficante (com intermédio de seu primo), se houvesse um laboratório de refino de cocaína na cidade onde fica a fazenda de Lula (e o aeroporto) e, por fim, se um helicóptero de um senador grande amigo de Lula fosse apreendido com meia tonelada de pó?

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