segunda-feira, 24 de agosto de 2015

América Latina enfrenta guerra simultânea contra democracia

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A Operação Condor foi desencadeada pelos EUA, na América Latina, contra os governos de esquerda.
A escritora e jornalista argentina Stella Calloni denunciou, na quarta-feira, dia 20/8, que a América Latina é alvo de uma ofensiva simultânea contra os governos progressistas da região. De acordo com a jornalista, somente a mobilização imediata dos povos pode parar esta ofensiva.
Em uma entrevista ao canal de tevê sul-americano TeleSur, a autora de livros como Os Anos do Lobo: Operação Condor e Condor: Pacto Criminoso – nos quais descreve a operação liderada pelos EUA para o assassinato de líderes da esquerda latino-americana, entre eles o ex-presidente brasileiro João [Jango] Goulart – disse que é a primeira vez que este tipo de ataque ocorre simultaneamente, mas com estratégias que se adequam às características de cada território.
“Os EUA fazem o que funciona melhor em cada país para desestabilizar seu governo”, afirmou Calloni. Ela recordou que a regra também se aplica às pessoas que vivem em países onde eles tentam subverter as instituições democráticas.
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Stella Calloni é autora, entre outros, do livro Os Anos do Lobo: Operação Condor.
Ao analisar os acontecimentos regionais, a jornalista citou o caso do Equador, onde a mídia e líderes da extrema-direita convocam às ações contra o governo de Rafael Correa. Segundo Calloni, a mídia difunde que grupos indígenas se opõem ao atual mandato, mas não explicam que, há vários anos, a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) foi infiltrada pelo ex-presidente Lucio Gutierrez.
A autora também destacou a situação na Venezuela, país que sofre uma forte guerra econômica. Do seu ponto de vista, esta nação sul-americana vem enfrentando, desde 2002, inúmeras tentativas de golpes de Estado de maneira contínua, pois a oposição não consegue se impor por meio de eleições.
“A ação contra a Venezuela é feroz, é a mais dura e violenta, mas não mais do que o que eles estão fazendo com [Dilma] Rousseff”, disse Calloni fazendo alusão ao Brasil e às ações desestabilizadoras contra a sua presidenta.
Recentemente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pediu a renúncia da dignitária democraticamente eleita. “É impossível não perceber que Cardoso está trabalhando atualmente para o império”, apontou Calloni.
Ela também salientou que as manifestações da oposição no gigante sul-americano não tiveram os resultados que a direita esperava. Em torno de seu país, a Argentina, advertiu sobre a maneira que a mídia, como o Grupo Clarín e o portal digital Infobae, manipulam informações e usam toda sua artilharia contra os povos.
Sobre o papel dos Estados Unidos em todo este contexto, Calloni denunciou que o governo do presidente Barack Obama age em duas frentes quando restabelece relações diplomáticas com Cuba, mas apoia esta ofensiva contra presidentes progressistas.
“É estranho que abra suas relações com Cuba, que ainda são relações muito formais, porque ainda há muito por fazer para que sejam normais, enquanto tenta destruir todos os países que tornaram possível acabar com o isolamento da Ilha e unir a América Latina”, disse ela.
De acordo com a jornalista, os povos mobilizados são os únicos que podem deter esta ofensiva.

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