O compositor Bernardo Vilhena reclamou no Facebook no domingo, dia 16/8, da versão “canhestra, machista e covarde” que o ex-parceiro Lobão tem cantado de Vida Bandida. Lobão trocou o refrão para Dilma Bandida.
Para Bernardo Vilhena, é uma “decadência patética”. Leia a íntegra do post.
O poema Vida Bandida foi escrito em 1975 e virou canção em 1987. Recentemente, fui alertado sobre uma versão canhestra, machista e covarde que o roqueiro Lobão vem cantando em seus shows, com a intenção de humilhar a presidente da República.
Sempre evitei e jamais dei autorização para o uso de minhas canções em campanhas políticas. Cito o exemplo da música Revanche, escrita em 1986 em plena luta pelas diretas, quando neguei autorização ao PT para utilizá-la na campanha presidencial, a despeito de minha posição política. Esta mesma canção que, numa demonstração de sua ignorância, Lobão se nega a cantar em seus shows sob a alegação de ser datada. Passados 30 anos, ele ainda não entendeu a letra.
Quando escrevi O Eleito, em 1988, tive a intenção clara de criticar o então presidente da República. Escrevi por entender que seu governo era um reflexo nítido da oligarquia e do coronelismo que se instalou, desde o Império, nos diversos níveis do poder que controla este país. A minha visão política, me levava a desacreditar na autoridade de quem herdou o cargo conquistado em eleição indireta.
Desde que nossa parceria se encerrou – ao fim do LP Cuidado! –, Lobão se recusa a cantar minhas composições em programas de tevê. Mas, estranhamente, o tem feito em shows. Segundo alguns amigos, só canta devido aos pedidos da plateia.
Hoje, pelo que fui informado, não posso impedi-lo de cantar esta sua versão de Vida Bandida em apresentações ao vivo. Já declarei pela imprensa, mais de uma vez, que só voltaria a respeitá-lo quando parasse de cantar minhas canções em seus shows. De nada adiantou.
Diante deste quadro, só me resta assistir a decadência patética e desprovida de qualquer elegância deste meu ex-parceiro que foi buscar abrigo para sua flagrante fraqueza no ninho da serpente.
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