O Viomundo denunciou na sexta-feira, dia 14/8, às 14h32: Bomba contra o Instituto Lula: Polícia Federal não está no caso; investigação está sendo feita pela Polícia Civil.
Foi a própria assessoria de imprensa da Superintendência da PF-São Paulo, que deu essa informação a mim, Conceição Lemes, e justificou:
“A Polícia Federal só age quando o fato envolve prédio da União. Como o Instituto Lula, é um órgão privado, a apuração está sendo feita pela Polícia Civil. Nós estivemos lá e oferecemos a nossa colaboração, caso necessitem. Se a Polícia Civil chegar à conclusão que a bomba foi jogada contra o Instituto Lula por questões políticas – o que por enquanto não está provado –, aí, poderemos atuar”.
A justificativa da PF é absurda: o Instituto Lula não abriga o armazém do Zezinho da esquina, mas o ex-presidente Lula, que é o maior líder popular do Brasil e um dos grandes líderes mundiais.
Não bastasse isso, no dia seguinte ao atentado, o próprio presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, por telefone e mensagem eletrônica, que a Polícia Federal investigasse o caso.
No final da reportagem, nós perguntamos:
Lá no fundo, será que o ministro Cardozo acha que é crime comum, coisa de baderneiros, como alardeou o secretário de Segurança paulista? Com a palavra o ministro Cardozo, chefe da PF.
A Polícia Federal tem conexão instantânea com a grande mídia, com quem é politicamente alinhada.
Às 18h01 de sexta-feira, dia 14/8 – portanto, algumas horas após a reportagem do Viomundo ser publicada e 15 dias depois do atentado contra o Instituto Lula – saiu noEstadão: A pedido do ministro da Justiça, a PF vai investigar ataque a bomba contra Instituto Lula. A decisão foi tomada nessa sexta-feira, 14.
O pedido do ministro Cardozo à PF foi após a publicação da matéria do Viomundo. Diante do comportamento nada isento nem profissional da Polícia Federal em relação ao Instituto Lula até agora, algumas perguntas são inevitáveis:
– Por que o ministro Cardozo não mandou investigar antes?
– Ou será que Cardozo mandou, e a PF ignorou a solicitação do seu chefe em tese?
– Por que só depois de 15 dias do atentado a PF, flagrantemente tucana, vai investigar o caso?
– Por que a PF é tão ligeira para divulgar denúncias contra o PT e o ex-presidente Lula e tão tartaruga para agir quando ele é a vítima?
– Será que se o atentado fosse contra o Instituto Fernando Henrique Cardoso, a PF já não teria agido para descobrir os responsáveis?
Correção. A matéria do Estadão diz que o atentado foi no dia 31 de julho. Errado. Foi em 30 de julho, quinta-feira, às 22h18.
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