A chanceler alemã Ângela Merkel de certo modo confirma a posição de inabalado prestígio do Brasil na cena geopolítica mundial.
Em contraponto com o clima apocalíptico com que a velha mídia nacional trata nosso próprio país, e o clima de perene “desconstrução” com que boa parte da velha mídia internacional o trata, a chanceler alemã Ângela Merkel de certo modo confirma a posição de inabalado prestígio do Brasil na cena geopolítica mundial.
Acompanhada por sete ministras e ministros (Relações Exteriores, Agricultura, Desenvolvimento, Cultura, Saúde, Trabalho e Meio-Ambiente), a chanceler estará em Brasília para o que se chama na Alemanha de uma “reunião de consultas” com o governo brasileiro.
Estas reuniões ditas de consulta, que constituem o mais alto nível de tratativas internacionais do governo alemão, visam o estabelecimento de iniciativas políticas comuns no plano internacional.
Na pauta estarão áreas como mudança climática e meio-ambiente, tecnologia, ciência, cultura e inovação e economia. Embora a comitiva da chanceler não inclua empresários da Alemanha, ela se encontrará com empresários de firmas alemãs que trabalham no Brasil, além de reunir-se com a presidenta Dilma Rousseff e ministros e ministras do Brasil.
O nosso país passa a ser o décimo-primeiro a entrar no pequeno grupo com que o governo de Berlim mantém este tipo de reunião, ao lado da França, Itália, Polônia, Espanha, Holanda, Estados Unidos, Israel, China, Rússia e Índia.
Entre os esforços para “desconstruir” o Brasil, destacou-se desta vez o grupo Repórteres sem Fronteiras”, que pediu ao governo alemão que se empenhasse em defender a segurança dos jornalistas no Brasil, comparando a situação do nosso pais – num evidente exagero – com a do México e da Colômbia.
Houve também questionamentos sobre a oportunidade desta reunião de consultas no momento dos protestos contra o governo nos últimos dias. Mas o porta-voz do governo alemão, ainda em Berlim, declarou que o encontro se prende a temas estratégicos de longo prazo, de interesse de ambos os países, e que além disto não cabia ao governo alemão comentar ou entrar em detalhes sobre a situação interna brasileira.
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Em declaração à imprensa na quinta-feira, dia 20/8, a chanceler Ângela Merkel, afirmou que durante a reunião de trabalho com a presidenta Dilma, os dois países avançaram na conversação sobre o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Merkel afirmou que, da sua parte, irá trabalhar junto à Comissão Europeia para acelerar as negociações pelo acordo comercial. A previsão é que ocorra troca de propostas entre os dois blocos no último trimestre deste ano.
A chanceler destacou o papel de liderança que o Brasil exerce no bloco sul-americano e também falou sobre o protagonismo assumido pelo País no cenário mundial nos últimos anos. Citou a atuação nos desafios da política externa, os esforços pela manutenção da paz e a liderança pela privacidade na área da internet. O avanço do Brasil, segundo ela, se deve ao intenso desenvolvimento econômico e social vivido aqui nos últimos anos. E destacou o fato de o País ter saído do mapa da fome em 2014.
A chanceler salientou também o acordo firmado para evitar a bitributação na área de transportes marítimos e aéreos e o interesse alemão em parcerias no campo de energia eólica e investimentos em infraestrutura de transportes, portos e linhas de transmissão. Falou ainda sobre acordos em educação, saúde, agricultura, bioeconomia, indústria 4.0 (fábricas inteligentes) e adubos, entre outros.
Um novo encontro de alto nível entre os dois governos está previsto para ocorrer em dois anos, na Alemanha.
Mudança do clima
Brasil e Alemanha firmaram importantes acordos para conservação e regularização ambiental. Tendo em vista a realização da Conferência Mundial sobre o Clima da ONU (COP-21), que será realizada no final do ano em Paris, Ângela Merkel afirmou que os dois países, que contam com tradição em parcerias nesta área, têm uma agenda ambiciosa em ações para proteção do clima. Disse que o Brasil deu um enorme passo para alcançar isso e se referiu à meta para reduzir o desmatamento a zero até 2030, da política de proteção dos povos indígenas, ações que são em benefício do mundo todo.
Brasil e Alemanha firmaram importantes acordos para conservação e regularização ambiental. Tendo em vista a realização da Conferência Mundial sobre o Clima da ONU (COP-21), que será realizada no final do ano em Paris, Ângela Merkel afirmou que os dois países, que contam com tradição em parcerias nesta área, têm uma agenda ambiciosa em ações para proteção do clima. Disse que o Brasil deu um enorme passo para alcançar isso e se referiu à meta para reduzir o desmatamento a zero até 2030, da política de proteção dos povos indígenas, ações que são em benefício do mundo todo.
Sobre as ações do governo alemão, ela destacou a criação de um fundo de € 500 milhões para a questão climática e de urbanização. Falou também sobre a meta de descarbonização da indústria até o final do século.
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