“Uma revolução não é um mar de rosas. É uma luta de morte entre o futuro e o passado.” Esta frase foi dita por Fidel em 1961, quando a Revolução Cubana completava apenas dois anos e ele 34.
Na quinta-feira, dia 13/8, o ex-presidente comemora 89 anos de vida e a revolução do qual ele foi o principal líder já tem mais de cinco décadas. Mais precisamente, 56 anos, cercada e atacada ininterruptamente, mas invicta. Fidel já escreveu seu nome como um dos grandes da história, principalmente como o defensor dos explorados e dos que sofrem com a opressão e a injustiça. Por isso mesmo é odiado pela burguesia e seus fantoches, que contra ele assacam toda sorte de calúnias. No entanto, nada abala o amor que o povo cubano e a humanidade progressista devotam a este exemplo do “homem novo”, solidário, ético, audaz, e que jamais desistiu de lutar para antecipar para todos os povos um futuro de paz e justiça social.
Em 1979, o discurso de Fidel na ONU é um exemplo da paixão que sempre moveu o comandante. Na ocasião, ele falava como representante dos países não alinhados e fez uma denúncia veemente da desigualdade e da injustiça no mundo. Foi um discurso de quem enxerga adiante, de quem mira o horizonte com o olhar mais avançado. Diante dos dirigentes mundiais, Fidel denuncia o racismo, o colonialismo, defende os palestinos e propõe que o gasto com armamentos seja abandonado e transformado em investimento contra a fome mundial. Ao final, o auditório da ONU levanta-se em peso e aplaude de pé o revolucionário comunista, então com 53 anos incompletos. Quem não tiver tempo de assistir a esta histórica prédica, vá direto ao minuto 14 onde se inicia a parte mais contundente e emocionante do pronunciamento.
América Latina rende homenagens ao comandanteFidel chega aos 89 anos cercado de homenagens e celebrações. Evo Morales, presidente da Bolívia, viajou para Cuba e está na ilha no dia do aniversário do veterano revolucionário, para lhe render as homenagens em nome do povo do seu país. Já o presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou a Fidel o “abraço e o aplauso do povo venezuelano” e enalteceu o trabalho do líder histórico da revolução cubana em defesa das causas justas da humanidade. Para Maduro, Fidel é o “comandante revolucionário da América Latina e Caribe (…) Fidel escreveu e continua a escrever uma história que será grande pelos séculos”.
Ao enviar suas congratulações, Maduro compartilhou com a audiência da TV Telesur, onde fez estas declarações, imagens do líder cubano junto ao falecido presidente Hugo Chávez, e os qualificou como gigantes e construtores de uma realidade latino-americana que hoje é necessário defender.
O “jovem” RebeldeEm Cuba, as celebrações em torno de Fidel coincidem com o Dia Internacional da Juventude, data que será celebrada na cidade natal do comandante, Birán. Ali, uma representação de 400 jovens comemorará o aniversário 89 de Fidel.
Momento especial será a exposição “Um Rebelde em Rebelde”, que reúne 89 fotos publicadas ao longo dos 50 anos do jornal Juventude Rebelde, cuja fundação coincide com o natalício de Fidel Castro.
O dirigente cubano completa 89 anos em um momento em que Cuba socialista conquista vitórias no campo político e diplomático, como a libertação dos Cinco Heróis e o reconhecimento tácito do imperialismo de que o poderoso bloqueio não foi capaz de quebrantar o espírito revolucionário da heroica ilha. Escreveu Fidel: “Nunca deixaremos de lutar pela paz e o bem-estar de todos os seres humanos, independentemente da cor da pele e do país de origem de cada habitante do planeta, bem como pelo direito pleno de todos a possuir ou não um credo religioso”. Isso foi escrito na madrugada de quinta-feira, dia 13/8, e faz parte do artigo de Fidel “A realidade e os sonhos” (leia abaixo). Como acontece há dezenas de anos, a aurora encontra o combatente revolucionário ativo em seu posto de luta.
*Com informações de Ivette Martinez, do Consulado de Cuba em São Paulo, CubaDebate e Prensa Latina.
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A REALIDADE E OS SONHOSFidel Castro, via Granma e lido no Solidários a Cuba
Escrever é uma forma de ser útil se você considerar que nossa sofrida humanidade deve ser mais e melhor educada diante da incrível ignorância que nos envolve a todos, à exceção dos pesquisadores que procuram nas ciências uma resposta satisfatória. É uma palavra que implica em poucas letras seu infinito conteúdo.
Nós todos em nossa juventude escutamos falar alguma vez de Einstein e, especialmente, após a explosão das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, que puseram fim à cruel guerra desatada entre Japão e os Estados Unidos. Quando aquelas bombas foram jogadas, depois da guerra desatada em decorrência do ataque à base dos Estados Unidos em Pearl Harbor, já o império japonês estava vencido. Os Estados Unidos, o país cujo território e indústrias permaneceram alheios à guerra, passou a ser o de maior riqueza e melhor armado da Terra, frente a um mundo destroçado, cheio de mortos, feridos e famintos. Juntas, a URSS e China tinham perdido mais de 50 milhões de vidas, além de uma enorme destruição material. Quase todo o ouro do mundo foi parar nos cofres dos Estados Unidos. Hoje se calcula que a totalidade do ouro como reserva monetária dessa nação chega a 8.133,5 toneladas do referido metal. Apesar disso, espezinhando os compromissos subscritos em Bretton Woods, Estados Unidos, declarou unilateralmente que não fariam jus ao dever de respaldar a onça Troy com o valor em ouro de seu papel moeda.
Tal medida decretada por Nixon violava os compromissos contraídos pelo presidente Franklin Delano Roosevelt. Segundo um elevado número de especialistas nessa matéria, assim foram criadas as bases de uma crise que, entre outros desastres, ameaça golpear com força a economia desse modelo de país. Entretanto, os EUA devem a Cuba o montante das indenizações equivalentes a danos, que equivalem a muitos milhões de dólares, como já denunciou nosso país com argumentos e dados irrecusáveis ao longo de suas intervenções nas Nações Unidas.
Como foi expresso claramente pelo Partido e o governo de Cuba, em um gesto de boa vontade e de paz entre todos os países deste hemisfério e do conjunto de povos que integram a família humana, e assim contribuir para garantir a sobrevivência de nossa espécie no modesto espaço que nos cabe no universo, nunca deixaremos de lutar pela paz e o bem-estar de todos os seres humanos, independentemente da cor da pele e do país de origem de cada habitante do planeta, bem como pelo direito pleno de todos a possuir ou não um credo religioso.
A igualdade de todos os cidadãos à saúde, a educação, ao trabalho, a alimentação, a segurança, a cultura, a ciência e ao bem-estar, quer dizer, os mesmos direitos que proclamamos quando iniciamos nossa luta mais os que emanem de nossos sonhos de justiça e igualdade para os habitantes de nosso mundo, é o que desejo para todos; aos que por comungarem em tudo ou em parte com as mesmas ideias, ou muito superiores, mas no mesmo rumo, agradeço imensamente, queridos compatriotas.
Fidel Castro Ruz13 de agosto de 2015
01h23
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