sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Sete formas quentes de financiar sua mídia independente

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1) Vender a alma para o capeta
Pois é, tem gente que tenta de tudo. Do céu ao inferno, passando pelo Congresso. A Veja,por exemplo, já vendeu a alma pro Eduardo Cunha. Mas cuidado, pois na venda da alma, a linha editorial vai junto.
2) Crowdfunding, ou em bom português, financiamento ColetivoDá trabalho, mas vale a pena.
crowdfunding ou financiamento coletivo é uma opção comum para projetos independentes com interesse coletivo. Neste caso, os produtores apresentam o projeto e lançam uma campanha de divulgação para a viabilização do valor necessário dentro de um prazo de arrecadação proposto. Em troca do apoio no projeto, recompensas são oferecidas conforme o valor doado por pessoa. Existem várias opções de sites que oferecem este serviço, dentro dos quais, as taxas cobradas podem variar.
Recentemente, os Jornalistas Livres foram os responsáveis pelo maior financiamento coletivo do jornalismo brasileiro. A rede conseguiu arrecadar R$132.755,00 com aCampanha “Seja Jornalista Livre” no Catarse, ultrapassando em R$32.755,00 o valor inicial, com 1.327 apoiadores num período de 45 dias.
Pra conhecer um pouco mais de como foi com os Jornalistas Livres saca só como foi a curva de arrecadações do grupo.
Jornalistas_Livres01_Catarse
Na campanha dos Jornalistas Livres foram 45 dias de arrecadação. O grosso da verba entrou nos últimos seis dias. Na tabela, a relação entre valor arrecadado por dia.
É importante lembrar que o financiamento coletivo passa por altos e baixos, e a melhor metodologia ainda é o tudo ou nada. Explicando melhor, você vai receber muitas doações no começo e no fim do prazo, e vai viver um marasmo agoniante entre esses dois extremos.
Estude e pesquise as melhores estratégias antes de abrir seu crowdfunding. Comece visitando os sites CatarseBenfeitoriaSibite ou Vakinha para aprender um pouco mais e não deixe de ler o estudo Retrato do Financiamento Coletivo no Brasil realizado pelo Catarse.
3) Editais e financiamento públicoOs editais são uma ótima opção para quem quer viabilizar seu coletivo de mídia independente sem apelar para o além. Eles podem ser prêmios, captações de recurso ou outras formas de editais, e aqui morre um mito: você não perde a autonomia de seu veículo, pois não existem contrapartidas editoriais. Ao contrário, as políticas públicas de comunicação são feitas para diminuir o monopólio midiático, e são uma obrigação do poder público.
O Ministério da Cultura, por exemplo, lançou um edital para mídias livres que vai conceder de R$40 mil a R$100 mil para cada coletivo. Você pode se inscrever como pessoa física mesmo, usando apenas seu CPF, sem maiores complicações. Escreve aí e depois coloca seu projeto aqui.
4) DoaçõesEsta forma de financiamento é praticamente autoexplicativa. Apesar de parecida com ocrowdfunding, a essência é diferente pois as doações podem ser realizadas continuamente e não em um prazo e período estipulado. Estas podem vir de pessoas físicas ou jurídicas e o financiador não ganha nada em troca, muito menos o direito de dizer o que você tem que falar no seu veículo.
Agência Pública  –  Agência de Reportagem e Jornalismo e Investigativo –  recebe doações de organizações estrangeiras, como a Ford Foundation, a Omidyar Network e Open Society Foundations. Como fazer? Adicione a aba “Doações” em seu site, tire a bunda da cadeira e vá se articular por aí.
5) Assinaturas para os fiéisAlém das assinaturas convencionais, que você assina a revista ou jornal e os recebe em casa, existe uma opção interessante para as mídias independentes da mesma família da doação.
Você pode cativar seus fiéis para assinar seu conteúdo a partir da identificação deles com o que é produzido. A taxa pode ser mensal ou anual e isso não te obriga a cobrar pelo conteúdo, que pode continuar sendo livre e gratuito.
É o caso do Jornalismo B, periódico impresso e gratuito de Porto Alegre, do Outras Palavras e do Fluxo, ambos de São Paulo e do Blog Cafezinho do Rio de Janeiro.
Estipule valor de assinaturas por edições. Por exemplo, com R$40,00 é possível assinar seis edições do Jornalismo B, já com R$60,00 são 12 edições, o que incentiva os fiéis assinarem por um período maior.
6) Não pare de produzir conteúdo relevanteA melhor forma de conseguir interessados e viabilizadores em seu projeto e em sua mídia independente é produzindo conteúdo pertinente e de boa qualidade. Qualquer modalidade de financiamento tem a produção de conteúdo como premissa inicial, portanto não espere o recurso. Comece a produzir já! Além de você aprender a fazer o que gosta a partir da prática, a produção de conteúdo relevante vai trazer visibilidade para seu coletivo de mídia alternativa. Especialmente nas campanhas de doação, como nocrowdfunding, é fundamental que a produção de conteúdo durante o período estipulado seja constante e, de preferência, bombástica!
As pessoas vão querer financiar pelo o que você faz e não pela sua marca ou discurso.
7) Na dúvida, utilize todas as anteriores!É raro uma mídia independente usar apenas uma forma de financiamento. O bom mesmo é saber usar todas as modalidades, nos momentos certos e saber para que projeto cada uma é mais interessante.
A quantidade de fontes de recurso é determinante em sua autonomia editorial. É assim: com várias fontes você não precisa depender de ninguém, liberdade garantida.
Utilize as infinitas e diferentes possibilidades de financiamento para seu projeto, o céu é o limite.

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